quarta-feira, dezembro 17, 2008

Medicina: jovens médicos madeirenses desiludidos

Várias dezenas de jovens novos médicos madeirenses, que este ano iniciam o chamado "ano comum" ficaram desiludidos com a primeira lista de colocações ontem divulgada pelo Ministério da Saúde, na medida em que, devido às médias finais de licenciatura obtidas, não conseguiram colocação nos hospitais da Região que, em contrapartida, terão recebido um significativo número de jovens clínicos continentais. De acordo com a legislação vigente, "o ano comum corresponde a um processo de formação inicial do internato médico e abrange todos os ramos de diferenciação profissional e tem a duração de 12 meses, incluindo 1 mês de férias". De acordo com essa legislação, a estrutura do ano comum é constituída por cinco blocos formativos: a) Formação em medicina interna; b) Formação em pediatria geral; c) Formação em obstetrícia; d) Formação em cirurgia geral; e) Formação em cuidados de saúde primários: i) Formação em clínica geral; ii) Formação em saúde pública. A sequência dos blocos formativos não tem carácter obrigatório. Este ano comum substitui o antigo internato geral (2 anos), no qual os médicos faziam o exame e depois entravam na especialidade. Os jovens médicos são colocados em função da média e das opções hospitalares de cada. Neste momento a Região paga mais 400 euros mensais a jovens médicos continentais sem a garantia de que estes continuarão na Região, ao contrário dos madeirenses que dispersos por hospitais continentais, pretendem exercer medicina na Madeira mas não tem qualquer mecanismo de defesa e que lhes garanta o regresso à Região. Neste ano comum os jovens médicos auferem 1620 euros de vencimento enquanto que no continente esse montante se situa pelos 1200 euros. Os Açores abriram este ano 38 vagas contra 21 abertas na Madeira, número reduzido este que está relacionado com a falta de verbas. Apurei também que das 21 vagas abertas para a Madeira cerca de 80% não foram preenchidos por jovens médicos da região (por outro lado dos médicos que este ano escolheram a especialidade na Madeira, ou seja, depois de terem cumprido o ano comum iniciado no ano passado, apenas 3 não eram naturais da Madeira).
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S. João é o melhor entre 22 hospitais ibéricos

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