quarta-feira, julho 01, 2009

João Jardim: "A cada filiado no PSD/Madeira, na diversidade de opinião a que cada um tem direito, cabe-lhe cerrar fileiras nunca dividindo por dentro"

Alberto João Jardim assina um artigo de opinião na próxima edição do "Madeira Livre", intitulado "Vêm aí as Eleições Autárquicas":
"O Partido Social Democrata da Madeira vai apresentar candidatos a todos os Órgãos de todas as Autarquias da Região Autónoma da Madeira. Ao longo dos seus trinta e cinco anos de existência, a filosofia e a prática do PSD foram a de considerar o Projecto Madeira como um todo, subordinado aos Direitos, Liberdades e Garantias da Pessoa Humana, isto é, de todos e de cada um dos Madeirenses e Portossantenses, como tal apontado à concretização do Bem Comum.
Logo, primeiro a Madeira, depois o Partido. Logo, um todo em que Governo Regional, os deputados sociais-democratas à Assembleia Legislativa da Madeira, à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu, bem como todos os autarcas eleitos pelo PSD/Madeira, e ainda os titulares designados para outras entidades públicas no critério da confiança política de base democrática, sem excepção, são executantes do referido Projecto Madeira. É a concepção do Partido Social Democrata da Madeira como uma Armada de Paz e de Desenvolvimento Integral, alicerçada na Democracia, na Autonomia Política do arquipélago e na socialização, leia-se, justa distribuição da riqueza e solidariedade social. Em circunstância alguma, nunca o PSD/ Madeira deverá sair fora destes Princípios. Princípios que não são apenas fundadores, mas sobretudo alavanca da acção permanente. Costumo dizer que os momentos mais difíceis na vida partidária são os da escolha dos candidatos a autarcas. Primeiro, porque é sempre muito difícil decidir entre Homens e Mulheres, todos com o seu valor pessoal, que integram as hostes sociais-democratas, quer como filiados, quer como meros simpatizantes do Projecto Madeira a que nos propomos. Até porque, sendo o Partido Social Democrata o instrumento desse Projecto, e não um fim em si próprio, nunca se cingiu ao mero núcleo dos seus milhares de filiados, mas procurou sempre escolher do melhor que a Madeira felizmente tem.
E a dificuldade na feitura das listas aumentou, dada uma incrível “lei da paridade” que desconsidera o Valor de cada Mulher, Destas fazendo um mero número de proporção em relação aos Homens. Segundo, porque a vida autárquica está politicamente mais próxima do Cidadão. As exigências quotidianas são sempre mais pressionantes sobre um autarca do que sobre outro qualquer titular de cargo público.
Daqui resulta que esta maior proximidade dos autarcas em relação à população, fá-los objecto de fortíssimos graus de reivindicações, umas possíveis, outras impossíveis, umas justas, outras injustas. Pode até implicar que a avaliação do trabalho de um autarca, apesar de positivo, venha a padecer de apreciações injustas, ou que o feitio pessoal de alguns autarcas – e cada um tem direito à sua maneira de ser – embora não sendo causa de muitos erros, no entanto revele menos conformidade com a legítima maneira de ser das pessoas, na identidade própria que cada comunidade autárquica possui. Terceiro, e fundamentando as dificuldades de escolha que referi, porque é o Projecto Madeira que está constantemente prioritário, há que encontrar soluções que, sempre obedecendo a um critério de competência pessoal inquestionável, de certo modo venham de encontro aos sentimentos predominantes em cada Autarquia na sua dimensão.
Isto não se trata de o Partido Social Democrata se preocupar, sequer, com os candidatos que a Oposição eventualmente apresente. Trata-se de manter mobilizada para o projecto comum de Desenvolvimento Integral do arquipélago a maioria da população de todas e de cada uma das Autarquias Locais existentes.
Trata-se da obrigação de escolher bem, que democraticamente incumbe ao órgão do Partido estatutariamente competente, Estatutos e órgão a seu tempo aprovados e eleito pelo Congresso Regional do PSD/ Madeira. Eu sei que é impossível a justiça perfeita, quando se trata de escolher entre pessoas Como também sei que, em vários casos, pesem a perfeição e a imperfeição simultâneas de qualquer obra humana, uma certa continuidade é aconselhável, embora não regra absoluta, para que os processos de interacção político-administrativos entre todos os responsáveis da Região nas mais variadas funções públicas mantenham o grau positivo.
Se a Madeira se desenvolveu como se desenvolveu, tal é devido à excelente articulação que foi mantida entre os eleitos sociais-democratas, em todos os diferentes postos políticos que desempenham. Os pouquíssimos casos, excepcionais, em que uma Câmara Municipal não foi da responsabilidade do PSD/Madeira, saldaram-se, à vista de todos, por uma incompetência confrangedora. E não foi por não lhe terem sido postos meios à disposição, pelo Governo Regional. Não seguirmos o carácter anti-ético da política de Sócrates para com a Região Autónoma da Madeira. O que aconteceu, num caso, foi mera inanição. E, noutro caso ainda mais grave, a recusa dos meios que o Governo Regional punha à disposição, para, de seguida e através da mentira, fazer crer à respectiva comunidade autárquica que haveria boicote do Executivo madeirense. O Povo, na sua Sabedoria, acabou por correr com essa gente.
Mas eu sei o esforço e o custo que foram necessários para recuperar tais tempos perdidos. Esta continuidade eficiente da articulação de esforços Governo Regional-Câmaras Municipais, seria suicídio para o Desenvolvimento Integral de qualquer núcleo populacional vir pô-la em causa.
Por isso mesmo, a cada filiado no Partido Social Democrata da Madeira, na diversidade de opinião a que cada um tem direito, cabe-lhe cerrar fileiras, nunca dividindo por dentro. E apostar firmemente na evolução do Projecto Madeira, no seu avanço progressista e nas lutas, estas sim muito importantes para o alargamento do âmbito dos nossos Direitos Autonómicos, processo de consolidação de uma Democracia moderna e eficiente na nossa terra.É que torna-se necessário ter sempre presente uma realidade. Não são apenas os quase dez mil filiados no Partido Social Democrata da Madeira, e muito menos só os seus dirigentes em cada Freguesia, que elegem os Autarcas. É o Povo soberano".

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