sábado, dezembro 13, 2008

Relatório sobre «índice de vulnerabilidade» das regiões face aos desafios em 2020

Segundo a Comissão Europeia, "Danuta Hübner, a Comissária Europeia responsável pela política regional, apresentou as conclusões do relatório «Regiões 2020» e uma primeira projecção dos possíveis impactos regionais de quatro grandes desafios que a Europa enfrenta: a globalização, as tendências demográficas, as alterações climáticas e energia (utilização e abastecimento). As conclusões do relatório, elaborado pela Direcção-Geral da Política Regional da Comissão, serão integradas no processo de reflexão sobre o futuro da política de coesão europeia. A Comissária Hübner comentou o seguinte sobre a análise: «Num contexto económico turbulento, é mais do que nunca evidente que a UE precisa de políticas flexíveis e viradas para o futuro que lhe permitam adaptar‑se às mudanças e às novas pressões. Os grandes desafios que estamos a enfrentar afectarão as regiões da Europa de maneira diferente e com intensidade variável. O relatório «Regiões 2020» apresenta um primeiro panorama das disparidades que estes desafios produzirão e do modo com se reflectirão na concepção futura da política de coesão e nas suas prioridades de investimento». Através de um conjunto de indicadores, o relatório traça um «índice de vulnerabilidade» que indica o grau de vulnerabilidade com que as regiões enfrentarão o impacto da globalização e os problemas de demografia, alterações climáticas e energia. Examina ainda as consequências potenciais na perspectiva de 2020. As conclusões principais são destacadas em seguida:
- Importantes divergências resultantes da globalização

O índice de vulnerabilidade para 2020 apresenta amplas variações globais dos factores de produtividade estimada, taxa de emprego e níveis de educação. As conclusões globais revelam que as regiões com economias competitivas e inovadoras beneficiarão da globalização, enquanto as regiões sem capacidade para desenvolver economias baseadas no conhecimento estarão, talvez, mais expostas. As projecções sugerem que muitas regiões no Sul e no Leste da UE, desde a Letónia ao Sul de Portugal, se encontrarão na situação mais desfavorável. Contudo, o relatório indica igualmente que as regiões com centros urbanos importantes, que tendem a atrair residentes com elevado nível de educação e indústrias de vanguarda, deverão ter condições para prosperar.
- Diversidade nos modelos demográficos
O relatório revela projecções de declínio populacional num terço das regiões europeias até 2020. A maioria destas regiões situa‑se nos novos Estados-Membros da Europa Central e Oriental, na Alemanha Oriental, no Sul de Itália e no Noroeste de Espanha. O relatório prevê igualmente que em muitos países da Europa Central e Oriental só surjam problemas demográficos posteriormente, sugerindo que esse hiato seja aproveitado para preparar esses sistemas sociais e económicos para o impacto do envelhecimento populacional.
- Impacto alargado das alterações climáticas
O relatório prevê que a maioria das regiões europeias venham a ser mais ou menos negativamente afectadas pelos impactos das alterações climáticas. Nota igualmente que se farão sentir tensões em vários sectores económicos, nomeadamente turismo, produção de energia, agricultura e pesca. Mais de 170 milhões de pessoas, que representam mais de um terço da população da UE, vivem nas regiões com maior pressão. A Europa do Sul e de Leste sofrerá mudanças do modelo de precipitação e aumentos de temperatura, enquanto as regiões a Norte e a Oeste serão mais afectadas pela erosão costeira e por eventos meteorológicos extremos, como tempestades.
- Volatilidade do mercado da energia: desafio comum
Todas as regiões da UE estão cada vez mais expostas a mudanças nos mercados da energia, o que suscita preocupações de abastecimento e desafios em termos de eficiência energética e sustentabilidade ambiental. A análise indica que as regiões da Europa do Norte e Ocidental, regra geral, parecem estar mais bem preparadas para enfrentar estes desafios nos anos vindouros. Por outro lado, as regiões periféricas situadas principalmente nos Estados-Membros Orientais e do Sul afiguram-se particularmente vulneráveis.
- Alertar as regiões para a gravidade dos riscos
O relatório conclui que o enquadramento político europeu deve ser adaptado para ajudar as regiões a responder aos desafios de 2020 e indica que todas as regiões terão de encontrar as suas soluções locais para responder aos desafios em face (para aceder ao texto integral do relatório «Regiões 2020», aqui)
- Antecedentes
A discussão sobre o futuro da política de coesão continua, com o concurso de uma vasta gama de partes interessadas. O 4.º Relatório sobre a Coesão publicado em Maio de 2007 lançou uma primeira consulta pública. «Regiões 2020» representa a próxima fase do processo. Os índices por categorias e regiões encontram‑se no anexo:1. Índice de Vulnerabilidade às Alterações Climáticas
2. Índice de Vulnerabilidade Energético
3. Índice de Vulnerabilidade à Globalização
4. Índice de Vulnerabilidade às Alterações Demográficas
5. Índice de Vulnerabilidade às Alterações Múltiplas
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