terça-feira, dezembro 29, 2009

Portugal tem o crédito às empresas dos mais caros da zona euro...

É o preço da demagogia e da mentira que aos poucos se vai ficando a conhecer. Segundo o Jornal I, num texto do jornalista Luís Reis Ribeiro, "os novos empréstimos concedidos pelos bancos às pequenas e médias empresas portuguesas (PME) são dos mais caros da zona euro. Os pequenos empresários queixam-se de que o dinheiro não está a chegar porque a maior parte dos negócios deixou de preencher os requisitos mínimos para obter financiamento seja no directamente no banco, seja através dos programas especiais de empréstimos patrocinados pelo Estado. A situação é crítica, dizem.Dados do Banco Central Europeu (BCE) mostram que as taxas de juro nominais médias (ainda sem encargos e comissões) praticadas entre Janeiro e Outubro deste ano nas operações de crédito até um milhão de euros rondam os 5,84%, dois pontos percentuais acima da média da zona euro. Mais caro do que Portugal só Chipre (7,03%) e Eslovénia (5,94%). Luxemburgo e Áustria são as economias onde o acesso à banca é mais barato (as taxas médias deste ano rondam 2,8%). Este segmento de novos empréstimos até um milhão de euros é tipicamente usado pelas PME, as que hoje mais se queixam do facto de os bancos continuarem "muito relutantes" no financiamento da economia. Augusto Morais, presidente da Associação Nacional das Pequenas e Médias Empresas (ANPME), a maior do sector, diz que as firmas estão numa situação financeira "cada vez pior". "Os níveis de malparado estão a aumentar de forma descontrolada e cerca de 80% das 267 mil empresas desta dimensão não consegue crédito, simplesmente". "Os bancos não emprestam porque os critérios permanecem apertados, apesar de se dizer que o pior já passou. É assim há muito". E porquê? "As empresas estão sem autonomia financeira, ou seja, o seu património deixou de ser suficiente para servir de garantia e baixar os prémios de risco [o spread reflecte esta variável], muitas têm dívidas fiscais que as bloqueiam no acesso aos programas de apoio desenhados pelo Estado e nos quais os bancos participam", lamenta Morais, que também é vice-presidente da confederação europeia de PME. O governo socialista lançou e renovou vários programas específicos de apoio a estas empresas. É o caso dos PME Invest, PME Consolida, entre outros. Os bancos, porém, recusam que haja penúria de financiamento. Na conferência da Reuters/TSF sobre financiamento bancário, o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Fernando Faria de Oliveira, garantiu que o crédito às PME "é a primeira prioridade da Caixa". Paulo Macedo, vice-presidente do BCP, também se congratulou com o contributo da instituição no financiamento do tecido empresarial. No mesmo encontro, o governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, sublinhou que o crédito às empresas está "a crescer acima do que acontece na área do euro" e que "o sector bancário tem mantido o apoio à economia, mesmo no período de recessão acentuada".

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