quinta-feira, novembro 26, 2009

Onde já vai a pouca vergonha socialista

Segundo o jornal Publico, num texto da jornalista Ana Machado, "um funcionário do Ministério da Educação gravou ontem uma conversa informal entre jornalistas que ali esperavam por declarações do Secretário de Estado, sem que disso tivesse dado conta aos presentes. Interpelado sobre a razão de ser daquela gravação, respondeu apenas que usava “ as mesmas armas” dos jornalistas. O Ministério desvaloriza e afirma que a intenção era gravar uma declaração do secretário de Estado que acabou depois por não acontecer. O episódio aconteceu ontem, na sala usada para as conferências de imprensa do Ministério da Educação, enquanto decorria a ronda negocial com os vários sindicatos do ensino sobre o estatuto da carreira docente.Enquanto os jornalistas esperavam pela saída gradual dos sindicatos, para recolher declarações, e por uma conversa, final, com o secretário de Estado, que acabaria por não acontecer, passaram-se muitas horas, passou mesmo o dia inteiro.Para matar as horas, ocorreram muitas conversas, sobre muitos assuntos, totalmente informais, entre colegas de trabalho. Falou-se de actualidade, nomeadamente sobre o processo Face Oculta. E falou-se de escutas, contam os presentes.Foi então que “um senhor de fato e gravata” entrou na sala onde estavam os jornalistas. Sem cumprimentar ninguém, colocou um gravador “do tamanho de um isqueiro” entre os microfones e gravadores dos jornalistas que por ali esperavam desligados. E saiu. Pensou-se que a ministra, ou o secretário de Estado viriam nos segundos seguintes falar. Mas nada se passou.Foi então que um dos jornalistas reparou que o aparelho ali colocado pelo tal homem estava a gravar. Tinham passado oito minutos. Foi desligado o aparelho e apagada a faixa de gravação. O homem voltou a entrar na sala, contam os jornalistas presentes. E voltou a ligar o gravador.Interpelado sobre quem era e porque estava a gravar uma conversa informal sem autorização, terá respondido: “António Correia, do gabinete da ministra” e que usava “as mesmas armas dos jornalistas”.Voltou-se a desligar o gravador e a apagar a gravação.Contactado pelo PÚBLICO, o Ministério da Educação, através do gabinete de imprensa, desvalorizou o episódio, confirmando que, de facto, o gravador foi lá colocado, mas assegurando que a intenção era gravar uma declaração do secretário de Estado que acabou por não acontecer. Mas que estava programada.“Um gravador foi, de facto, colocado por um elemento do Gabinete, minutos antes de uma aguardada declaração à imprensa do Secretário de Estado Adjunto e da Educação. O aparelho foi colocado junto dos gravadores dos órgãos de comunicação social presentes, para gravar a referida declaração do”, disseram numa nota de esclarecimento enviada por correio electrónico.E acrescentam que é prática comum as declarações serem gravadas (por vezes até cedidas a jornalistas que não estiveram presentes) e que o aparelho é ligado antecipadamente para que, depois do secretário de Estado entrar na sala, as televisões o possam filmar sem interrupções.Sobre o conteúdo da gravação de ontem, asseguram não ter sido confirmado se havia algo gravado ou não e que o gravador não foi mais usado desde então"

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