sexta-feira, novembro 28, 2008

Opinião: "Jornalismo e Elites do poder"

"Os media contribuem para a criação de uma determinada ordem social resultante da divulgação de um tipo de conhecimento que emerge das suas relações com determinadas fontes de informação. Os media produzem, assim, um certo tipo de pensamento que se torna predominante na sociedade. A arte de governar é a arte de fazer crer, diz Debray e os media são as tecnologias da crença colectiva. O político tem de ocupar terreno, dia após dia, ou desaparece. Um Estado que não ocupe o pequeno écran perde “o contacto” com os eleitores. O Estado tem de produzir, nos dias de hoje, uma quantidade crescente de imagens e de sons. É o espectáculo do Estado que faz o Estado, como o monumento faz a memória. Um Estado que não possua nada para dar a ver e a ouvir, sem rituais, monumentos e documentos, é “um nada”. Discursos, textos e imagens devem circular para se tornar operacionais, a história descritiva e estática dos sinais do poder, a história dos historiadores, estará incompleta sem o estudo dos meios de transmissão desses signos, isto é, sem a história dos mediólogos. Este texto pretendeu ir além dos diagnósticos mais pessimistas que vêm os media como agentes de perversão da política, tornando-a mais vulnerável às tentações da demagogia, do espectáculo e da manipulação, ou mais optimistas e entusiásticos, segundo os quais os media tornam a política mais transparente e mais democrática.Mais importante que as opiniões definitivas de alguns ensaístas e editorialistas, se torna, a meu ver, aprofundar a investigação sobre as relações entre os media e as elites do poder, questão central à compreensão da realidade construída pelos media e, portanto, à compreensão das sociedades contemporâneas". Leia aqui o artigo de Estrela Serrano, docente da Escola Superior de Comunicação Social e actual membro da ERC-

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