sexta-feira, maio 09, 2008

Não controla nada

Respondendo ao desafio que me foi lançado pelo "Cortar d´direita", direi o seguinte: "Não, não controla. Se fosse assim pode ter a certeza absoluta – acredite ou não no que eu lhe afirmo – que não estava no PSD da Madeira com qualquer função de responsabilidade. Como sou militante do partido desde sempre, por coerência lá continuaria, como simples militante de base, igual a milhares de outros, como aliás fui durante anos, sem militância activa por razões de deontologia profissional e princípios éticos dos quais não prescindo. Mas, sinceramente, acho que vai sendo tempo de começarmos todos a desmistificar um pouco os comentários (sem contraditório...) de Marcelo que também já deu algumas bébias e outras provas de,por vezes fala do que sabe e do que não sabe ou não conhece. Marcelo tudo tem feito, desde início, para “encostar” Jardim e desvalorizar qualquer iniciativa deste, mesmo no momento em que também eu considero que era o "pico" para uma decisão. Essa ideia de que Jaime Ramos, por ser o secretário-geral “manda” nos votos das bases é um acusação sem fundamento. Se os militantes do PSD não votam sozinhos, por voto secreto, de acordo com a sua vontade,como é que podem ser manietados nessa sua liberdade? Provavelmente Marcelo baseou-se no que se passou nas últimas directas com Meneses, na medida em que apesar da posição oficial (errada) do PSD da Madeira de se colar a um candidato em concreto, o “outro”, apoiando pelos autarcas locais, acabou por ter quase 400 votos. E bastaram três ou quatro pessoas a telefonar no próprio dia para tudo quem era autarca a pedirem o voto em Meneses. Finalmente, conheço Jaime Ramos há muito tempo. Não somos obrigados a concordar um como outro em tudo, nem nunca tivemos sequer esse dever ou essa preocupação. Mas estou convencido que JR seria incapaz de se envolver numa espécie de cabala contra Jardim, porque lhe diria na frente se concorda ou não com a decisão tomada. Porventura outros não pensarão da mesma forma. Já agora pode ter a certeza do seguinte: se Jardim, como já não tenho dúvidas, não for candidato à liderança do PSD, estarei ao lado de Passos Coelho, sem hesitações, mesmo que seja uma candidatura para perder ou que apareceu cedo demais. Se o PSD da Madeira tomar uma posição oficial de colagem a Santana Lopes, pode ter a certeza que pelo menos um dos seus militantes não cumprirá essa orientação, porque respeitando a disciplina de voto, não sou obrigado a votar em quem teve um comportamento hipócrita escondendo deliberadamente até ao último Conselho Nacional a sua decisão de se candidatar, processo já antes decidido e combinado com outros “menesistas”. Quanto a MRS também há dias veio com mais um delfim, recorda-se?! Pode acreditar que há sempre qualquer coisa subjacente ao que MRS diz, porque ele fala de tudo. Direi, finalmente, que um partido é um espaço de liberdade e de respeito pela inteligência dos seus filiados. Quando isso deixar de acontecer, quando houver gente a “mandar” no votos dos militantes, então pode acreditar que esse partido está a cavar a sua própria sepultura e terá destino traçado, tragicamente. Não duvide disso. Dado que sou um homem de partido, que defende os partidos, embora sem nada a opor a que movimentos de cidadãos tenham a liberdade de se envolverem na política,acho contudo que isso não deve ser feito à custa dos partidos, porque se entrarmos nessa escalada, daqui por algum (pouco) tempo, temos a subversão de tudo o que são regras elementares de uma democracia partidária e parlamentar. Por isso não subscrevo certos comportamentos que por aí andam, por muito que numa perspectiva partidária (a minha), aparentemente elas até possam ajudar na esperada concretização de objectivos eleitorais. Mas por outro lado, intriga-me que, 34 anos depois do 25 de Abril, ainda exista quem admita que há quem consiga “encarneirar” eleitores.

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