sábado, fevereiro 27, 2010

Escutas: Armando Vara mentiu (II)

Na sequência do comentário anterior, o DN de Lisboa tratou de ouvir a pessoa envolvida no caso da carta a Armando Vara, tendo o jornal publicado o sgeuinte texto que revela uma conversa mantida com o referido cidadão identificado como P.N.:
"Ontem, o DN contactou o alegado autor da carta a Armando Vara pelo número registado na mesma. O nome e o número batem certo, mas o contactado nega qualquer ligação ao caso.
"Boa tarde, é o senhor P. N.?
- Sim.
- O senhor escreveu uma carta a Armando Vara, pedindo para este avisar o primeiro-ministro sobre escutas telefónicas?
- Eu? Deve haver engano.
- Este número de telemóvel consta de uma carta que Armando Vara recebeu, juntamente com a identificação do autor, P. N.
- Isso é engano. De certeza absoluta.
- Não foi ouvido no Ministério Público sobre a carta?
- Eu não. Não conheço Armando Vara, não conheço ninguém, não me faça perguntas sobre isso.
- No processo "Face Oculta" consta uma carta a alertar Armando Vara de que o primeiro-ministro estava sob escuta. Esta carta é assinada P. N., com este número de telemóvel para o qual estou a ligar.
- Não tem nada a ver comigo. Este número de telefone é meu há muito pouco tempo. Eu tenho um telefone de empresa e só há pouco tempo tenho este número. Há muitos P. N.
- Com este número de telemóvel?
- Este número tenho há muito pouco tempo, é de carregamentos.
- O senhor é de Coimbra?
- Sou.
- Insisto: temos a informação de que o senhor já foi ouvido no Ministério Público em Coimbra.
- Isso não tem nada a ver comigo.
- Então alguém utilizou o seu nome e o seu número de telemóvel e colocou-os numa carta?
- Tenho este número de telefone há pouco dias, há menos de um mês.
(Segunda chamada)
- É o senhor P. N.?
- Diga se faz favor.
- É só para lhe dar conhecimento integral da carta.
- (Nervoso) Não me chateie mais. Já lhe disse que não conheço essa gente. Está a ligar para quê?
- Gostava de lhe ler o conteúdo da carta.
- (Irritado) Já disse que não escrevi, que o meu telefone não era este.
- Posso ler o documento?
- Não quero saber de documento nenhum. Não me chateie, porra! Há muitos P. N. nesta terra. Não me metam nisto".

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