domingo, abril 22, 2007

Clarificando...

Roberto Rodrigues, do CDS/PP, e responsável pelo blogue “cortardadireita” continua a provocar-me, no bom sentido, agora a propósito de um comentário que eu fiz sobre a preocupação de Cabral Fernandes com os deputados independentes. Diz Roberto que, ao contrário do que afirmei (…) “está atitude não tem nada de estranho, porque o CDS/PP sempre defendeu a moralização da política e do Parlamento, pelo que está iniciativa do Dr. Cabral Fernandes, encaixa-se perfeitamente. Estranho é, caro Filipe, que o PSD-Madeira “alimente” esta situação criada com os independentes e nada faça para a clarificar. Estranho é também que o PSD-Madeira, esteja disponível para formar governo com um grupo de socialistas dissidentes, que aparecem sabe-se lá como!... nas listas do MPT, que na Assembleia da República integram a Bancada do PSD e que ontem disseram aos “quatro ventos” que continuam a ser de esquerda e socialistas. Será que o PSD-Madeira pretende caso não tenha maioria absoluta virar de vez a esquerda, com uma coligação com os socialistas do MPT? Vamos esperar para ver!...”.
Quatro comentários ao blogusita…”provocador”:
1 – Não sou, não fui, nem alguma vez serei procurador ou defensor dos independentes, ainda por cima quando sou um fundamentalista assumido, em defesa dos partidos na democracia e no parlamentarismo e que não tolera estes “golpes de asa” – embora não queira discutir as causas – esperando apenas quer na próxima Legislatura não venhamos a ter situações semelhantes, por exemplo quando tocar a fomentar o tal “rotativismo”…;
2 – Mantenho totalmente a minha surpresa, acho estranho, perante o facto de Cabral Fernandes – que está de saída da Assembleia por ter-se recusado aceitar o tal rotativismo de que falei… - na medida em que o PS, parte interessada, nunca tomou qualquer iniciativa, assim como nessa reunião da Comissão Permanente onde o assunto foi colocado pró Cabral Fernandes, Bernardo Martins entrou mudo e saiu calado, no que a esta matéria diz respeito. Que eu saiba Cabral Fernandes não foi propriamente nomeado “procurador” do PS nesta disputa…
3 – Em 09 de Abril, num comentário neste blogue dei conta que o Presidente da Assembleia tinha decidido tomar a iniciativa e que inclusivé decidiu pedir ao Tribunal a lista de candidatos do MPT para poder, em conformidade com isso, pedir um parecer. Por isso não percebi o que pretendia Cabral Fernandes: alertar quem, falar de quê, com que propósito?;
4 – Gostaria que o Roberto me explicasse os fundamentos de Cabral Fernandes que eu continuo a dizer que não são como ele diz. Dois deputados eleitos pelo PS mas que entraram em rota de colisão e abandonaram o grupo parlamentar socialista - penso que um deles, ou mesmo os dois, até foram expulsos do partido! – como é que podem ser considerados deputados do PS? Em meu entender a Assembleia Legislativa – e não vou comentar se bem ou mal – quando lhes atribuiu o estatuto de deputados independentes, inclusive lhes atribuiu instalações e verbas mensais, está a reconhecer um estatuto que em nada colide com os argumentos defendidos poro Cabral. E quer saber o que eu penso? Imaginemos – apenas como exemplo – que um deputado do CDS/PP tinha sido eleito em Outubro de 2004, mas que entretanto, por ter sido afastado em 2007, resolveu candidatar-se como independente nas listas do PS. Ou seja, mantendo dois estatutos diferentes: deputado eleito pelo partido A (CDS) e candidato em listas do partido B (PS), diferente do primeiro., Neste caso é incontestável e imediato. A perda do mandato nem se discute, nem sequer se perde tempo. Mas neste caso, deputados expulsos do PS, que se afastaram do PS, que são independentes, como podem ser conotados – a que título e com base em quê? – ao PS. Eu estou-me nas tintas – e peço que acredite, – para tudo o que possa acontecer ou venha a ser decidido. Mas não tolero “virgens” que por aí andam a pregar moralismos. Estamos entendidos agora? Esta é a minha opinião.

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