terça-feira, março 23, 2010

PSD: Jardim apoia Rangel


"O Partido Social Democrata, sexta-feira 26 de Março, vai eleger um novo líder nacional.Na Madeira, o PSD nunca passou pelas convulsões que tem vivido no Continente. Com as responsabilidades de governação que detém, tal seria desastroso e teria impedido a estabilidade firme que permitiu a recuperação dos atrasos seculares, impostos pelo poder colonial de Lisboa.Aliás, a ter seguido esse figurino, há muito tempo que o PSD/Madeira já não conduziria a governação, pois a Sabedoria do Povo Madeirense não consentiria, no poder, quem não se sabe entender dentro da sua própria casa.E a razão porque o Partido Social Democrata da Madeira nunca andou a fazer as figuras tristes que se viram e vêem no Continente, é porque se mantém firme à Ideologia, tem Causas e os seus Militantes e dirigentes possuem uma formação cívica de responsabilidade, de solidariedade mútua e de disciplina democrática.Só depois, e a partir de aqui, é que entra o pragmatismo da operacionalidade e das concretizações.Infelizmente, nos últimos anos, o PSD nacional não entendeu isto.A adoração do «bezerro de ouro», o endeusamento do ganhar dinheiro a qualquer preço. A recusa da Ideologia numa pós-moderna secundarização de Princípios, Valores e Ética, facilitada pela mediocratização cultural a que se assiste também no interior dos Partidos e aos mais variados escalões territoriais, agravada pelo assalto de oportunistas à procura de ascensão social, bem como pelo auto-afastamento generalizado dos melhores Quadros, legitimamente incomodados com o tom assumido pela vida pública.Sexta-feira, os Militantes do PSD/Madeira irão participar na escolha do líder nacional, nas respectivas sedes de Freguesia, ainda que fartos e críticos dos caminhos indigentes que o PSD trilha no Continente.Cada um escolherá em sua Consciência.Cada Militante autonomista do Partido Social Democrata da Madeira, sabe quanto vem custando defender os Direitos do Povo Madeirense, sabe quanto custa o esforço de recuperação do atraso de séculos, sabe o que agora temos pela frente, após a tragédia de 20 de Fevereiro.Cada Militante do PSD/Madeira já percebeu o que se esconde por detrás de certo discurso de «modernidade», de «esquerda» (como se o PSD fosse um partido de «esquerda» e o fossem os feitores do Grande Capital!...), de «ruptura com o passado» (veja-se o atrevimento!...), de «mudança geracional» (todos os candidatos até são da mesma geração!...). Trata-se de conversa fiada.Conversa fiada, porque o que está por detrás de tal discurso, são interesses económicos de uma plutocracia cujo tal deus é o «bezerro de ouro» e cujos desígnios sinistros assenta num «bloco central» não político, mas num «bloco central do dinheiro» a consolar sectores ditos sociais-democratas com a partilha dos lucros obtidos.A luta do PSD/Madeira foi sempre, também, a da afirmação do poder político sobre o poder económico, considerando este necessariamente subordinado ao Bem Comum, interpretado pelos competentes Órgãos políticos dotados de legitimidade democrática.E, felizmente, a grande maioria dos Empresários com inteligência, compreendeu ser este o caminho certo.Mas os Militantes sociais-democratas da Madeira sabem como têm vivido uma luta, por causa de «interesses» da Madeira Velha e outros mais recentes não quererem aceitar estas regras do jogo.Seria catastrófico entregar o PSD nacional, nas mãos de testas-de-ferro de uma plutocracia impiedosa ante os Direitos do Povo.Se o Partido Social Democrata cair em mãos próximas ou convergentes com certos “interesses” da plutocracia e do Sistema político reinantes, mãos onde se viu já assumida uma estratégia anti-Autonomia Política para hostilizar e anular os sociais-democratas madeirenses, não tenhamos ilusões. Estará em causa a solidariedade de até agora, por parte do PSD nacional.Ora, este momento da Madeira, ainda por cima num quadro de crise internacional generalizada e particularmente mais acentuada em Portugal, não nos deixa tempo para uma eventual necessidade irremediável de despender ainda mais energias, no caso procurando outros caminhos e voltando a recomeçar em termos político-partidários diferentes.Nesta conjuntura partidária, e com um espectro político-cultural infelizmente tão reduzido, obviamente que tenho de escolher.Como sempre, faço-o pela minha cabeça e, também como sempre, desprezando as preocupações dos oportunistas em “tomar o carro do vencedor”, que não faço a mínima ideia quem venha a ser.O único que me dá garantias mínimas de plena identificação com o património doutrinal do Partido Social Democrata, concretizado na prática com sucesso, que é a Autonomia Política da Madeira, trata-se de Paulo Rangel.Digo-o publicamente, por ser minha convicção.Digo-o publicamente, sem fazer qualquer apelo aos restantes autonomistas sociais-democratas madeirenses, pois cada um decidirá em consciência.Digo-o publicamente, por dever de transparência para com os meus Companheiros do PSD/Madeira.E quanto a certas “amizades”, urdidas e “promocionadas” – com que dinheiro?... – em projectos de tomada do poder, limito-me a estar onde sempre estive bem. Melhor com o Povo, do que em exibicionismos ridículos.Porque o Povo sempre me ensinou: “diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”. (Jornal da Madeira, 22 de Março de 2010)

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