segunda-feira, dezembro 15, 2008

Porto Santo: "Columbus resort" com problemas?

Garantiram-me hoje que o complexo turístico "Columbus Resort", em construção (lenta, praticamente parada) no Porto Santo, iniciativa do empresário madeirense Sílvio Santos, actualmente radicado em Lisboa, poderá ter-se confrontado esta semana com problemas inesperados mas que já terão sido comunicados ao Governo Regional da Madeira. Refiro-me ao facto do grupo "Starwood", ligado à hotelaria, poder ter anunciado a sua imediata desvinculação do projecto, em grande medida devido aos atrasos das obras e ao facto de não haver qualquer garantia de que a sazonalidade do Porto Santo, como lunaticamente alguns ainda acreditam ser possível alterar, se consegue de um momento para outro. O facto do empresário Dionísio Pestana ter fechado a sua recente unidade hoteleira, nos meses de Dezembro a Fevereiro de 2009, confirmou esse desinteresse do grupo "Starwood". Contudo não me cabe a mim confirmar uma informação que veiculo neste espaço com a devida reserva e interrogação. Quero apenas recordar que o empreendimento foi apoiado pelo programa Piter I, da Secretaria de Estado do Turismo, e que o regulamento deste sistema de incentivos determina que os empreendimentos apoiados devam estar concluídos até final deste ano! Lembro a propósito que o "Columbus Resort" enfrentou problemas desde muito cedo ("A construção do Colombo Resort’s, na ilha do Porto Santo, vai parar devido a um processo cautelar desencadeado pelo Procurador da República junto do Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal.Esta situação surge devido a dúvidas levantadas pelo Procurador da República em relação à distância entre a obra e a duna, bem como se a mesma respeita o Plano Director Municipal do Porto Santo. Aquele responsável questiona ainda se a ausência do Plano de Ordenamento da Orla Costeira não deveria impedir a Câmara Municipal de licenciar a obra, tal como determina o ponto 1 do Decreto-Lei n.º 309/93. O Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal já notificou a Sociedade Imobiliária e Turística do Campo de Baixo – empresa do Grupo SIRAM, responsável pela construção do Colombo Resort’s – desta acção cautelar, que determina a interrupção imediata das obras em curso. Esta decisão pode ser contestada pela empresa do Grupo SIRAM nos próximos 15 dias", Abril de 2006) e que a própria crise não tem ajudado: "Campo Real e Colombo's Resort são alguns dos empreendimentos afectados, ainda que de formas diferentes. A crise do imobiliário que se vive no Reino Unido e Irlanda já fez as primeiras vítimas em Portugal. Os ‘resorts' turísticos - negócio que, até agora, havia sido a salvação do imobiliário português - sofreram, em 2007, quebras nas vendas na ordem dos 5% e a tendência é para continuar. Mas quais são então as razões para esta situação? O turismo residencial em Portugal fugiu sempre às crises económicas do País porque sobrevivia dos compradores estrangeiros, principalmente ingleses, irlandeses ou alemães, clientes com forte poder de compra e que tinham Portugal como primeiro destino de férias. Mas agora, com a quebra dos preços das casas em Inglaterra e na Irlanda, e com a desvalorização da libra face ao euro, as vendas começaram a retrair-se."Grande parte das compras de segunda habitação eram alavancadas com as hipotecas da primeira habitação e com as casas a desvalorizar as hipotecas vão valer menos", explica Joaquim Montezuma, consultor imobiliário da Imoeconometrics" (aqui). Quanto às alegadas dificuldades de crédito - versão que corre na Ilha Dourada - apenas constatei, consultando o site do BCP que este ano a empresa foi objecto de um "Lead Arranger do financiamento, no montante de 23 milhões de euros, do projecto de desenvolvimento de um Hotel e Aparthotel no Colombo’s Resort na ilha de Porto Santo, na região da Madeira".

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