sábado, julho 18, 2009

Sermão de Rafsandjani reacende protestos no Irão

Escreve o jornalista Alexandre Costa do Expresso que "o ex-Presidente Akbar Hachémi Rafsandjani quebrou o seu silêncio durante uma oração colectiva na Universidade de Teerão, em que pediu a libertação dos manifestantes ainda detidos."Uma grande parte das pessoas sensatas afirmam ter dúvidas (sobre os resultados das eleições que reelegeram por grande maioria o Presidente Ahmadinejad). Precisamos de fazer algo para remover esta dúvida", afirmou hoje o ex-Presidente, Akbar Hachémi Rafsandjani, durante a oração colectiva na Universidade de Teerão, que contou com a participação de dezenas de milhar de apoiantes de Musavi que entoaram slogans como forma de incentivar o discurso de protesto. Rafsandjani, apoiante de Musavi e presidente da Assembleia de Peritos e do Conselho de Discernimento, apelou para que sejam libertados os manifestantes que ainda se encontram detidos. Depois da oração, concentraram-se ainda mais manifestantes junto à Universidade de Teerão gritando palavras de ordem como "morte ao ditador" e "abaixo o Governo, resignação, resignação". Testemunhas, que falaram sob anonimato, referiram que forças pró-governamentais lançaram granadas de gás lacrimogéneo para dispersar a multidão. O sermão de Rafsandjani, o primeiro que levou a cabo nos últimos dois meses, foi difundido pelos media iranianos. "Não é necessário que as pessoas sejam presas. Não devíamos deixar os nossos inimigos culparem-nos e ridicularizarem-nos por detenções. Devíamos tolerar-nos mutuamente", afirmou o ex-Presidente, que disse tencionar propor uma "solução" para a crise política no Irão. "Nós acreditamos na República Islâmica... eles têm de permanecer unidos (...) Se a Islâmica já não existir, seremos reduzidos a cinzas. E se a República já lá não estiver, (os nossos objectivos) não serão alcançados. Se as pessoas não estão presentes ou os seus votos não são tidos em consideração, então o Governo não é islâmico". Um tema igualmnente abordado pelo El Pais, num texto dos jornalistas Hafezl e F. Dahl da Reuters, aqui.
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