sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Açores: polémica com a "dormida" dos aviões da SATA

Li no Correio dos Açores que "o PSD/Açores considerou que a concentração da nova frota da SATA em São Miguel vai "prejudicar todas as ilhas", alegando que tal "afecta o interesse público" do serviço de transporte aéreo inter-ilhas. "Tal decisão afecta o interesse público subjacente ao serviço em causa, designadamente ao nível da protecção civil, da segurança e da normalidade da actividade do transporte aéreo nos Açores", afirmou o deputado social-democrata Clélio Meneses, numa declaração política feita na Assembleia Legislativa dos Açores. Para o parlamentar do PSD/Açores, é "essencial" que, pelo menos, uma dos aviões da SATA tenha a sua base no aeroporto das Lajes, na Terceira, visto "ser necessário assegurar as respostas ao nível da protecção civil e do apoio ás populações em caso de catástrofe ou de qualquer situação de emergência, o que fica claramente comprometido com o isolamento apenas numa ilha" de toda a frota da companhia aérea regional. Segundo Clélio Meneses, "com a implementação de tal tipo de políticas está a prejudicar-se todas as ilhas dos Açores e, nessa medida, o desenvolvimento da Região e a qualidade de vida dos açorianos". O deputado social-democrata alegou que "não é de todo impossível que o agravamento do estado do tempo inviabilize todas as saídas de Ponta Delgada, como já aconteceu por diversas vezes devido a nevoeiros ou ventos fortes do quadrante norte", ao mesmo tempo que as condições meteorológicas na Terceira "permitem a operação para outras ilhas do arquipélago". "Neste cenário, e imaginando todas as aeronaves estacionadas em Ponta Delgada, todos os açorianos, turistas, ou viajantes em geral serão lesados e sacrificados por estas naturais eventualidades", sublinhou. Havendo uma aeronave com base na Terceira, como sucede desde 1993, "a SATA poderia fazê-la descolar, rumando a outras ilhas dos Açores, garantindo um serviço mínimo ou até mesmo de emergência". O parlamentar do PSD/Açores acrescentou que a presença de um avião da SATA na Terceira se justifica no caso de um "cenário de catástrofe natural durante a noite na ilha de São Miguel, como, por exemplo, um sismo que afecte a operacionalidade da pista ou ventos fortes que danifiquem as estruturas aeroportuárias ou as próprias aeronaves, estacionadas no aeroporto de Ponta Delgada, inviabilizando a operação a partir deste aeroporto". "Também nestas eventuais e naturais situações, só com a existência de uma aeronave estacionada permanentemente no aeroporto das Lajes seria garantido um serviço mínimo nas restantes ilhas do arquipélago" frisou". O mesmo jornal noticiara antes, num texto intitulado "Devido a uma mudança de local de pernoita dos Q200: SATA afasta ideia de base exclusiva em São Miguel", que a "denúncia foi feita por funcionários da companhia aérea açoriana, e isto porque, com a renovação da frota, a SATA deverá centralizar todos os aviões no aeroporto de Ponta Delgada. Os trabalhadores da transportadora aérea temem que a decisão esteja, praticamente, tomada e pedem a intervenção do poder político. A SATA já anunciou que, um dos novos aviões, deverá servir, essencialmente, o Grupo Ocidental e as ilhas Graciosa e São Jorge, mas existem suspeitas que a referida aeronave não deverá pernoitar no aeroporto da Terceira, nas Lajes, como acontece, actualmente, com o Dornier, desde o início dos anos 90. A denúncia foi feita por funcionários da companhia que apontam como intenção da Administração da SATA, ter base exclusiva em Ponta Delgada, o que coloca em causa a existência de uma tripulação e de mecânicos na ilha Terceira. Os trabalhadores alegam ainda que uma aeronave estacionada nas Lajes, e num cenário de catástrofe ou de mau tempo, poderá assegurar os serviços de emergência e, por isso, querem saber o que pensa o Serviço Regional de Protecção Civil e até a classe política. Os funcionários não percebem também esta medida e garantem que a permanência de um avião na ilha Terceira não prejudica a operacionalidade da Empresa e lembram que, com menos recursos, a companhia mantém um avião ATP em permanência na ilha da Madeira. Outra justificação foi dada à Antena 1/Açores: a permanência de mais aeronaves nas Lajes evita voos para troca de tripulações e, por essa razão, esperam que a SATA abandone a ideia de centralizar todos os aviões em Ponta Delgada. Face à notícia avançada, o Grupo SATA esclareceu ontem mesmo que a substituição do equipamento Dornier (actualmente a operar nas ilhas do Grupo Central e Ocidental) pelo equipamento Q 200, “não levará ao encerramento de serviços na ilha Terceira, não diminuirá a actividade operacional naquela ilha, e não conduzirá à diminuição de postos de trabalho”.
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Assembleia discute concentração da Sata

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