sábado, abril 26, 2008

PSD: já não acredito

Sinceramente não acredito. Admito que as bases do PPD/(PSD pouco ou nada tenham a ver com a estrutura elitista do partido, que não se reveja em muitos dos seus figurões, que pensem pela sua cabeça e que decidam em função do que julgam (e acreditam) ser os interesses do País. Mas admito que as "directas", contrário do que se julga, não estão isentas de manipulaçãoo e/ou condicionalismos vários. Pelo contrário, as directas" significaram apenas a possibilidade de todos os militantes votarem e elegerem o líder do seu partido. Mas não sabemos se os valores depois indicadores, correspondem ou não, de facto, à realidade participativa das bases. O que é facto é que se esvaziaram os congressos. Hoje as "directas" parecem ser a "salvação" dos partidos sem crise. Mas não se iludam, o processo permite a manipulação. Não acredito, por isso, que as base se revoltem como ontem pediu Jardim, cada vez mais alvo de ataques na comunicação social, claramente sintonizados, quer de comentadores quer de conhecidas figuras que vagueiam por aí durante todo o ano, aparecendo sempre que se faça ou comemora do 25 de Abril, como se fossem eles os proprietários ou zeladores de uma revolução que triunfou porque o povo a ela aderiu em força. Até Cavaco Silva leva "porrada" porque alguns queriam que ele fosse à Madeira puxar as orelhas de Jardim por causa daquela declaração, que confesso ter sido dispensável, sobre os deputados da oposição. A utilização de outra adjectivação, com menos impacto e agressividade, teria circunscrito o assunto. Persistiria a não realização de uma sessão solene, mas aqui o problema tem uma outra natureza.
O momento de Alberto João Jardim foi no Conselho Nacional, depois do discurso. Não deveria ter cedido às pressões de última hora de Santana Lopes, que desconfio não ganhará o partido. Parece-me que o Presidente do Governo madeirense pensou na utopia de todos desistirem para ficar só ele na corrida. Isso não seria possível, nunca aconteceu, nem que parece que alguma vez possa acontecer. No PSD da Madeira acontece, pelas razões de liderança conhecidas. Mas no Continente a "música" é outra. Quando Jardim recuou no Conselho Nacional e não se assumiu, independentemente de poder ganhar ou perder as "directas", quando cedeu rapidamente à ambição de Santana Lopes, quando não esperou que as suas "tropas" se movimentassem como fizeram, Jardim perdeu oportunidade e, acredito eu, perdeu espaço. Pior ainda foi quando se colou a Santana. Os filiados em particular e os eleitores em geral querem lá saber se há identificação ideológica entre ambos. O problema não se coloca a esse nível. As prioridades são outras. Porque não acredito numa inversão dos acontecimentos, apoiarei Pedro Passos Coelho.

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