domingo, abril 01, 2007

Madeira: que mais posso dizer?

Eu quero referir, antes de tudo, que embora seja secretário-geral adjunto do PSD da Madeira, sou-o porque quero na medida em que fui convidado por Alberto João Jardim a quem cabe a decisão de querer ter-me a seu lado enquanto tiver pachorra para me aturar (quando não for caso disso não há problema nenhum, sempre disse). Mas recuso envolver-me - é uma questão de princípio e pessoal em aspectos financeiros, nem sequer me importo saber quem trata disso, quanto gastam, como gastam, para que gastam, onde gastam, em quê, onde são obtidas receitas, etc. Não me importo com isso, por ser essa uma decisão pessoal, sobre a qual não vou falar, nem sequer justificar. Mas não me demoverão, nunca, a pensar ou comportar-me de forma diferente neste domínio, e que isso fique bem claro.
Ontem, fui cobtactado por um jornalista do DN - a quem eu peço desculpa pela minha asneirada, mas justificada pelo meu absoluto desconhecimento e pela surpresa - me telefonou a pedir que comentasse os 3 milhões de euros que o PSD da Madeira ia gastar na campanha das regionais. O meu primeiro comentário foi negar veementemente e dizer que das duas uma: ou o DN tinha metido água, ou a entidade de controlo das contas dos partidos tinha passado o trapo ao jornal. Garanti - imaginem a minha anedota - que o PSD da Madeira, por circunstâncias várias, à vista de todos, e por todos compreendidas, não poderia (nem devia) gastar semelhante dinheiro, pelo que havia um engano algures. O próprio jornalista, confesso, ficou na dúvida perante a minha convicção tonta. Pelo sim, pelo não, à noite - depois de ter sido esclarecido pelo próprio Raul Caires do DN - resolvi consultar o site da entidade de controlo das contas dos partidos e eis que lá vejo escarrapachados os orçamentos incluindo os tais 3 milhões de euros do PSD da Madeira, ainda por cima com a particularidade de ter sido entregue fora de prazo.
Fiquei com cara de parvo e jurei a mim mesmo que nunca mais na minha vida falo deste assunto. Sempre gostava de saber o que vai dizer o povo a tudo isto, que argumentos vão os partidos, todos, utilizar, quando era suposto ter sido a questão financeira a causa da crise política regional. Pela primeira vez na minha vida senti que tinha cometido a asneirada de querer negar com convicção o que me parecia ser uma questão de principio. Fi-lo por razões partidárias, por motivos políticos, por uma convicção quase fundamentalista. Para afinal bater de frente contra a parede. Foi o que se diz um verdadeiro espalhanço ao comprido. E o pior de tudo isto é que já estou a ver o "puzzle" do jackpot parlamentar depois das eleições regionais de 6 de Maio. Enfim, os interessados podem ir e cada um que tire as suas conclusões. E dou comigo a lembrar-me de um episódio ocorrido há dois anos quando garanti ao DN do Funchal, que uma campanha eleitoral regional a sério, com todos os meios no terreno, nunca custaria menos de 300 a 350 mil contos, e que alguns tontos quiseram "comer-me" vivo...

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