sábado, janeiro 03, 2009

"Crise financeira leva 50 companhias aéreas à falência"

Numa reportagem assinada pelo jornalista AC lembra o Expresso, hoje, que "o ano de 2008 ficará para a história como um dos mais trágicos na aviação: o pior de que há registo nas últimas cinco décadas. Em 2008, a aviação comercial obteve os piores resultados dos últimos 50 anos, com prejuízos globais que se aproximam dos 5000 milhões de dólares (3546 milhões), isto no que respeita, apenas, às 230 companhias aéreas filiadas na IATA — Associação Internacional do Transporte Aéreo. Só a TAP deverá contribuir com mais de ¤170 milhões para este total. “Em consequência da quebra de preço nos combustíveis, registou-se uma ligeira melhoria relativamente à nossa previsão de Setembro, em que as perdas chegariam aos 5200 milhões de dólares (3687 milhões)”, revela Giovanni Bisignani, director-geral e presidente executivo da IATA. “As perspectivas são fracas. A crise crónica na indústria da aviação vai continuar em 2009, com perdas de 2500 milhões de dólares (1773 milhões)”. Esta redução nos prejuízos é explicada por uma rápida recuperação nas transportadoras norte-americanas, que foram das mais afectadas pelo preço dos combustíveis, em 2008 (3900 milhões de dólares/2765 milhões de perdas), mas lograram reduzir em 10% a sua capacidade. “Em 2009, a América do Norte vai ser a única região com lucros, de 300 milhões de dólares (212 milhões), mas que representam menos de 1% da sua facturação; com a recessão no Japão e a quebra de tráfego na China e na Índia, esperam-se prejuízos no valor de 1100 milhões de dólares (780 milhões) na Ásia-Pacífico; a Europa vai perder outros 1000 milhões de dólares (709 milhões); enquanto o Médio Oriente e a América Latina somarão 200 milhões de dólares (141 milhões) cada de prejuízo. O próximo ano vai ser difícil para todos”, conclui Giovanni Bisignani. Antes de presidir aos destinos da IATA, Bisignani esteve à frente da companhia aérea Alitalia, que escapou por pouco à falência, em 2008. Depois de uma fusão com a Air One e ultrapassada a intransigência de alguns sindicatos, foi finalmente aceite a proposta de compra do consórcio CAI (Companhia Aérea Italiana) e reatadas as negociações para a venda de 25% da empresa à Air France/KLM. Menos sorte tiveram meia centena de transportadoras aéreas que não resistiram aos aumentos sucessivos do petróleo, na primeira metade de 2008, ou à crise económica e financeira, no segundo semestre. As mais afectadas foram as companhias de baixo custo, apesar de apresentarem um modelo de operação, em média, com custos 33% inferiores aos das empresas de serviço completo. Para escapar à falência, algumas companhias decidiram unir esforços e concentrar as suas actividades através de fusões. A exemplo de operações bem sucedidas, como a Air France/KLM e a Lufthansa/Swiss, empresas como a British Airways e a Ibéria, a Northwest Airlines e a Delta, a Vueling e a Clickair ou a Gol e a Varig iniciaram processos de aproximação. Aparentemente, a TAP mantém-se à margem destas movimentações, embora corram rumores de uma possível aliança com a brasileira TAM ou com a angolana TAAG. Multiplicam-se, igualmente, as tentativas de aquisição: a Virgin Atlantic está em negociações com a Lufthansa para a compra de 80% da companhia de aviação regional britânica BMI, para fazer concorrência à British Airways. Esta, por sua vez, desistiu da fusão com a australiana Qantas. Os restantes 20% da BMI pertencem à transportadora escandinava SAS, que a Lufthansa também tentou comprar, acabando a sua escolha final por recair na Austrian Airlines. E a partir da Air Dolomiti, a companhia alemã criou a Lufthansa Itália, que começará a voar para vários destinos na Europa, com base no aeroporto de Milão". Vale a pena ler para conter euforias...

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