segunda-feira, dezembro 15, 2008

Rafeirices

“A virtude é a perfeição no estado de homem e não a ausência de defeitos. Se eu quero construir uma cidade, pego na malandragem e na ralé. O poder há-de nobilitá-las. Ofereço-lhes uma embriaguez, diferente da embriaguez medíocre da rapina, da usura ou da violação. É ver aqueles braços nodosos que edificam. O orgulho vai-se transformando em torres, templos e muralhas. A crueldade torna-se grandeza e rigor na disciplina. E ei-los a servirem uma cidade nascida deles próprios. Trocaram-se por ela no fundo dos corações. E morrerão de pé, nas muralhas, para a salvarem. Só descobrirás neles virtudes resplandecentes. «Mas tu, que pões má cara diante do poder da terra, diante da grosseria, da podridão e dos vermes dos homens, começas por pedir ao homem que não seja e que não tenha nem sequer cheiro. Reprovas-lhe a expressão da sua força. Instalas capados à frente do império. E eles entram a perseguir o vício, que não passa de poder mal empregado. É o poder e a vida que eles perseguem e, no entanto, tornam-se guardiões de museu e vigiam um império morto” (Antoine de Saint-Exupéry, "Cidadela")
Os crápulas continuam na senda da idiotice. Agora, segundo me disseram, até me tentam associar a blogs anónimos que por aí vão. O que faz o desespero! Como já perceberam a graça e como andam todos “apertadinhos” porque não sabem em que é que vão dar os processos que existem contra eles divagam com uma habilidade que tenho que reconhecer: como não fazem nada na vida, mas não fazem mesmo nada na vida, tendo por isso o tempo que quiserem, assentam arraiais no escritório nas instalações da Assembleia na rua da Alfândega (já viram o caricato de um partido que nem tem sede no Funchal preferindo viver à custa do erário público, recebendo mensalmente mais de 3 mil contos, a que se juntam instalações, equipamentos, telefones, papel, etc) e com o dinheiro que recebem dos cofres da Assembleia, cobrem as suas despesas (nas isso a seu tempo alguma entidade vai clarificar tudo…) gastam tempo com blogs, pagam pessoas para fazerem blogs anónimos, têm, avençados., una mais envergonhados que outros, ao seu serviço, enfim, uma autêntica espiral de frustrações, poeiras, cheiros, maltes escoceses, ressacas. Mas deixa-los ser felizes. Eles divertem-se assim, são felizes, gritam, brincam, imaginam-se na linha do Tua, deliram, é assim a escumalha. Funcionários ou não. Todos com a vidinha feita, organizada e sem deverem nada a ninguém...
Como dizia o escritor e poeta indiano Rabindranath Tagore, “o bosque seria muito triste se só cantassem os pássaros que cantam melhor (…) O cãozinho rafeiro suspeita de que toda a gente conspira para lhe roubar o lugar”. Ou David Hume (Tratado da Natureza Humana): “Não é a desproporção entre nós e os outros que produz a inveja, mas, pelo contrário, a proximidade. Um soldado raso não nutre pelo seu general inveja comparável à que poderá sentir pelo seu sargento ou por um cabo; nem um escritor eminente encontrará tanta inveja por banda dos escritorecos vulgares como nos autores que dele mais se aproximam”

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