sexta-feira, dezembro 05, 2008

Cabe tudo...

Embora não questionando a liberdade de qualquer político ou partido fazerem o que bem entenderem em termos de gestão mediática de “casos” que eles próprios geram, com a colaboração da comunicação social – já agora quantos telefonemas terão sido feitos para jornalistas locais a avisar que determinada iniciativa vai ter lugar, onde, como, etc? – acho questionável, perfeitamente misterioso que a procuradoria-geral da República, dotada de serviços próprios nos distritos continentais e nas regiões Autónomas, se transforme numa “caixa de reclamações”, tudo recebendo sem respeitar o que era suposto fosse uma hierarquia devidamente estruturada, articulada e solidária. Por este andar, ainda veremos, quem sabe, o “Bibi”, a Carolina Salgado, os membros do “gang” do Benfica, ou qualquer grupo de ladroeira lá do Norte, entrarem pela procuradoria-geral da Republica, na sede em Lisboa, a se queixarem não se sabe de quem ou do quê, com o argumento que na terra deles os serviços e os magistrados do Ministério Público, a quem cabe a investigação, são alvo de pressões ou inclusivamente de tentativas de coação ou de manipulados, como se depreende de declarações recentes – que nem são originais, porque basta ler certos espaços de opinião anónima - num descarado questionar da sua competência e da sua liberdade. O que me espanta é que, perante factos concretos, o Ministério Público, no caso da Madeira, se remeta ao silêncio, nada interessado em defender a sua honra, muito menos por parte de indivíduos que protagonizam comportamentos “exemplares” como foi o caso e que por isso, foram alvo de queixa junto do Ministério Público que agora, a partir de Lisboa, tentaram pôr em causa. É opor isso que cada vez mais admito a coragem de António Marinho, bastonário da Ordem dos Advogados, que contra tudo e contra todos, tem a coragem e a coerência de dizer hoje o que sempre disse, mesmo que seja incómodo ou polémico.
Bastonário dos advogados fala do BPN
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Bastonário dos Advogados considera prisão de Oliveira e Costa excessiva

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