segunda-feira, março 30, 2009

Encomendas?

Não me perguntem porquê mas acho lamentável que alguns (umas) correspondentes, e nem falo na velha guarda, parecem comportar-se como uma espécie de caixas de ressonância do que lhe encomendam. Basta ver certos textos publicados, basta olhar ao destaque dado - a que propósito? - a alguns assuntos patéticos, para percebermos que é fácil trabalhar assim, com o telemóvel sempre ligado e sentado(a) na poltrona. Este fim-de-semana tivemos mais dois casos desses, que apenas ajudam a mostrar os motivos porque o jornalismo chegou ao estado de degradação em que se encontra, mergulhado numa crise de credibilidade e de sustentabilidade que terá consequências ainda maiores do que as que muitos pensam. O que me espanta é que os jornalistas, por alegadas incompatibilidades, discricionariamente enumeradas pela Comissão da Carteira Profissional, seja legalmente obrigados a devolver os seus títulos profissionais - e não falo por mim porque até nem tenho saudades, se querem saber a verdade - exigência que nalgumas situações e sem fundamentalismos extremos, concordo em absoluto. Mas, por outro lado, a banalização com que hoje se passam carteiras profissionais associadas à forma perfeitamente absurda como se proliferaram os títulos de equiparados, e olhamos depois a toda uma série de comportamentos, de ausência de princípios éticos e de outras posturas que eu penso que nada tem a ver com o código deontológico de uma profissão demasiado séria para andar mergulhada na bandalheira em que anda - sem generalizar - é motivo, melhor dizendo, deveria ser motivo, de reflexão e de preocupação para uma classe que nem para defender uma das suas conquistas mais importantes - a Caixa de Previdência e Abono de Família dos Jornalistas - foi capaz de se mobilizar.

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