domingo, julho 12, 2009

Angola atrasa pagamentos às empresas portuguesas...

Escreve o Jornalista Bruno Faria Lopes, Publicado do “Jornal I” que “Angola, o quarto maior mercado de exportação de Portugal, está a travar o ritmo de encomendas e de pagamentos às empresas portuguesas, uma consequência da queda das receitas públicas e das reservas cambiais causada pela descida do preço do petróleo. O sector da construção português é o mais afectado, devido ao número de empresas e aos grandes volumes envolvidos, mas há gestores de outras áreas, como alimentação, bebidas e novas tecnologias, que confirmam atrasos nos pagamentos ou quebras no ritmo das exportações. "Sim, temos sentido uma dilatação nos prazos de pagamento, se compararmos com o histórico do último ano", admite ao i Luís Paulo Salvado, administrador executivo da Novabase. "Temos capacidade para gerir esta dilatação - no entanto, é uma situação para continuarmos a acompanhar com muita atenção", acrescenta. Em Angola, a dependência face ao petróleo e ao gás é enorme - o sector vale 56% da criação de riqueza e 90% da receita pública - e o colapso do preço do barril foi um golpe para os cofres do Estado, já pressionados pelas obras públicas de reconstrução do país lançadas em 2008. O desequilíbrio macroeconómico causado, assim como a necessidade de impor a ordem na saída de dinheiro para o estrangeiro (ver texto ao lado), é uma das razões que explicam o controlo da saída de divisas estrangeiras. "O Banco Nacional de Angola está a vender menos divisas, o que está a gerar um pipeline de transferências que não estão a obter do banco central quando antes facilmente as tinham", explica Luís Mira Amaral, presidente do Banco Internacional de Crédito em Portugal. Este controlo das divisas impõe dificuldades às empresas. "Constatamos que temos sentido algumas dificuldades na transferência de divisas de Angola para Portugal", confirma ao i o porta-voz da construtora Edifer. "Comprámos materiais e equipamento que temos de incorporar nas obras em Angola, mas que são dívida em Portugal, e os pagamentos angolanos são necessários para honrar estes compromissos. Temos ainda 250 colegas expatriados que têm de ser pagos, e isto acarreta alguma preocupação", acrescenta. A Edifer - que, tal como as restantes empresas contactadas, preferiu não revelar os valores em falta - indicou ainda que tem notado um atraso nos pagamentos nas empreitadas lançadas pelo governo. Estes oscilam entre os quatro e os noves meses, dependendo da situação".

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