terça-feira, dezembro 16, 2008

Dívida portuguesa ao estrangeiro aumenta 70 milhões por dia útil...

Será que alguém ainda duvida? Para a estação de televisão TVI, "em três meses, o País ficou a dever mais 5 mil milhões ao estrangeiro, o valor mais elevado de sempre. Portugal está cada vez mais endividado. Os números são assustadores. Por cada dia útil, Portugal fica a dever ao estrangeiro 70 milhões de euros, quantia que dava para pagar as obras de modernização de mais de 15 escolas. A economia portuguesa precisa de recorrer cada vez mais ao endividamento externo. Só no terceiro trimestre de 2008, esta dependência agravou-se em mais de 12% de toda a riqueza gerada pelo País, o que representa um salto significativo comparativamente aos 10% registados em 2007. Ou seja, em três meses Portugal ficou a dever mais 5 mil milhões ao estrangeiro, o valor mais elevado de sempre. Só para se ter uma ideia bem clara da gravidade da situação, a cada minuto que passa Portugal endivida-se em mais de 39 mil euros. O Instituto Nacional de Estatística (INE) explica que a deterioração da necessidade de financiamento no terceiro trimestre assenta em grande parte no facto de o País não se bastar a si próprio. Está mesmo muito longe disso. A crise financeira só agrava o problema, para o qual o Presidente da República já manifestou a sua própria preocupação. A riqueza gerada em Portugal no terceiro trimestre de 2008 não chegou a 42 mil milhões de euros, o que é manifestamente insuficiente para o que consumiu. De acordo com o INE, a procura interna quase chegou aos 46 mil milhões de euros. O que pesa no desequilíbrio desta balança é, por um lado, uma continuada deterioração no saldo entre o que Portugal vende e compra ao exterior. As exportações portuguesas continuam a representar apenas cerca de metade das importações. Portugal está entre os três países com maior nível de endividamento da Zona Euro. Há que ter em conta que a grande escalada do endividamento externo começou com a entrada do euro em 2002. A Moeda Única trouxe juros mais baixos e com o dinheiro a um preço acessível, os portugueses mudaram de comportamentos de consumo. Em média, a qualidade de vida da população melhorou, mas o nível de endividamento das famílias representa já 129% do rendimento disponível. Tudo isto à força do crédito obtido pela banca nos mercados internacionais. A crise financeira trouxe agora novas restrições à concessão de crédito. Os bancos têm maiores dificuldades em financiarem-se e o Governo dá uma ajuda através de garantias e emissão de dívida. Isso tem reflexo numa sobrecarga da dívida pública do Estado, que anda já à volta dos 64% da riqueza gerada a nível nacional, o equivalente a 107 mil milhões de euros".

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