terça-feira, dezembro 02, 2008

Futebol: Bota de Ouro

A Bola de Ouro é um prémio instituído pela UEFA, órgão máximo da gestão do futebol europeu, para galardoar o artilheiro dos campeonatos dos países membros. O título começou por ser atribuído a partir da época de 1967-68 pela revista France Football. Entre 1990 e 1996, não foi atribuído o troféu, embora sejam reconhecidos vencedores oficiosos. A causa foi um protesto da Associação de Futebol do Chipre pela entrega do prémio ao macedónio Darko Panev, artilheiro do campeonato jugoslavo pelo Estrela Vermelha, com 34 gols. Os cipriotas alegaram que um outro jogador teria marcado 40 golos no campeonato local naquela temporada (1990-91), embora os dois artilheiros daquela edição da Liga do Chipre tenham marcado, oficialmente, apenas 19 golos. Panev só receberia oficialmente o prémio em 2006. Um ano depois, a chuteira seria entregue também ao austríaco Toni Polster, 20 anos após ter sido o artilheiro da campeonato austríaco, com 39 golos. O premiado daquela temporada (1986-87), o romeno Rodion Camataru, terminou artilheiro em seu país com 44 golos, mas tendo marcado 20 tentos nas últimas 6 partidas, o que provocou fortes suspeitas de manipulação para favorecê-lo. O prémio voltou oficialmente na temporada 1996-97, agora pela European Sports Magazines, grupo de revistas desportivas europeias da qual a France Football faz parte. Para evitar confusão semelhante com a que envolveu Panev, introduziu-se a partir de então um coeficiente de multiplicação que tem como objectivo valorizar os golos marcados nos campeonatos considerados mais competitivos. Assim, entre o 1º e o 8º campeonatos da classificação da UEFA os golos passaram a valer 2 pontos; entre o 9º e 21º passaram a valer 1,5; enquanto nos restantes permaneceram com o valor unitário.Com a adopção dos coeficientes, apenas duas vezes o premiado realmente terminou a temporada como artilheiro absoluto do continente: o brasileiro Mário Jardel, em 1999, e o sueco Henrik Larsson, em 2001. Os maiores "prejudicados" foram os galeses: desde a interrupção do prémio da forma que era, em 1990, quatro já terminaram a temporada como maiores goleadores europeus e não puderam receber a distinção: David Taylor, Tony Bird, Marc Lloyd e Rhys Griffiths; todos foram artilheiros da inexpressiva Liga Galesa.Curiosamente, Jardel já experimentou também as sensações de ser novamente o artilheiro absoluto e perder o prémio (em 2000, para o inglês Kevin Phillips) e a de recebera distinção sem ter sido o maior artilheiro (em 2002, sobre LLoyd). Em 2007, dois brasileiros dividiram a artilharia absoluta do continente, Afonso Alves e o naturalizado croata Eduardo da Silva, mas o prémio ficou com o italiano Francesco Totti.

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