terça-feira, dezembro 16, 2008

A vergonha do BCP: gestores a ganhar 2 mil contos por dia!

Como é possível haver em Portugal gestores bancários que ganharam 10 mil euros por dia (2 mil contos!) enquanto estiveram em funções e agora até são suspeitos de irregularidades?! A denúncia foi publicada hoje pelo Correio da Manhã, num texto do jornalista Miguel Alexandre Ganhão e que já está disponível online para os interessados: "Os três presidentes e os quatro administradores do BCP acusados pelo Banco de Portugal ganharam 162,3 milhões de euros em remunerações fixas e variáveis, no período compreendido entre 2002 e 2006, o que dá uma média de cerca de dez mil euros por dia. Segundo informações dos relatórios e contas do próprio BCP, em termos médios, os nove elementos que compunham os Conselhos de Administração do banco (entre 2002 e 2006) receberam 3,6 milhões de euros por ano, só em remunerações. Em 2002, data em que o Banco Português de Investimento (BPI) denunciou ao Banco de Portugal a utilização irregular de offshores por parte de administradores do BCP para a compra de acções do banco, as remunerações dos membros do Conselho de Administração, liderado por Jorge Jardim Gonçalves, e integrando seis dos sete administradores agora acusados, totalizaram 43,4 milhões de euros, sendo que mais de 41 milhões dizem respeito à componente variável. No ano seguinte, os mesmos elementos do Conselho de Administração ganharam 29,5 milhões. E em 2004 mais 31,3 milhões. No exercício de 2005, Jardim Gonçalves passa a presidência a Paulo Teixeira Pinto e a remuneração do Conselho de Administração mantém-se a mesma do ano anterior; 31,3 milhões (com 26 milhões para componente variável). No seu segundo ano à frente do BCP, Teixeira Pinto corta na remuneração da Administração que baixa para os 26,8 milhões. Mas é em 2007, já com as investigações do Banco de Portugal suportadas por documentos que denunciavam as transacções offshore, e com Filipe Pinhal na presidência (depois da renúncia de Teixeira Pinto em 31 de Julho), que o Conselho de Administração do BCP tem o seu ano mais 'modesto'. Os nove administradores receberam 4,7 milhões de euros, sem remunerações variáveis. Para além dos administradores foram ainda acusados dois altos funcionários do banco, Luís Gomes e Filipe Abecassis, que, no entanto, continuam a trabalhar na instituição. 'São colaboradores do banco e vão continuar em funções', adiantou uma fonte do Millennium BCP, que recusou fazer mais comentários".

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