segunda-feira, abril 28, 2008

PSD: João Jardim "aguenta"...

Parece-me evidente que Alberto João Jardim está pressionado pelos acontecimentos no PSD, protelando para meados de Maio uma decisão que, repito, até porque ontem já aqui o disse, continuo a pensar que teve um momento próprio para ser tomada, pelo que, mesmo que continue a poder ser decidida, no prazo legalmente estabelecido, possivelmente não disporá hoje as condições que tinha há uma semana. Esta minha percepção, falível como todas, de que Alberto João Jardim optou claramente por esperar que, até 15 de Maio, os candidatos já conhecidos se envolvam em acesas disputas internas das quais possam resultar efeitos nas candidaturas, parece-me evidente. Ainda hoje a agência Lusa distribuiu duas notícias que o comprovam. Uma primeira, emitida de manhã, referia que "Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira, disse que reserva a possibilidade de avançar com uma candidatura à liderança do PSD até 23 de Maio, último dia do prazo. O líder do PSD/Madeira reiterou que o PSD caminha para o "suicídio" e que está dominado pela "comunicação social" e pelos "situacionistas" que não têm ambição para ganhar as eleições a José Sócrates. Jardim voltou a defender que só uma "revolução" no partido contra "barões e baronetes" por parte das "bases e dos dirigentes patriotas" poderá suster esta caminhada para o "suicídio". "O partido continua a caminhar para o suicídio. Está sem visão de Estado e não está a proceder para ganhar as eleições nacionais, mas sim as eleições internas", disse hoje Alberto João Jardim, sublinhando ter "até ao último dia [23 de Maio]" para apresentar uma candidatura. "Eu tenho tido muitos apelos mas o problema é o facto da comunicação social apresentar estes seus candidatos do regime como dados certos e obstaculizando o aparecimento de outros", acrescentou". A segunda notícia, divulgada no final da tarde, dava conta que "o presidente do Governo Regional da Madeira e líder do PSD madeirense, Alberto João Jardim, revelou que tomará a decisão de avançar ou não para a liderança nacional do partido na Comissão Política Regional dos social-democratas madeirenses de 15 de Maio. "A Comissão Política Regional do PSD reúne-se a 15 de Maio e, a partir daí, não vale mais a pena estar a hesitar, ou sim, ou sopas", disse Jardim. "Eu não estou na corrida, nem estou fora da corrida, estou a ver, mas nunca antes da Comissão Política de 15 de Maio porque primeiro quero ver e ter a noção se as bases e os dirigentes patriotas aceitam esta balcanização do partido", comentou. Jardim disse ainda estar numa posição de "evitar conversar" porque, segundo sustentou, "de conversa está este país cheio". "Eu estou a pensar com a minha cabeça e estou a ouvir pessoas que não estão nas primeiras filas da plateia política porque, para mim, o essencial, é ver o que é que o país, as bases, os dirigentes patriotas querem", acrescentou "São todos muito importantes, eu sou amigo de todos mas, desculpem, eu não acredito naquilo", adiantou quando confrontado se tinha conversado hoje com o candidato Pedro Santana Lopes".
Perante estas decisões agora reveladas, acabei por ficar perante num dilema, resultante do facto de que, tendo enviado para o "Jornal da Madeira", no princípio da tarde, o meu artigo de opinião que dediquei a este tema, confronto-me agora com a inevitabilidade - porque não podia retirar o texto - de ser acusado de meter água, dado que a minha interpretação dos factos, incluindo a questão dos prazos de decisão, colide com os cenários, agora revelados pelo próprio - e que são os que prevalecem - a que se junta a declaração de que "eu não estou na corrida, nem estou fora da corrida, estou a ver". Quer isto dizer que, no essencial, continua a não haver uma candidatura. Perante estes factos, entendo que, a partir de hoje, nem neste blogue, nem nos meus artigos de opinião, devo abordar mais esta temática, até que uma decisão, inequívoca, seja tomada pelo próprio. Porque não retiro uma vírgula que seja a tudo o que até hoje aqui comentei.

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