Segundo o Correio dos Açores, num texto da jornalista Nélia Câmara, "a subcomissão de Trabalhadores da RTP-Açores, completado que está um ano de vida, veio a público denunciar a falta de estabilidade que se vive no Centro Regional, levantando a problemática de que, supostamente, o ambiente que se vive no Centro Regional da televisão açoriana se deva à equipa directiva, liderada por Pedro Bicudo, que tomou posse ainda não tem dois anos.Refere mesmo que "a cascata" de demissões ocorridas na televisão regional, independentemente das razões individuais, "não podem ser sintomas de boa saúde desta equipa directiva. Algo não vai bem neste grupo de liderança", ao mesmo tempo que sublinha a subcomissão o facto de haver "uma série de eventos que abalam a estabilidade e o prestígio deste órgão de comunicação social". A subcomissão diz também ser urgente averiguar se as afirmações de Aníbal Pires, deputado regional do PCP, têm cabimento, uma vez que o parlamentar admitiu a possibilidade de haver "ingerência do poder político na Informação e no alinhamento dos noticiários". Diz a Subcomissão que urge averiguar porque se são graves, "mais grave é que tal facto não tenha merecido qualquer comentário por parte da Direcção. Parece ter sido suficiente o desmentido governamental".Os trabalhadores dizem não ter ainda provas dessa ingerência, mas admitem existirem "dados que comprovam uma atitude de pressão arrogante e prepotente". Dão como exemplo: "O comunicado do Governo acusando um/a jornalista de tentativa de desinformação ou o subserviente pedido de desculpas ao presidente do governo por uma reportagem de que Sua Ex.ª não apreciou o estilo, são acontecimentos preocupantes". Por isso, dizem, "neste contexto assume contornos de particular gravidade a demissão das chefias de Informação, primeiro na Rádio e agora também na Televisão, a revelar instabilidade neste Centro Regional e de algum modo evidenciar a ruptura de um projecto que não consegue reunir os necessários consensos". Mas se o cenário não é dos melhores na RTP-Açores, a Subcomissão é de opinião que "as condições de trabalho tendem a piorar". Mais. "O já mítico "novo edifício" a ser construído de raiz, uma bandeira deste projecto de unificação da Rádio e da Televisão, nem no papel existe. Entretanto, o CA encomendou estudos no sentido de comprimir todos os serviços num único edifício que foi construído para acomodar apenas a Rádio, como se fosse possível «meter o Rossio na Betesga».
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