quinta-feira, outubro 29, 2009

João Jardim: "Conseguimos e vamos conseguir"

Com o título em epígrafe, Alberto João Jardim escreve na última edição do Madeira Livre um texto que deve ser lido con atenção sobretudo nas entrelinhas:
"Conseguimos!
Vitórias esmagadoras, na Região Autónoma, em três eleições que o Partido Social Democrata disputou neste último ciclo: as europeias, as nacionais e as autárquicas.
É uma vitória de todos os Militantes sociais-democratas que, em cada Freguesia, deram o seu esforço e a sua participação cívica.
Obrigado, em nome do PSD/Madeira!
É sobretudo uma vitória do Povo Madeirense que, mais uma vez, demonstrou a Sua inteligência, o Seu civismo, o Seu objectivo de Estabilidade na prossecução do Desenvolvimento Integral de todos e de cada um que residem no arquipélago.
E vejamos o balanço, do qual só temos de nos orgulhar.
Começámos por ganhar as eleições para a Assembleia Constituinte, em 1975.
Assumimos a governação regional, em permanência, desde 1976. Ao contrário do natural desgaste que tal poderia provocar, somámos um total de quarenta e três vitórias eleitorais, ao longo de tantos e diferentes sufrágios. Apesar da pequena dimensão do nosso território autónomo, estamos representados no Parlamento Europeu. Mantemos quatro Deputados na Assembleia da República. Temos uma maioria superior a dois terços, na Assembleia Legislativa da Madeira. Cabe-nos a responsabilidade da totalidade dos Municípios do arquipélago e de quarenta e nove das suas cinquenta e quatro Freguesias (em cinco excepções, por sinal pequenas e não urbanas). A Fundação Social Democrata da Madeira, da responsabilidade dos autonomistas sociais-democratas, criou um Património razoável.
Isto é, aqui, o «desgaste» funcionou ao contrário.
Porém, e sobretudo, o mais importante de que todos os Militantes sociais-democratas têm a Legitimidade e o Direito de se orgulhar é a profunda transformação do arquipélago, não apenas nos aspectos económicos e infraestruturais, mas principalmente nos âmbitos social e cultural que, num curto ciclo de três decénios, fomos capazes de concretizar.
Tudo isto são evidências, ante as quais não conta o que os nossos adversários, internos ou externos, possam espernear em meros episódios menores e paroquiais sem expressão para a História.
Se a vaidade e a arrogância são péssimas, ao contrário todos os Militantes autonomistas sociais-democratas só têm de se orgulhar do conseguido, num sentido de motivação para persistir num caminho de sucesso.
«Só a Verdade é revolucionária».
Fizemos o que tínhamos de fazer, com imperfeições ou erros de percurso, próprios da Obra humana, mas nos tempos certos que as realidades difíceis de hoje comprovam.
E fizemo-lo porque nunca nos desviámos dos Pilares Fundamentais logo definidos no I Congresso Regional do Partido Social Democrata, já lá vão mais de trinta anos, o primado da Pessoa Humana, o Trabalho como sua forma de realização, a Democracia, a Autonomia e a Socialização.
Porque soubemos viver, juntos, uma prática robustecente e livre de disciplina democrática e partidária.
É este património cívico-cultural que não admite quaisquer tergiversões no futuro.
Mal de todos nós se o Partido Social Democrata adormecesse ou se deslumbrasse com tudo aquilo que conseguimos.
Tudo na vida é efémero, principalmente na Política.
Hoje é já dia de trabalho para o futuro, assente em tudo o que nossa História desde a fundação em 1974.
Temos de ser ainda melhores.
Procurar chamar à prática democrática todos aqueles que, por qualquer razão, normalmente são abstencionistas, motivando-os devidamente.
Convencer melhor todos aqueles que votam contra nós, sempre ou por vezes, ouvindo-os atentamente, indo ao encontro das respectivas razões legítimas, mas nunca abdicando dos nossos Valores atrás referidos como Pilares Fundamentais da existência e acção do Partido Social Democrata da Madeira.
Sem nunca nos deixarmos envolver nas habituais conflitualidades inadmissíveis do PSD nacional, nem nunca nos dividimos, cá, por causa delas.
Fazendo da amizade, da lealdade e da frontalidade nas relações internas, a prática de vida entre todos os Companheiros de percurso.
Como, também, não hesitando em expurgar quem quiser arrastar o PSD/Madeira para outros Princípios e práticas diferentes, inclusive para tal recorrendo a exibicionismos desastrosos na praça pública. É pior para o Partido Social Democrata mantê-los no interior do que lhes retirar o estatuto de nossos Companheiros. Assim se fez sempre e para nosso bem.
Em princípio, será convocado um Congresso Regional lá para a Primavera de 2011.Todos sabem já a importância de que se revestirá, e seria um erro tremendo se deixar confiar na situação nos outros Partidos.
Daí um trabalho, JÁ.
Sem a praça pública e atentos, sempre, às manobras da comunicação social que nos é hostil – mais oposição do que a própria Oposição – a qual, ao contrário do que infelizmente sucede ao nível nacional, não tem que nos ditar «ordens», nem definir caminhos, mais a mais inqualificada como é.
JÁ, significa, de imediato, começar por ouvir exaustivamente a população, discreta e pessoalizadamente, sobre o que entende dever ser um futuro do Partido Social Democrata da Madeira que lhe continue a merecer confiança.
Na Região, o futuro do PSD depende mais do que o Povo Madeirense entenda, do que propriamente do voto interno dos Militantes. Depois, titulares de uma informação o mais completa possível, as trocas de impressões internas, sempre na maior discrição, a ver que consensos de unidade são possíveis concretizar até ao Congresso. Os Militantes sociais-democratas estão perante um dos maiores e mais decisivos desafios da nossa História de trinta e cinco anos.
É o tempo certo, não só perante o fatal novo ciclo que será o pós-2011, como dado o estado da Oposição, descredibilizada e rareando-lhe Quadros.
Conseguimos! Vamos conseguir outra vez!"

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