domingo, julho 12, 2009

Jornalismo: investimento recua para níveis de 2002...

Escreve a jornalista Marina Marques do DN de Lisboa que "previsões do Omnicom Media Group apontam para uma perda de 150 milhões de euros, de um total de 800 milhões, no espaço de dois anos. "Vamos viver, num espaço de dez anos, a segunda grande crise no mercado publicitário português", explica Luís Mergulhão ao DN. O presidente da Omnicom Media Group baseia a sua afirmação nas previsões do grupo sobre a evolução do investimento publicitário nos media para 2009 e 2010. Tal como aconteceu nos anos de 2001 e 2002, em que se registaram quebras de 6,2% e 9,2%, respectivamente, para 2009 e 2010 as perspectivas traçadas são de quedas ainda mais significativas. O Omnicom Media Group, que já no final de 2008 apresentara estimativas que o mercado iria cair 8,2%, a valores reais, acaba de rever em baixa essas previsões, apontando para quedas de 14,6%. "São más notícias porque isto significa que num espaço de dois anos perdemos 150 milhões de investimento, num total de 800 milhões", refere. Para o próximo ano as perspectivas não são mais animadoras. Deverá registar-se nova queda, mas menos acentuada, de 4,9%, caindo para valores de 647 milhões de euros, ou seja, equivalente ao registado em 2002. No entanto, "no início da década a crise, que se prolongou por sete trimestres, era interna, sem a dimensão mundial daquela que actualmente condiciona o mercado. E, ao contrário do que acontece hoje em dia, o comportamento positivo do consumo privado permitiu que não se registassem quebras tão significativas no investimento publicitário. Isto porque este mercado é mais sensível ao consumo das famílias do que ao consumo público. "E nos anos 2002 e 2003 o que se verificou foi um corte abrupto do consumo público", recorda. E a comparação dos dados sobre o rendimento disponível das famílias em Outubro de 2008 e Abril de 2009, revela que têm agora um maior rendimento disponível, por via da baixa das taxas de juro, quebra dos preços dos combustíveis e dos bens do cabaz alimentar. "No entanto, as famílias estão com cautelas e a poupar, em vez de aplicarem o maior rendimento disponível no consumo". E este comportamento tem um efeito forte nas marcas que, como vendem menos, também têm menos capacidade para investir em publicidade. É este cenário que explica a quebra, embora menos significativa, em 2010. Perspectiva-se uma queda consistentes em todos os meios, mais acentuada, sobretudo em 2009, na imprensa, diária e não diária. Uma nota para as televisões, que devem manter a quota de mercado, continuando a ser responsáveis pela captação de 48,7% do investimento publicitário, valor que se mantém em linha com os registados nos últimos anos. A Internet é o único meio a apresentar variação positiva, mas com crescimentos abaixo dos alcançados nos últimos quatro anos em que registou variações positivas entre os 35% e os 80%. De qualquer forma deverá aumentar 10% em 2009 e 12,4% em 2010".

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