Obviamente que toda a gente percebeu que as declarações de Alberto João Jardim acerca do tal "novo partido" e do que este deveria fazer em termos de oposição ao governo socialista, não passaram de uma figura de retórica, utilizada por Alberto João Jardim para que, através dela, enviasse recados ao PSD nacional e à liderança de Manuela Ferreira Leite que se tem caracterizado por nada dizer, nada propor e nem sequer dar nas vistas. Qualquer pessoa minimamente informada e atenta ao fenómeno da política, certamente que percebeu que o Presidente do PSD da Madeira nunca disse que ia criar um partido político, nem pessoalmente o via envolver-se num projecto dessa natureza, por ir contra ao "seu" PSD, até porque, quanto muito, a sua obrigação seria a de, no seio do PSD de que é militante, lutar pela conquista da sua liderança - e já existiram oportunidades para isso - para demonstrar na prática o que tem defendido ao longo dos anos e aos sucessivos líderes nacionais social-democratas. O que é facto é que em Lisboa, ontem, havia alguma turbulência - e não estou a inventar - não propriamente pelo anúncio de que um novo partido poderia surgir, porque ninguém acreditou muito nisso como uma decisão tomada, mas porque as pessoas queriam essencialmente perceber o enquadramento das declarações de João Jardim no comício do Porto Santo no actual contexto da política nacional e, particularmente, no contexto do seu relacionamento com o PSD nacional.
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