segunda-feira, março 26, 2007

Madeira: Absurdo e mau exemplo

Eu acho, concordem ou não comigo, que qualquer cidadão tem o direito a indignar-se. A defesa da dignidade individual tem, obrigatoriamente, que privilegiar essa liberdade, a liberdade de nos revoltarmos perante a injustiça, a liberdade de nos indignarmos perante factos, decisões ou comportamentos com os quais não concordemos. Mas em política esse direito à indignação não deve significar, para credibilidade da própria política e dos seus actores, libertinagem, ou seja, o atropelo puro e simples da coerência e de normas de conduta que se devem reger por princípios. Eu percebo, e ainda por cima numa fase de elaboração de candidaturas a deputados, que a polémica aos poucos se apodere de pessoas ou estruturas partidárias, ou mesmo que a frustração pelo convite esperado mas nunca concretizado, possa originar decisões mais radicalizadas. Mas não aceito que tudo isso significa passividade, muito menos cumplicidade, perante a mudança de camisola transformada em sinal de coerência. Nunca. E neste contexto o PT tem vindo a constituir um mau exemplo.

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