sábado, maio 31, 2008

PSD: aposta no video online

Recomendo um curioso e excelente artigo da jornalista do Publico, Sofia Rodrigues, segundo a qual "tornou-se agora um hábito seguir os candidatos com mais uma câmara de vídeo, além das que apontam os repórteres de imagem das televisões e de sites noticiosos. As campanhas passam muito na Internet e agora cada vez mais em vídeos. No site de Manuela Ferreira Leite, há imagens de todas as sessões, acompanhadas de texto, disponíveis na manhã seguinte ao evento. A campanha on-line de Santana Lopes apostou muito na imagem e pouco no texto. "Tal como o PSOE espanhol", diz o assessor de imprensa. O site de Passos Coelho também tem vídeos próprios, mas muitos são peças retiradas de jornais televisivos. Sessões de esclarecimento depois do jantar quase esgotaram o modelo adoptado durante as últimas semanas a Numa sessão de esclarecimento de Manuela Ferreira Leite aos militantes do PSD, na hora das perguntas à candidata, uma participante pede a palavra. Confessa-se ainda indecisa em qual dos candidatos votar e confronta a ex-ministra com uma das guerras lançadas por Sócrates logo no início do mandato: a redução das férias dos juízes. Dias depois, a mesma militante agita bandeiras no jantar-comício de Santana Lopes, em Lisboa. O que a levou a escolher o ex-primeiro-ministro em tão pouco tempo? "Sempre estive com ele. Fui à Ferreira Leite porque queria atacá-la por causa do Pacto da Justiça e porque quando foi secretária de Estado do Orçamento não aumentou os salários das carreiras mais baixas, só os das mais altas", justificou ao PÚBLICO. O episódio mostra que as campanhas eleitorais internas têm sempre algo de artificial e esta não fugiu à regra. O jantar de despedida de Santana Lopes em Lisboa, pensado para 400 pessoas, duplicou a assistência. É claro que uma parte da sala pagou dez euros, outra parte entrou gratuitamente. E outros ainda já tinham estado uma semana antes num jantar grátis de Pedro Passos Coelho, porventura atraídos por uma animada refeição em grupo num ambiente festivo. Na festa de Santana Lopes, muitos eram jovens e a máquina partidária aproveitou o cheirinho a campanha eleitoral. "Preencham pelo menos o nome e a morada", dizia uma rapariga com um ar muito decidido, enquanto distribuía fichas de inscrição da JSD, ao mesmo tempo que encaminhava os adolescentes para uma das mesas do restaurante do Mercado da Ribeira. Por sinal, a sala onde se sentavam pessoas de aparência mais modesta. Militantes ou não, boa parte sem capacidade de voto, não hesitaram em pegar nas bandeiras laranja quando Santana Lopes entrou na sala ao som de Carlos do Carmo e desfilou na passerelle em frente às câmaras de televisão. A iniciativa tão mediática terá sido quase uma excepção: a campanha foi dominada por sessões de esclarecimento com militantes, com mais ou menos bandeiras consoante o envolvimento das estruturas locais, garante o assessor de imprensa. A senhora antimedia. Ao tomar a palavra a 48 horas de ir a votos, Santana assume-se como um homem corajoso, incómodo para muitos, competente e que dá voz às bases do partido. Está como peixe na água. Contagia o público e desafia-o a gritar pelo seu "PPD/PSD". Há poucos notáveis na sala, Santana elege Conceição Monteiro, a antiga secretária de Sá Carneiro, como a "elite" do partido. Em mais um ajuste de contas com o passado, ataca Ferreira Leite".

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