sábado, julho 28, 2007

PS-Madeira: habilidades e Maximiano Martins

O retrato que Maximiano Martins tira da sociedade madeirense, após três décadas de maiorias absolutas do PSD-M, é arrasador quando avança com uma classificação: "Totalitária de fachada democrática". As responsabilidades, essas, distribui por várias frentes. Vão do "jardinismo" ao próprio PS-M e oposição, passando pela comunicação social e pelo partido do Largo do Rato. Nas áreas da governação, reconhece o deputado socialista em São Bento e na Assembleia Municipal do Funchal, "muitas coisas melhoraram" entre a Rua do Surdo e Lisboa. "Mas afirmo também que o PS raramente foi verdadeiramente solidário com o combate democrático na Madeira", acrescenta. O diagnóstico e a receita aconselhada por Maximiano surgem estampados na moção que escreveu a pensar no Congresso Regional do fim-de-semana. Com a expressão "défice democrático" no centro do discurso, o socialista aponta então uma estratégia. "Defendo que deveria existir uma Agenda Democrática entre o PS nacional e o PS-M relativa ao combate democrático na Madeira", lê-se no documento. Maximiano rejeita a leitura da "intromissão externa" ou a "substituição" das responsabilidades da oposição madeirense. "Trata-se de ser solidário com uma luta democrática, uma luta desigual contra um poder absoluto e uma deriva totalitária", distingue. Dada a "solidez" do poder instalado, agora na parte de assunção de culpas próprias e olhando para o futuro, o deputado alerta que a possibilidade de resultados "relevantes" nas eleições regionais só acontecerá se houver objectivos de médio e longo prazo. "Combater por causas imediatas tem sentido político mas, por si mesmo, não conduz ao poder. É curto. É pouco", avisa. Trazendo a restante oposição para a equação, o socialista também não compreende a inexistência de "alianças e convergências de posições" na Assembleia Legislativa da RAM "contra o PSD-M". Isto em matérias consideradas estruturantes do Estado de Direito. O que Maximiano Martins exemplifica com a última revisão constitucional: "Em vez de uma posição própria das forças da oposição democrática, optou-se pelo unanimismo como se a oposição partilhasse com o 'jardinismo' uma mesma concepção de autonomia, democracia e liberdades" (fonte: DN do Funchal) E o resto? Será que Maximiano vai dizer alguma coisa ao Congresso? Que satisfação vai dar aos socialistas pela derrota dos socialistas, pelas estratégias, pelas submissões doentias perante Lisboa, pela tentativa de sabotar a candidatura de Gouveia, pela alegada imposição de um acordo em que ele avançaria para a liderança e todos os restantes candidatos desistiam?

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