quinta-feira, novembro 29, 2007

Em nome da verdade

Manda a justiça e porque pugno pela verdade - verdade que eu sempre pugnei, acima de tudo, mesmo das divergências políticas - que manifeste a minha estranheza por ter ouvido que o líder socialista local teria atacado os autores do 25 de Novembro, no discurso proferido na sessão parlamentar do 25 de Novembro na Assembleia Legislativa da Madeira. Achei estranho porque esse tipo de discurso, vindo do PS, seria um estranho absurdo. Por isso, pela curiosidade, tive a preocupação de dissipar as minhas dúvidas, sob pena de utilizar indevidemente tal argumentação. Acabei por confirmar que, tal como no passado colonial português existiam os "ouvidores do reino" lá pelas bandas do Brasil, pelos vistos em pleno século XXI existem os "gargantas fundas" da política, que falam de tudo, até do que não sabem, não ouvem, nem leram, porque inventam, enganando quem deveriam informar cuidadosamente. No quadro dessa verdade, da qual não prescindo, nunca, eis o que João Carlos Gouveia afirmou, de facto, na citada sessão parlamentar do 25 de Novembro na Assembleia Legislativa da Madeira:

"(...) Tais princípios ideológicos, na verdade, contrariavam as motivações políticas daqueles que prepararam e executaram, com êxito extraordinário, a operação militar destinada a pôr cobro à deriva revolucionária comunista do país. Melo Antunes e "o grupo dos nove", Ramalho Eanes e Jaime Neves venceram, venceram porque foram determinados e, acima de tudo, porque confrontaram militarmente aqueles que quiseram fazer do 25 de Abril um processo revolucionário com o objectivo claro de implantar uma ditadura comunista em Portugal.Melo Antunes, uma vez mais, mostrou a sua fibra como já o fizera com ditadura fascista. Pela Liberdade e pela Democracia, a força das armas deve impor-se resolutamente uma vez esgotadas todas as hipóteses no campo político(...)";
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"Seria em Lisboa, no seio das forças militares afectas ao PREC, inimigas da Liberdade e da Democracia, e não através de um hipotético pronunciamento vindo do norte, envolvendo também civis, como defendiam alguns, que as armas inevitavelmente se haveriam de levantar contra um poder político-militar muito mais forte e poderoso, mas contrário ao sentir profundo do povo português. E por essa via se evitava uma guerra civil eminente. Venceram os crentes, os obstinados militares que estariam dispostos, se necessário fosse, a dar a vida pela liberdade e pela democracia de matriz ocidental, em nome da pátria e do desenvolvimento do nosso país (...)"
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"Só pela determinação do Partido Socialista é que o modelo ocidental de democracia representativa, parlamentar e pluripartidária, vingou neste país, sendo eleito mais tarde, como Presidente da República, Ramalho Eanes, com os apoios fundamentais de Mário Soares e de Sá Carneiro (...)".

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