quarta-feira, junho 30, 2010

E a arrogância idiota e ameaçadora

O "crime" de Ronaldo...

Ronaldo: no lugar dele ficava indisponivel até resolverem o "caso"

No lugar de Ronaldo, sobretudo depois das declarações idiotas de Carlos Queiroz – um tipo que agrediu em público um jornalista apenas por discordar das opiniões dele! – sobre o jogador madeirense, no lugar dele, sinceramente, prescindia imediatamente da braçadeira de “capitão” da equipa e ia mais longe: suspendia a minha disponibilidade para com a selecção até que o “caso” seja devidamente esclarecido. Já uma vez escrevo que Ronaldo tem sido mal aconselhado, que depende excessivamente de um agente que ganhou a vida à custa dele, mas que não pode cometer erros estratégicos de comunicação, divulgado um comunicado no seu site, nas circunstâncias em que o fez, pressionando pelas declarações absurdas feitas sobre o desabafo de Ronaldo, acabando por dar deste jogador uma ideia de que o fez por medo. Ora sabendo-se como estas coisas funcionam, é mais do que evidente que Ronaldo tinha razões para sair chateado do balneário e é mais do que evidente que não foi ele a fazer o comunicado, mas sim o agente, a pensar mais nos sues interesses e menos no jogador. Depois do contrato com o Real, o agente de Ronaldo quer é acautelar-se, mesmo que possa querer ajudar o jogador. Ronaldo precisa obviamente de ser bem aconselhado, de ter uma assessoria de imprensa que o coloque como o centro das preocupações, que o aconselhe, que o recomende a falar ou a estar calado, que lhe dê conselhos e sugestões, desinteressadamente, por profissionalismo e amizade com o jogador que todos percebemos estar sujeito a forte pressão. Ronaldo é um dos melhores do mundo – para mim continua a ser o melhor - é uma fonte de rendimento para muitos, é natural que possa sentir-se frustrado, que por vezes sofra em silêncio e se sinta sozinho. Pelo percurso de vida que teve, pelo que sofreu, pelo que teve que lutar, pelo que representa hoje para milhares de jovens e crianças, para referência que continua a ser para o universo do futebol, Ronaldo não pode ser uma “peça” jogada de mãos em mãos por puro interesse, mas antes uma pessoa a ser apoiada, aconselhada, estimulada. Dizem que é vaidoso, que tem falta de humildade. Admito que tenha alguma coisa a rever neste domínio. Ele subiu muito em pouco tempo, é um jovem, foi surpreendido pelo seu sucesso, porventura faltou alguém ao seu lado que lhe indicasse o caminho. Ronaldo, dizem, é uma boa pessoa, é um bom profissional, empenhado, não merece esta falta de apoio, muito menos na sua terra. Por isso, depois do que Queiroz disse, eu no lugar dele manifestava a minha indisponibilidade para jogar mais pela selecção até que o assunto seja claramente explicado e o treinador assuma ao menos um comportamento digno e de rectidão como hoje o fizeram, e bem, Mourinho e Jorge Jesus, que apoiaram o madeirense e desvalorizaram os factos que deram origem ao que eu considero ser uma tempestade num copo de água. No lugar de Ronaldo, claramente enxovalhado em público pelo seleccionador que ameaçou (não esqueço, não quero relacionamentos fáceis com Ronaldo, se a camisola for pesada, saia, etc) a bola passava para as mãos do Presidente da FPF cabendo-lhe a ela resolver um diferendo que pode ter consequências futuras, pois quem conhece Queiroz sabe que é ma pessoa de relação difícil e vingativo. Veja-se a forma como “encostou” Deco e os socos no jornalista. Ronaldo não pode depois destas declarações, transformar-se num “pedinte” para continuar na selecção, ao estilo do “perdoa-me”, aceitando ser treinado por um tipo que o ameaçou e enxovalhou. Admito que não faltarão os que darão palmadas nas costas – claro está, os “amigos da onça”e…dos euros! - que dirão que não, que ele deve continuar e esquecer. Mas Ronaldo não em direito à sua dignidade própria? Quem é Queiroz para dizer o que disse, da forma que o disse, inclusivamente ameaçando jornalistas que sobre ele têm escrito? Um homem que nem coragem teve ara assumir os seus erros que andou a fazer experiências na selecção, que inventou e que nunca fez nada de realce nos comandos de clubes por onde passou. Os títulos mundiais que volta e meia fala, ficam a dever-se a um naipe de jogadores que treinou, jogadores de uma “outra dimensão” que lhe garantiam uma selecção vencedora. Neste caso foi o que se viu. Um apuramento de Portugal à “rasca” para a fase final, exibições fracas, enfim, atributos que em nada beneficiam o técnico e muito menos lhe dão autoridade para falar de Ronaldo da forma que o fez.

Apoiar sempre Ronaldo

Num momento em que o madeirense Ronaldo é alvo de ataques por toda a parte, incluindo de Queiroz - esse treinador que se tivesse vergonha na cara colocava o lugar à disposição da FPF ainda por cima uma instituição desacreditada e a precisar de novo Presidente, urgentemente - acho lamentável que alguns madeirenses, por desconhecimento de factos porventura ocorridos e não desvendados - ninguém sabe o que ali se passou desde o estranho "caso Nani"... - ou porque se deixaram ser arrastados pela manipulação especulativa da comunicação social que empola situações que não são empoláveis, porque os média vivem cada vez mais do "sangue" para venderem ou serem vistos, tenham pretendido sacrificar Ronaldo, inquestionavelmente dos melhores jogadores do mundo. Ronaldo, que teve um mau Mundial-2010, há que reconhecê-lo - como outros jogadores de ponta mundiais tiveram prestações inferiores - precisa do nosso apoio, tem que ter o nosso apoio. Até que um dia se conheça a verdade de casos por explicar, até que o treinador tenha a coragem de assumir os erros contra a Espanha - coisa que não fez por não ter a dimensão moral para isso - há que manter o nosso apoio a Ronaldo. Respeitando-o, apoiando-o.

SDM: um absurdo

Acho absurdo que a SDM depois de toda a polémica criada, uma vez mais sobre os benefícios do CINM, não tenha disponibilizado no seu site institucional e em local de destaque toda a informação necessária para que as pessoas percebam o que se está a passar. Há momentos em que estas falhas, ou falhas desta natureza, não podem acontecer, sob pena da SDM se expor, por falta de informação (ou fuga ao esclarecimento) à especulação da qual depois se queixa. Tarde demais.

terça-feira, junho 29, 2010

A estranha (?) "teimosia" de Vitor Freitas...

Das duas uma: ou Vítor Freitas (na foto, do DN local, com Serrão)tem algum trunfo na manga e não creio que desista até conseguir o que quer, ou o PS local anda a cometer um grave erro de comunicação, aliás frequente nos partidos, que passa pela tentativa de desvalorizar, até mesmo de "ignorar", um assunto que pode ser sério e transformar-se em bola-de-neve descontrolada? A insistência do ex-líder parlamentar e ex-secretário-geral do PS começa a ser estranha, pelo que Vítor Freitas - que me consta continuar à espera de um gesto de solidariedade de pretensos apoiantes... - para além desta "teimosia" já percebeu que encontra espaço fácil num jornal o que lhe garante pelo menos destaque. Vamos a ver é se este assunto ficará apenas por isso, pelo mediatismo... Tudo começou com esta notícia que pelo menos lança a desconfiança, alimenta a suspeição e esbarra na tal estratégia comunicacional errada. Mas o problema não é meu.

Criticas ao PS porque motivo?!

Há uma coisa que eu ainda não percebi: afinal queriam que o PS não fosse à sessão solene do 1 de Julho? E por isso acusam o PS de ser incongruente? Já agora o que vao dizer quando os feriados forem aprovados em Lisboa, por iniciativa do PS, e comemorarem o 25 de Abril a 27 ou 28 de Abril? Lembram-se de tudo o que disseram e escreveram a propósito deste assunto na Madeira?

Jacinto Serrão já tem instalações à espera

A certeza da eleição é tal que a Assembleia Legislativa, no quadro das limitações de espaços com que actualmente se confronta, já disponibilizou instalações para Jacinto Serrão que vai ocupar o espaço que antes era ocupado pelo Secretário-geral e Conselho de Administração (andar na esquina da rua da Alfândega com a Praça Colombo), tendo estes sido deslocados para instalações dispersas no edifício do parlamento na rua da alfândega. Jacinto Serrão, recorda-se, submete-se amanhã a novo acto eleitoral para a Vice-Presidência do parlamento, sendo uma quase certeza a sua eleição. Quando terminarem as obras em curso no edifício principal do parlamento, Jacinto Serrão ocupará as mesmas instalações que foram ocupadas pelo antigo vice-presidente da Assembleia, o também socialista, Fernão Freitas

O desenho espectacular de Henrique Monteiro (II)


(fonte: henricartoon, com a devida vénia)

O desenho espectacular de Henrique Monteiro (I)

(fonte: henricartoon, com a devida vénia)

Jornalismo: comunicado do Conselho de Administração da Global Notícias

"A profunda alteração estrutural do mercado de Imprensa é pública e notória, em Portugal e no mundo Ocidental, exigindo às empresas editoras de publicações decisões estratégicas que conduzam a novos modelos de negócio e viabilizem as organizações que os suportam.
Ao mesmo tempo, torna-se imperativo agir também ao nível dos custos, uma vez que as receitas publicitárias e de circulação paga sofrem decréscimos crescentes e sucessivos, sem sinais de qualquer recuperação.
Por estes motivos, a Global Notícias, Publicações, S.A. resolveu adoptar uma série de medidas de reestruturação e corte de despesa, conhecidas do mercado, que tiveram repercussões positivas nos indicadores operacionais e financeiros da empresa, mas não se revelaram suficientes. Assim, tendo em conta os enquadramentos macroeconómico e sectorial adversos e o facto dos resultados obtidos com as medidas já implementadas não terem sido suficientes, viu-se o Conselho de Administração da Global Notícias, Publicações, S.A. na necessidade de analisar o seu portfolio de publicações e tomar as decisões estratégicas que se impunham na situação em causa.
Em resultado dessa análise, decidiu o Conselho de Administração da Global Notícias, Publicações, S.A. encerrar os jornais “24 horas” e o gratuito “Global Notícias”. O encerramento das duas publicações implicará, lamentavelmente, a supressão dos postos de trabalho associados à sua produção, pelo que se iniciará um processo de despedimento colectivo envolvendo os profissionais em causa. É, indiscutivelmente, muito duro para a empresa terminar com a edição de dois dos seus títulos que, apesar dos resultados, têm tido leitores fiéis e trabalhadores dedicados, aos quais a Global Notícias, Publicações, S.A. não pode deixar de dirigir uma palavra de reconhecimento.
O Conselho de Administração tem a noção de que o objecto social da empresa tem ínsito um conceito de serviço à colectividade que lhe impõe a ponderação de valores, princípios e critérios de gestão adicionais aos de qualquer outra empresa, garantindo, por isso, aos seus colaboradores, clientes, parceiros e à sociedade portuguesa em geral que, no respeito pela dignidade das pessoas envolvidas neste processo, tudo fará para viabilizar a continuidade e o desenvolvimento sustentável das suas publicações.
A Administração
Lisboa, 28 de Junho de 2010"

Rita Redshoes: "Captain Of My Soul"

"Conversa da treta" (II)

"Conversa da treta" (I)

Reflexão: "Ambição e Poder"

"Examinemo-nos no momento em que a ambição nos trabalha, em que lhe sofremos a febre; dissequemos em seguida os nossos «acessos». Verificaremos que estes são precedidos de sintomas curiosos, de um calor especial, que não deixa nem de nos arrastar nem de nos alarmar. Intoxicados de porvir por abuso de esperança, sentimo-nos de súbito responsáveis pelo presente e pelo futuro, no núcleo da duração, carregada esta dos nossos frémitos, com a qual, agentes de uma anarquia universal, sonhamos explodir. Atentos aos acontecimentos que se passam no nosso cérebro e às vicissitudes do nosso sangue, virados para o que nos altera, espiamos-lhe e acarinhamos-lhe os sinais. Fonte de perturbações, de transtornos ímpares, a loucura política, se afoga a inteligência, favorece em contrapartida os instintos e mergulha-os num caos salutar. A ideia do bem e sobretudo do mal que imaginamos ser capazes de cumprir regozijar-nos-á e exaltar-nos-á; e o feito das nossas enfermidades, o seu prodígio, será tal que elas nos instituirão senhores de todos e de tudo. À nossa volta, observaremos uma alteração análoga naqueles que a mesma paixão corrói. Enquanto sofrerem o seu império, serão irreconhecíveis, presas de uma embriaguez diferente de todas as outras. Tudo mudará neles, até o timbre da voz. A ambição é uma droga que faz um demente em potência daquele que se lhe entrega. Esses estigmas, esse ar de fera desvairada, essas linhas inquietas, e como que animadas por um êxtase sórdido, quem não os tiver observado nem em si próprio nem em outrem permanecerá estranho aos malefícios e aos benefícios do Poder, inferno tónico, síntese de veneno e de panaceia". - Emil Cioran, escritor e filosofo romeno, "História e Utopia"

Reflexão: "A Inutilidade dos sindicatos"

"A sindicação, saída da liberdade como o monopólio espontâneo, é igualmente inimiga dela, e sobretudo das vantagens dela; é-o com menos brutalidade e evidência e, por isso mesmo, com mais segurança. Um sindicato ou associação de classe — comercial, industrial, ou de outra qualquer espécie — nasce aparentemente de uma congregação livre dos indivíduos que compõem essa classe; como, porém, quem não entrar para esse sindicato fica sujeito a desvantagens de diversa ordem, a sindicação é realmente obrigatória. Uma vez constituído o sindicato, passam a dominar nele — parte mínima que se substitui ao todo — não os profissionais (comerciantes, industriais, ou o que quer que sejam), mais hábeis e representativos, mas os indivíduos simplesmente mais aptos e competentes para a vida sindical, isto é, para a política eleitoral dessas agremiações. Todo o sindicato é, social e profissionalmente, um mito.
Mais incisivamente ainda: nenhuma associação de classe é uma associação de classe. No caso especial da sindicação na indústria e no comércio, o resultado é desaparecerem todas as vantagens da concorrência livre, sem se adquirir qualquer espécie de coordenação útil ou benéfica. O caráter natural do regímen livre atenua-se, porque surge em meio dele este elemento estranho e essencialmente oposto à liberdade. A vantagem pública da não elevação desnecessária de preços desaparece por completo, pois por haver sindicato, é fácil a combinação e a "frente-única" contra o público e, por esse sindicato ser tirânico, é fácil compelir à aceitação de novas tabelas os profissionais pouco dispostos a aceitá-las.
Quanto ao aperfeiçoamento dos serviços comerciais ou industriais, que a concorrência estimula, o sindicato diminui-o na própria proporção em que diminui o espírito de concorrência e, como nunca é dirigido por grandes profissionais, mas por políticos de dentro da profissão, pouco pode animar diretamente a técnica da indústria ou do comércio que representa. Nem resulta da acção do sindicato qualquer coordenação útil que compense estas desvantagens todas. Não tendo uma verdadadeira base de liberdade, o sindicato não coordena a classe como indivíduos; não tendo nunca uma direção profissionalmente superior, o sindicato não coordena a classe como profissionais; não tendo outro fim senão o profissional e o económico, o sindicato não coordena a classe como cidadãos"
- Fernando Pessoa, "Ideias Filosóficas"

Reflexão: "A ilusão política das grandes manifestações populares"

"Nisto de manifestações populares, o mais difícil é interpretá-las. Em geral, quem a elas assiste ou sabe delas ingenuamente as interpreta pelos factos como se deram. Ora, nada se pode interpretar pelos factos como se deram. Nada é como se dá. Temos que alterar os factos, tais como se deram, para poder perceber o que realmente se deu. É costume dizer-se que contra factos não há argumentos. Ora só contra factos é que há argumentos. Os argumentos são, quase sempre, mais verdadeiros do que os factos. A lógica é o nosso critério de verdade, e é nos argumentos, e não nos factos, que pode haver lógica. Nisto de manifestações — ia eu dizendo — o difícil é interpretá-las. Porque, por exemplo, uma manifestação conservadora é sempre feita por mais gente do que toma parte nela. Com as manifestações liberais sucede o contrário. A razão é simples. O temperamento conservador é naturalmente avesso a manifestar-se, a associar-se com grande facilidade; por isso, a uma manifestação conservadora vai só um reduzido número da gente que poderia, ou mesmo quereria, ir. O feitio psíquico dos liberais é, ao contrário, expansivo e associador; as manifestações dos "avançados" englobam, por isso, os próprios indiferentes de saúde, a quem toda a vitalidade acena.
Isto, porém, é o menos. O melhor é que, para quem pensa, o único sentido duma manifestação importante é demonstrar que a corrente da opinião contrária é muito forte. Ninguém arranja manifestações em favor de princípios indiscutíveis. Tão pouco se aglomeram vivas em torno a um homem a quem é feita uma oposição sem relevo ou importância. Não há manifestações a favor de alguém; todas elas são contra os que estão contra esse alguém. É por isso este, não o "homenageado", quem fica posto em relevo. Quanto maior a manifestação, mais fraco está o visado; maior se sente a força que se lhe opõe. Toda a manifestação é um corro-a-salvar-te de quem não pensa contribuir para a salvação senão com palmas e vivas.
É este o ensinamento que toda a criatura lúcida tira das manifestações populares.
Quando a uma criatura, que está em evidência ou regência, se faz uma manifestação que resulta pequeníssima, conte tal criatura com o apoio dum país inteiro. Se a manifestação fosse grande, tremesse então. É que os seus partidários teriam sentido, por uma intuição irritada, a grandeza da oposição a ele, e isso os chamaria em peso para a rua, para, com suas muitas palmas e vivas, aumentar a ele e a si próprio a ilusão duma confiança que enfraquece".
- Fernando Pessoa, "Ideias Políticas"

Reflexão: Caridade Hipócrita

"Nos últimos tempos, preocupava-o sobretudo as misérias das classes - por sentir que nestas democracias industriais e materialistas, furiosamente empenhadas na luta pelo pão egoísta, as almas cada dia se tornavam mais secas e menos capazes de piedade. «A Fraternidade (dizia ele numa carta de 1886, que conservo) vai-se sumindo, principalmente nestas vastas colmeias de cal e pedra onde os homens teimam em se amontoar e lutar; e, através do constante deperecimento dos costumes e das simplicidades rurais, o Mundo vai rolando a um egoísmo feroz. A primeira evidência deste egoísmo é o desenvolvimento ruidoso da filantropia. Desde que a caridade se organiza e se consolida em instituição, com regulamentos, relatórios, comités, sessões, um presidente e uma campainha, e do sentimento natural passa a função oficial - é porque o homem, não contando já com os impulsos do seu coração, necessita obrigar-se publicamente ao bem pelas prescrições dum estatuto.Com os corações assim duros e os Invernos tão longos, que vai ser dos pobres?..."
Eça de Queirós, in 'A Correspondência de Fradique Mendes'

Tratar o touro "tu-cá-tu-lá"....

Jornalismo: Controlinveste fecha 24 horas e Global Notícias

Segundo o DN de Lisboa, "os jornais 24 horas e Global Notícias, da Controlinveste, grupo proprietário do Diário de Notícias, vão encerrar, anunciou ontem a administração através de um comunicado interno, decisão da qual resulta novo processo de despedimento colectivo. A administração justifica a decisão com a "profunda alteração estrutural do mercado de imprensa", que "exige decisões estratégicas que conduzam a novos modelos de negócio". O comunicado lembra a "série de medidas de reestruturação e corte de despesa" adoptada em 2009, e que resultou no despedimento de mais de cem jornalistas. No entanto, refere a nota, as medidas anteriormente adoptadas "tiveram repercussões positivas nos indicadores operacionais e financeiros, mas não se revelaram suficientes". O Sindicato dos Jornalistas emitiu um comunicado a exortar o grupo Controlinveste "a fazer todos os esforços para integrar o maior número possível de jornalistas no seu universo editorial".

Antes que as "vuvuzelas" do costume venham falar de estatísticas...

Li no DN de Lisboa que "um estudo realizado em 19 países revelou que dois terços dos portugueses não vão sair de casa nas férias, ao contrário dos suecos, holandeses e belgas. O estudo da GfK, feito em parceria com o Wall Street Journal, indica que 66% dos portugueses não saem de casa nas férias, tal como os húngaros, búlgaros, polacos e romenos. Pelo contrário, suecos, holandeses e belgas pretendem gastar mais nas férias e apenas 25% ficam em casa. O trabalho mostra que Portugal é um dos países onde menos se gasta em período de lazer, já que dois terços dos portugueses não pretendem fazer despesas, 17% vão gastar até 500 euros e apenas 7% mais de mil euros. Dos portugueses menos afectados pela crise e que planeiam passar férias fora de casa, 49% apenas o vai fazer por um período máximo de uma semana e 23% por 15 dias, segundo o estudo, a que a agência Lusa teve acesso. Um valor consideravelmente inferior ao da média dos europeus, já que 31% pretendem gozar 15 dias de férias fora de casa. Os alemães são os que mais usam períodos de 15 dias de férias e os holandeses os que mais dias pretendem ter de férias. Os portugueses que vão gozar férias pretendem fazê-lo acompanhados com a família (76%). De acordo com os Inquéritos de Conjuntura às Empresas e Consumidores, divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística, em Junho observou-se uma recuperação dos indicadores de confiança relativos ao Comércio e à Construção e Obras Públicas. A Industria Transformadora e de Serviços registou, por sua vez, uma deterioração. A maioria dos europeus pretende passar férias nos respectivos países e os portugueses não fogem à regra: 69% pretendem aderir ao lema "faça férias cá dentro", uma percentagem ligeiramente superior à dos italianos (67%) e dos espanhóis (66%). Na Europa, os espanhóis são os que mais referem que passarão o seu período de férias sozinhos: 13%, seguidos dos britânicos, com 11%, refere também o estudo da GfK, uma multinacional de estudos de mercado. O estudo foi realizado em 15 países europeus, Estados Unidos da América, Brasil, Colômbia e Índia, num total de 16 364 entrevistas, a indivíduos de 15 e mais anos de idade, realizadas em Fevereiro e Março de 2010. Em Portugal a amostra foi de 1250 entrevistas".

Jaime Ramos contra "a oposição irresponsável da nossa Região, aliada à Comunicação Social adversária do PSD/Madeira"

"Finalmente, a já famosa “Lei de Meios” que foi negociada institucionalmente pelos Governos da República e Regional e votada na Assembleia da República, com os votos do PSD, PS e CDS, foi promulgada pelo Presidente da República e publicada no Diário da República.
Esta Lei vai permitir à Região Autónoma da Madeira, através dos seus Órgãos de Governo e Autarquias procederem à recuperação das infra-estruturas públicas e particulares danificadas pela catástrofe que assolou a nossa Região a 20 de Fevereiro último.
Convém relembrar que, independentemente da aprovação da Lei de Meios, a Região não parou nem deixou de trabalhar na recuperação da Ilha.
Realizou-se um excelente trabalho de cooperação entre entidades públicas e privadas do sector da construção civil e obras públicas. Foi um trabalho conjunto no sentido de restabelecer a normalidade das populações e da vida da Ilha.
Tudo foi feito com grande esforço e sacrifício, pelas empresas privadas, ainda sem retorno financeiro. Todos temos de agradecer esse empenho e disponibilidade do sector privado da Construção Civil.
Enquanto se trabalhava, a oposição irresponsável da nossa Região, aliada à Comunicação Social adversária do PSD/Madeira, procurou e procura transmitir a ideia de que as Autoridades Regionais nada fizeram nem fazem no sentido da recuperação das vias de acesso e das habitações. Na verdade, o que esta oposição sabe muito bem fazer é uma política de terra queimada, relembrando o período Gonçalvista/Comunista.
Todos sabemos que para podermos fazer estradas e habitações são necessários estudos técnicos, projectos, cálculos e todo um processo jurídico-legal dos concursos públicos. Porém, os mal-intencionados, os complexados, os traidores, os socialistas, os incompetentes, recusam-se a reconhecer a necessidade de se passar por todo este processo o qual permitirá que as obras arranquem com toda a força já no próximo mês de Setembro.
Já estão no terreno equipas técnicas que têm a seu cargo a execução das expropriações de terrenos para as habitações, assim como os levantamentos topográficos para os projectos das estradas já estão concluídos.
Paralelamente a tudo isto, o Governo Regional vai adjudicando as obras necessárias nos termos legais da Lei do Orçamento, antes da chegada do Inverno.
Enfim, pretende-se que tudo esteja concluído antes do fim de 2013, data limite para a sua execução nos termos da Lei de Meios.
O Orçamento Rectificativo que a Assembleia Legislativa vai discutir e votar nos dias 13, 14 e 15 de Julho de 2010 vai dar à Região os meios económicos financeiros para que tudo decorra da melhor forma.
É preciso lembrar que, ao contrário dos tais inimigos da Madeira - da oposição e da Comunicação Social - o valor a receber do Orçamento de Estado ao abrigo da Lei de Meios é de 200 milhões de euros entre 2010 a 2013 e será dividido em tranches de 50 milhões por ano, e não de uma só vez, como têm passado a informação, tentado enganar a População.
O Fundo de Coesão é reforçado em 265 milhões, o mesmo em relação às verbas do PIDDAC que serão reforçadas em 25 milhões de euros.
A Região irá ainda beneficiar de um financiamento através do Estado Português, junto do Banco Europeu de Investimentos no valor de 250 milhões de euros.
Em resumo, vamos receber, além dos fundos de solidariedade da Europa cujo valor não deverá ultrapassar os 40/50 milhões de euros, do Estado 112,5 milhões em cada ano e 15 milhões para a habitação em 4 anos.
Tudo o resto será dos Fundos Comunitários e do endividamento da Região. Os números que vieram a público, e que se falam, não são verdadeiros.
Resta-nos uma palavra de agradecimento pela solidariedade da União Europeia, da República, mas também do próprio Povo da Madeira, que fará um esforço dos seus próprios recursos para recuperar aquilo que a natureza nos destruiu.
É preciso lembrar que a Lei das Finanças Regionais, que foi alterada com os Votos contrários do Partido Socialista na Assembleia da República, foi suspensa e substituída pela Lei de Meios.
Estamos todos preparados para esta nova etapa da nossa vida económica e social que estou certo vai começar em Setembro próximo.
Convicto de que conseguiremos este ambicioso objectivo, pois os verdadeiros Madeirenses têm que dar desprezo e ignorar tais complexados e incompetentes que preferem o caos à reconstrução, como é exemplo alguns Órgãos de Comunicação Social e Partidos da Oposição que fizeram um pacto de agressão política e social contra o PSD/Madeira e contra o POVO MADEIRENSE.
Vamos ignorá-los, vamos VENCER os incompetentes e TRIUNFAR.
No domingo 25 de Julho vamo-nos encontrar na “Herdade do Chão da Lagoa” para a FESTA DA AUTONOMA.
Esperamos os 40 mil Madeirenses e Portossantenses de novo na maior FESTA DA MADEIRA.
Certo que vão dar todo o apoio a ALBERTO JOÃO JARDIM, que demonstrou uma vez mais que é um GRANDE LÍDER, que faz tudo pela sua Madeira, deixando de fora assuntos político/partidários em nome de uma causa maior: os interesses da Madeira.
Contamos convosco no dia 25 de Julho, para renovarmos os votos do compromisso pela causa Autonómica".
(editorial de Jaime Ramos, director do "Madeira Livre", órgão informativio mensal do PSD/Madeira)

Transportes na Europa (2008)



(fonte: Eurostat)

Madeira Livre


Esta pronta mis uma edição do Madeira Livre que ainda esta semana chegará às mãos dos leitores.

Alberto João Jardim: "Força Madeira! À herdade do Chão da Lagoa!"

"A 25 de Julho, como é habitual no último domingo deste mês, decorre a Festa da Autonomia, conhecida também por “festa do Chão da Lagoa”.
Este ano, acresce a expectativa da utilização, pela primeira vez, da “Herdade do Chão da Lagoa”, propriedade da Fundação Social Democrata e alugada ao PSD, para o efeito e nos termos das leis vigentes.
Trata-se de um recinto com muito melhores condições, inclusive mais amplo e de mais fácil circulação automóvel, do que a zona onde até agora a festa se concentrava, bem como propiciando uma melhor utilização pelas pessoas.
Quando para os seus fins estatutários, a Fundação Social Democrata adquiriu esta propriedade, teve presente o objectivo de, com tempo, proporcionar mais uma área de lazer ao Povo Madeirense, em termos regulamentados que garantam a sua conservação.
Por outro lado, também os objectivos de aluguer ou de cedência, conforme a lei, para fins que se coadunem com os Estatutos da Fundação.
Prevendo o recurso a este espaço pelo Partido Social Democrata, para a realização anual da Festa da Autonomia, dadas as melhores condições em relação ao local até agora utilizado, a Fundação Social Democrata, na linha do respeito pelas Tradições do Povo Madeirense em tudo o muito que têm de positivo, decidiu, assim, denominar o espaço “Herdade do Chão da Lagoa”.
A “festa do Chão da Lagoa” tornou-se, de facto, todos os anos, num momento alto da vida cívica da Região Autónoma.
Nela participam dezenas de milhar de residentes na Madeira e no Porto Santo, bem como pessoas em férias, naturais de fora do arquipélago ou residentes em terras de Emigração, todos responsavelmente assumindo que o último domingo de Julho é sempre para reafirmação da Autonomia Política da Madeira.
E digo responsavelmente, porque as pessoas que ali vão sabem que com a sua presença física estão a segurar, a solidificar, a robustecer aquilo que foi conquistado há trinta e quatro anos, os nossos Direitos, Liberdades e Garantias que a Autonomia começou a permitir após quase cinco séculos de dominação colonial sobre as gentes deste território.
Sem Autonomia Política, não teríamos assistido às profundas mudanças que se deram nas nossas ilhas. Não teríamos a Madeira Nova aos âmbitos social, cultural e económico.
Uma coisa é discutir políticas sectoriais ou partidárias. Outra, é agarrar, bem segura, a Autonomia, e lutar para que evolua em termos de, finalmente, os nossos Direitos indispensáveis a uma vida melhor para cada habitante acabarem por ser reconhecidos pela estrutura constitucional portuguesa.
Numa assumida Unidade Nacional, assente na coesão voluntária de todos os Portugueses, e nunca na imposição colonial do ridiculamente denominado “Estado Unitário”.
Portanto, o último domingo de Julho é essencialmente a Festa da Autonomia, a Festa da Liberdade.
É asqueroso que gente adversária da Autonomia Política ao longo de todos estes anos, gente que continua hostil ao alargamento do âmbito dos Direitos, Liberdades e Garantias do Povo Madeirense, gente que se opôs a tudo quanto de positivo foi realizado, gente que tentou e tenta sabotar a Economia e o Emprego na Madeira, gente que sempre subordinou a vida do Povo Madeirense aos seus interesses partidários lá e cá, é asqueroso que usem o nome da Liberdade para uma mini-imitação rasca da afirmação popular e democrática que é a Festa da Autonomia e da Liberdade.
Portanto, é em Festa que o Povo Madeirense celebra os seus Direitos e Liberdades.
Quer as vicissitudes e injustiças que o nosso povo viveu através de gerações e de séculos, quer o enfrentar das dificuldades do terreno e do isolamento arquipelágico, quer a oposição à dominação e à exploração que sobre nós se exerceu, tudo isto moldou o nosso carácter em termos de idiossincrasia alegre, efusiva, agarrada às coisas boas da Vida. Até um certo tipo de humor que ajuda a resistir, pelo sarcasmo, pela caricaturização, pela “farpa”.
Ao contrário de outros povos, materialmente mais ricos, a “festa” é uma forma de estarmos na vida. Nas circunstâncias mais diversas.
Inclusive, a Fé religiosa do Povo Madeirense, nas expressões dos Valores e das Esperanças que felizmente acumulou e transmitiu ao longo das gerações, é celebrada indissociavelmente da sempre existência de uma “festa”.
Veja-se que o Natal, a Tradição mais vivida na Comunidade Madeirense, tem o nome de “Festa”. Quando muitos referimos o Natal, dizemos “é para a Festa” ou “quando chegar a Festa”.
Daí que o elemento “festa” seja geralmente inseparável de tudo o que importante na vida do Povo Madeirense.
Daí que celebrar o que mais há de decisivo para as nossas Liberdades e para um futuro de esperança, seja também num ambiente de festa, a Festa da Autonomia, a Festa da Liberdade, a “festa do Chão da Lagoa”.
Nesse dia, é a Autonomia democrática que nos une. Com quantas pessoas, na “festa do Chão da Lagoa”, eu me tenho cruzado ou convivido, que sei não serem votantes no PSD!
Mas todos estão ali pela Madeira!
Todos a conviver, num ambiente onde não há “classes sociais”, não há “mais” ou “menos” importantes (?!...), não há “cerimónias”, nem preconceitos, nem complexos disto ou daquilo. Há o que nós queremos sempre, toda a liberdade responsável para cada um agir como quiser e gostar.
Haverá quem ainda não se sinta com feitio para isto...
Sou o primeiro a compreender e a respeitar.
Mas, que tais pessoas, também amigas e bem-vindas, me permitam um desafio.
Venham! Experimentem, nem que seja por mera curiosidade. Vão ver que “ficam clientes”.
Os espectáculos, também vivêmo-los com muito orgulho, por vermos e ouvirmos tantas pessoas cuja qualidade, por serem Madeirenses como nós, reforçam ainda mais, agora neste plano artístico-cultural, o grande amor-próprio regional.
Tudo está a postos.
Desde os transportes, sua circulação e seus vastos locais de estacionamento, até às instalações para os mais diversos efeitos, incluindo animação, comércio, muitos meios de recreio, alimentação e até um parque infantil para os mais pequenos.
Desculpem, fora a livre utilização da Herdade do Chão da Lagoa, no resto não há “borlas”.
Foi a nossa pedagogia de sempre. Isso fica para quem precisa de arrebanhar porque muito poucos lhes ligam...
E uma palavra de reconhecimento e de estímulo à Organização, assente na equipa do Secretariado Regional do Partido Social Democrata.
Às vezes, na vida, precisamos de sorte. E eu tive a felicidade de, ao longo dos anos, poder contar com estas pessoas extraordinárias que formam a equipa do Secretariado do PSD.
Ah!... já me esquecia de abordar as “comichões” que a “festa do Chão da Lagoa”, provoca aos deficientes do “politicamente correcto” e “sua” comunicação social. Ao ponto de, nalguns dos últimos anos, terem aparecido uns “inspectores”, legalmente identificados para fiscalizar não sei o quê que as leis (deles) da República Portuguesa costumam parir.
Os Madeirenses e Portossantenses são bem-educados e de bons costumes, pelo que usualmente não lhes ligam...
Mas... se preocupar com o que dizem em Lisboa?....
Já lá foi o tempo....
Basta a preocupação com as consequências do que “eles” fazem!
"

Alberto João Jardim: "O sistema político-constitucional vigente, hoje desacreditado, não for substituído por um novo sistema democrático"

"Porquê a enorme abstenção que geralmente se verifica nas eleições em Portugal?
Por um lado, resulta do facto de, passados os primeiros tempos após a adesão à União Europeia, os Portugueses terem verificado que o País continuava a divergir dos resultados prometidos com certa demagogia, o que faz desacreditar crescentemente a actual “classe política”.
Por outro lado, o abstencionismo forte também resulta da falta de uma correcta formação da Opinião Pública. Vivemos numa apologia distorcida dos Valores nacionais e dos Valores democráticos, ainda por cima num clima de gritante falta de pluralismo e de recurso a sensacionalismos que ninguém e nada respeitam.
Nesta generalizada situação de desencanto e de preocupação com os caminhos por onde vai Portugal, é óbvio que tal provoque uma desmotivação em pessoas psicologicamente mais levadas a desistir. E que a comparência às urnas de voto, vá ficando para aqueles que têm a consciência de quão imperativo é fazê-lo sempre. Como também ficando para aqueles que se limitam a auto--conduzir apenas por padrões rígidos de obediência partidária.
Os actuais Partidos políticos falharam e a situação nacional é eloquente prova disso.
Por outro lado, ainda, os excelentes Quadros humanos de que Portugal dispõe e que integraram todos os Partidos após o 25 de Abril, foram-se afastando da vida partidária.
Ou por causa da sua substituição, no interior dos Partidos, por clientelas carreiristas e de menor qualidade.
Ou, também, por causa da exposição indefesa a que a legislação os coloca ante a Opinião Pública.
Ou, ainda, por razões que não são de sacrifício ante a causa pública, razões de melhor situação pessoal noutras carreiras profissionais.
Se o sistema político-constitucional vigente, hoje desacreditado, não for substituído por um novo sistema democrático que faça Portugal funcionar melhor, criando novas Causas à Nação portuguesa, novos elãs, o fenómeno abstencionista vai se acentuar cada vez mais.
E há quem esteja interessado nisso
" ("Palavras Assinadas", rubrica de Alberto João Jardim no TVI 24, ontem)

Jornalismo: o fim

Segundo o Jornal I, "chega hoje às bancas a última edição do jornal "24 Horas". A notícia do encerramento foi ontem comunicada oficialmente à redacção por um administrador, que apresentou aos 40 jornalistas da redacção as razões que levaram ao fecho do título e consequente despedimento de alguns dos trabalhadores."Esta decisão decorre da profunda alteração estrutural do mercado de imprensa, que nos exige decisões estratégicas que conduzam a novos modelos de negócio", adiantou a administração num comunicado enviado à redacção do diário. Segundo dados da Associação para o Controlo de Tiragem e Circulação, o "24 Horas" registou uma média de circulação paga de 16 441 exemplares nos primeiros dois meses de 2010, menos 51% que no mesmo período de 2009.Fonte do jornal explicou ao i que 18 jornalistas serão integrados noutros jornais do grupo, nomeadamente no "Diário de Notícias" e suplementos do DN e no "Jornal de Notícias". Os restantes 22 trabalhadores estão a negociar a rescisão do contrato. O Sindicato dos Jornalistas reagiu imediatamente através de um comunicado, no qual exorta a Controlinveste, proprietária do jornal, a garantir a integração dos jornalistas que serão alvo de despedimento colectivo.Também o "Global Notícias", o diário gratuito do grupo, vai encerrar. A saturação do mercado de gratuitos, aliada à escassez de publicidade, foi apontada como a principal razão que levou ao fecho do título, que se alimentava de notícias dos restantes jornais do grupo.A edição de hoje do "24" é centrada no encerramento do jornal, com alusão a capas antigas e notícias que marcaram os 12 anos de história do jornal".

Eles estão com medo...


Um problema para nós: está mau tempo na Cidade do Cabo, chuva, frio e vento. Vamos a ver se mais à noite as coisas melhoram...

Jornalismo: SJ exorta Controlinveste a integrar no grupo jornalistas do "24 Horas" e "Global Notícias"

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) lamenta o encerramento dos jornais “24 Horas” e “Global Notícias” e exorta publicamente a Global Notícias e o grupo Controlinveste a desenvolverem todos os esforços para garantirem o emprego a todos os trabalhadores afectados. Em comunicado divulgado hoje, 28 de Junho, o SJ manifesta o seu pesar pelo desaparecimento dos dois títulos e reitera a sua posição de sempre: se não é absolutamente possível manter uma determinada publicação, a empresa deve fazer todos os esforços para integrar o maior número possível de jornalistas nas restantes do seu universo editorial. Neste caso, a empresa integrou apenas uma parte dos jornalistas, estimada em cerca de um terço. É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:
"Controlinveste encerra “24 Horas” e “Global Notícias” e faz novo despedimento colectivo
1. O Grupo Controlinveste comunicou hoje o encerramento dos jornais “24 Horas” e “Global Notícias” e o despedimento colectivo dos jornalistas e outros trabalhadores que não forem integrados noutras publicações, encetando assim uma nova operação de redução dos efectivos ao seu serviço.
2. O encerramento de um jornal significa sempre uma perda para os respectivos leitores, para o público que ainda poderia vir a conquistar e para os jornalistas e outros profissionais que nele trabalhavam, pelo que é de lamentar que o desfecho para o “24 Horas” tenha sido o da extinção do título e não a sua reformulação e o seu relançamento.
3. Quanto ao gratuito “Global Notícias”, apesar de tratar-se de um modelo com o qual o SJ sempre discordou, por basear-se na apropriação gratuita das criações dos jornalistas ao serviço das diversas publicações do grupo, lamenta-se o desfecho e o peso que possa significar na vida das pessoas ao seu serviço.
4. Em contacto com a Administração da Global Notícias - Publicações, a Direcção do Sindicato dos Jornalistas (SJ) reiterou o que tem afirmado nos últimos dias e que corresponde à sua posição coerente: se não é absolutamente possível manter uma determinada publicação, a empresa deve fazer todos os esforços para integrar o maior número possível de jornalistas nas restantes do seu universo editorial.
5. Infelizmente, a empresa integrou apenas uma parte dos jornalistas – estimada em cerca de um terço – mas o SJ exorta publicamente a Global Notícias e o grupo Controlinveste a desenvolverem todos os esforços para garantirem o emprego aos restantes.
6. O Sindicato manifesta a sua solidariedade para com os jornalistas que a empresa pretende despedir, reafirma a sua vontade e determinação em defender os direitos e os interesses dos seus representados e apela à unidade de todos os jornalistas e outros trabalhadores.
Lisboa, 28 de Junho de 2010
A Direcção

Rendimentos: Ronaldo ameaça rival Beckham

Li no Correio da Manhã, pela jornalista Rita Montenegro que "Cristiano Ronaldo recebe menos de nove milhões de euros por ano do que o jogador inglês David Beckham. Mas tudo pode mudar de figura. Na lista da ‘Forbes', David Beckham é o futebolista mais rico do Mundo. Entre ordenados e publicidade, o jogador inglês ganha mais de 34 milhões de euros/ano. No entanto, o caso pode mudar de figura, se Portugal ganhar o Mundial. Na segunda posição da revista americana, Ronaldo é o senhor que se segue, com um cálculo anual de 25 milhões de euros. Mas, segundo peritos em publicidade, a vitória e a prestação do jogador na África do Sul podem levar o português a multiplicar os seus contratos publicitários, podendo passar aos 40 milhões. Há muito que Beckham - que ficou de fora da competição por lesão - e Ronaldo são comparados, sobretudo por serem fenómenos de marketing. O jogador inglês é imagem de várias marcas, como Adidas e Motorola. Ronaldo, por seu turno, dá a cara pela Armani, Nike e Coca-Cola, entre outras. À margem do dinheiro, Beckham tem ‘perdido' para o português, nomeadamente, no que diz respeito à forma física. É que, actualmente, Ronaldo é considerado o jogador mais sexy do Mundo, um título ‘roubado' ao rival".

Opinião: "Políticos que no aman a los periodistas"...

"Algunas veces, para defender el derecho de los lectores a la información hay que defender antes a los periodistas. Lamento tener que decirles que estamos en esa situación. En los países con libertad de prensa, la relación entre política y periodismo suele ser tensa, pero respetuosa. Cada uno hace su trabajo. Y todos suelen respetar unas reglas del juego que incluyen dos principios: la obligación del periodista de preguntar e indagar de forma responsable, y la obligación del político de responder de su actuación ante los ciudadanos. En España, esas reglas están sufriendo un grave deterioro.
En las últimas semanas habrán podido observar cómo periodistas de diferentes medios eran ninguneados por el líder de la oposición, Mariano Rajoy; el presidente de la Generalitat valenciana, Francisco Camps, y otros cargos públicos del Partido Popular, en sus intentos de escabullirse de las molestas preguntas sobre el caso Gürtel. El principal líder de la oposición ha estado desde el 13 de abril hasta esta semana sin convocar una conferencia de prensa y en los escasos e inevitables contactos con los periodistas se había negado a responder a sus preguntas. Lejos del elegante non coment de la cultura anglosajona, algunos políticos no se conforman ya con no responder. Se permiten, como Camps, responder con astracanadas y hasta con mofas.
Comparto el criterio de que los periodistas no han de hacer partícipes a sus lectores de sus cuitas, ni siquiera de las dificultades que tienen para realizar su trabajo. El Libro de estilo de EL PAÍS lo dice claramente: "El derecho a la información es sobre todo del lector, no del periodista. Si se encuentran trabas, se superan; si éstas añaden información, se cuentan; si no es así, se aguantan. Las columnas del periódico no están para que el redactor desahogue sus humores, por justificados que sean". Cierto. Pero si hoy he decidido compartir con ustedes esta reflexión es porque creo que esta falta de consideración hacia el trabajo periodístico no es una simple anécdota. Es el síntoma de algo más profundo y bastante más grave: el intento, cada vez menos disimulado, de negar a la profesión periodística su papel de intermediario, la función social que ha venido ejerciendo como garante de la libertad de información y como elemento activo de control del poder.
Una carta recibida esta semana me ha hecho pensar que no es sólo un problema de los periodistas. Es también un problema de la ciudadanía. La escribe Miguel Moya Sánchez y dice: "La frecuencia con la que algunos políticos con importantes responsabilidades utilizan a la prensa como mero transportista de sus opiniones, hace que la función social del periodismo vaya disminuyendo y perdiendo a la vez interés entre los lectores".Tiene toda la razón. El problema comenzó cuando algunos cargos públicos del PSOE y del PP empezaron a convocar conferencias de prensa en las que no se admitían preguntas. Ya en febrero de 2004, la entonces Defensora del Lector, Malén Aznárez, advertía de la gravedad del asunto: "¿Por qué los periodistas tienen que aceptar ser comparsas en falsas ruedas de prensa, que luego aparecen como genuinas en todas las televisiones, dando visos de veracidad a lo que en realidad es un fraude informativo?", escribía.
La situación no ha mejorado. Al revés, ha empeorado. He consultado a un buen número de redactores de EL PAÍS y también de otros medios y todos confirman que esta práctica se repite con frecuencia y se ha extendido como una mancha de aceite a la política regional e incluso la local. El 12 de julio, por ejemplo, Joan Puigcercós convocó como secretario general de ERC a una rueda de prensa para hablar de la financiación autonómica. Después de cuatro horas de espera, compareció, hizo su declaración y se negó a aceptar ninguna pregunta. Lo mismo han hecho con frecuencia Jordi Pujol o Juan José Ibarretxe.
En realidad, estas "declaraciones institucionales" forman parte de una estrategia destinada a eludir el filtro del periodismo. Para "facilitar" el trabajo de los periodistas en las campañas electorales, los partidos empezaron a facilitar a los medios, vía satélite, la señal televisiva de sus actos. Los medios pueden obtener gratuitamente las imágenes, pero son los realizadores del partido quienes controlan las cámaras, y por tanto, lo que se emite. Durante un tiempo, los medios podían acceder, si lo deseaban, con sus propias cámaras. Ahora, el PSOE y PP han dado un paso más: la única imagen posible es la que facilita el propio partido, en algunos casos incluso editada.
El PP ha utilizado este procedimiento en el caso Gürtel. Cuando Camps fue exculpado de un delito de cohecho, pero seguían pesando graves sospechas sobre el PP valenciano, envió a los medios unas declaraciones grabadas de una falsa rueda de prensa. Y cuando la Fiscalía Anticorrupción decidió recurrir el sobreseimiento, María Dolores de Cospedal, hizo llegar a los medios una grabación editada también por el partido en la que acusaba al Gobierno de utilizar la Fiscalía General del Estado contra el PP. Declaraciones tan corrosivas para las instituciones democráticas no se habían hecho nunca. Ningún periodista tuvo oportunidad de interrogar a Cospedal sobre las pruebas que podía aportar. Y sin embargo, el PP logró su propósito: las acusaciones de Cospedal fueron al día siguiente grandes titulares de portada.
Miguel Moya interpela a las direcciones de los medios: "Aparentemente, la jerarquía periodística responde con tibieza a ese abuso. (...) Debemos deducir que quienes dirigen los medios periodísticos aceptan, tal vez con poca complacencia, pero en camino de acomodarse, este nuevo modelo de periodismo que imponen los que tienen el poder o aspiran a tenerlo".
Hace algo más de un año, por iniciativa del presidente de la Asociación de la Prensa de Madrid, Fernando González Urbaneja, y del decano del Colegio de Periodistas de Catalunya, Josep Carles Rius, los directores de 10 grandes diarios firmaron una declaración en la que criticaban las ruedas de prensa sin preguntas y los intentos de prefabricar titulares e informaciones. "El ejercicio del periodismo pasa por crecientes dificultades que deterioran la calidad de la democracia y perjudican a los ciudadanos", decía la nota. Preguntado sobre la cuestión, Vicente Jiménez, director adjunto de EL PAÍS, responde: "Son prácticas que desprecian el papel del periodismo como mediador social activo. El periodista ha de poder cuestionar, preguntar, indagar. De lo contrario se convierte en un mero repetidor de mensajes. Se está socavando la relación entre los poderes públicos y los medios. La situación nos produce un gran malestar, pero no hemos logrado obligar a los políticos a corregir estas prácticas".
En el caso de EL PAÍS, la dirección ha decidido que se informe al lector cuando se produzcan estas circunstancias. "Pero llega un momento que no sirve de nada", admite Jiménez. González Urbaneja se muestra crítico con la pasividad de las direcciones. "Antes del verano, envié una nueva carta a los directores de medios audiovisuales y escritos, señalando la gravedad de la situación e instándoles a intervenir. De los 14 directores a los que me dirigí, sólo me han contestado tres".
Los partidos políticos tienen todo el derecho a buscar canales de comunicación directos con la ciudadanía. Pueden crear sus propios medios y administrarlos como les parezca conveniente. Pero no es eso lo que hacen. Lo que hacen es intentar condicionar a los medios existentes, ya sean públicos o privados, para que acaben actuando como meros canales de transmisión de sus intereses propagandísticos. Y, a lo que se ve, los medios no saben cómo evitarlo.
Los esfuerzos de los partidos por convertir la información en propaganda no se limita a estas prácticas restrictivas del derecho a la información. También incluye el control de las fuentes informativas, pero de eso hablaremos otro dia”
(por MILAGROS PÉREZ OLIVA, do El Pais,com a devida vénia)

Houve um blogue que previu a crise da zona euro mas ninguém ligou

Li no Jornal I que "anteviu a crise do euro em textos que publicou durante anos em blogues. Não lhe deram ouvidos. Agora é convidado para dar conferências. Durante anos ninguém ligou aos avisos do tipo "o céu está prestes a cair-nos em cima" feitos por Edward Hugh, um bloguista britânico sociável e dedicado, economista autodidacta, que previu repetidamente que a zona euro não poderia sobreviver. Vivendo uma existência bastante espartana com o seu salário de professor a tempo parcial, enviou posts sucessivos para a ciberselva. Era o cúmulo da cegueira política, alertava ele, pensar que uma sociedade envelhecida poupada como a alemã poderia coexistir com outras mais jovens e dependentes do crédito como a irlandesa, a grega e a espanhola, que com ela partilham o euro. No entanto, agora que a crise da dívida soberana europeia está a abalar os mercados mundiais, a desvalorizar o euro quase diariamente e a lançar dúvidas sobre o futuro da união monetária, as suas substanciais elucubrações tornaram-se leitura obrigatória para todo um público influente, e cada vez mais internacional, entre o qual se contam muitos decisores da Casa Branca. Edward Hugh tem até sido abordado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que lhe pediu recentemente que fosse a Madrid para dar o seu contributo à análise que este organismo está a fazer da economia espanhola. "É até muito agradável", confessa Hugh, de 61 anos, com um ar divertido, recostado num carro de luxo a caminho da sua próxima palestra, organizada pelo Círculo de Economia, um grupo de pressão empresarial de Barcelona. "Encontro-me com toda a espécie de pessoas interessantes, que me pagam para almoçar com elas." Noutros aspectos, a sua vida mudou muito pouco. A semana passada, teve de pedir dinheiro emprestado a amigos para comprar roupa e se apresentar condignamente perante a audiência da conferência composta por políticos e executivos espanhóis. As suas fontes de rendimento ainda são sobretudo as aulas de Inglês que dá há duas décadas."Acho que estou em contraciclo", graceja. "Durante os anos em que o boom durou, quanto toda a gente estava a dar-se bem, eu não era ninguém." Porém, a ideia de que um economista pode ser uma celebridade pop - nos moldes de um Nouriel Roubini (cuja previsão precoce da inevitabilidade do desmoronamento do mercado imobiliário dos EUA lhe trouxe fama e fez dele uma "marca" na consultoria internacional), ou nos de um Paul Krugman (economista, Prémio Nobel e cronista do "New York Times") - ainda não está muito arreigada na Europa, e particularmente em Espanha. No entanto, agora que se levantam questões sobre o modo como os governos europeus poderão escapar à armadilha do endividamento e regressar a uma situação de crescimento, Hugh, que há anos pensa sobre o tema, está pela primeira vez a ser abordado para fornecer ideias e partilhar a sua sabedoria. A sua mensagem sombria em colunas de jornais e intervenções na televisão e rádio locais, bem como em reuniões com responsáveis governamentais, é quase sempre a mesma: uma vez que a Espanha e outros países da zona euro como a Grécia, Portugal, a Irlanda e a Itália não podem desvalorizar unilateralmente a divisa comum, resta-lhes enveredar pelo que seria, em essência, uma desvalorização interna de 20%. Isto significa que, em cada um desses países, os salários dos sectores público e privado têm de baixar aproximadamente nessa ordem de magnitude para os países poderem repor a sua competitividade, aumentar as exportações e obter o dinheiro necessário para pagarem a respectiva dívida. "Por que razão esses países não convergiram com o resto da Europa?", pergunta o professor. "É uma questão demográfica. À medida que as populações envelhecem, vai havendo menos pessoas na casa dos 20 aos 40 a comprarem casa, por isso há mais poupança. Quanto mais jovem for um país, mais o seu crescimento depende do crédito." A Alemanha, em que a idade média se situa nos 45 anos (e está a aumentar) e em que a população começa a diminuir, é um país de aforradores e a política governamental tem sido promover o controlo dos salários e estimular as indústrias exportadoras. Em contrapartida, as populações da Grécia, da República da Irlanda e de Espanha, mais jovens, entraram num frenesim de endividamento, que se deveu principalmente ao aumento da procura de novas casas e de bens de consumo, que, em muitos casos, se transformaram em bolhas imobiliárias antes de rebentarem. Os salários foram impulsionados para cima, encorajando a despesa mas fazendo com que, rapidamente, as indústrias nacionais deixassem de conseguir competir com os poupados alemães, holandeses e outros europeus do Norte. Em geral os economistas não viram o que ele considera ter sido um cenário facilmente previsível, acusa Hugh. E, acrescenta, "é por isso que estamos agora numa situação tão complicada". A tese demográfica de Hugh não é à prova de bala: com efeito, o alvo dos seus primeiros ataques foi a Itália e não a Grécia. Só que a Itália, talvez por causa do seu já grande nível de endividamento e do envelhecimento da população, seguiu um rumo de maior disciplina fiscal que os seus vizinhos e evitou uma bolha imobiliária. Por outro lado, a principal solução preconizada por Hugh - a de que a Alemanha abandone o euro, o que faria cair quase imediatamente o valor da divisa, aumentando a competitividade dos países mais fracos, que permaneceriam na zona euro - tem de ser entendida mais como um post provocatório num blogue que como uma proposta séria. Ainda assim, a súbita vulnerabilidade da zona euro e a procura desesperada de soluções por parte dos decisores políticos, investidores e economistas fizeram com que as suas obscuras divagações se disseminassem com a força de um vírus. "Ele é uma fonte de informações que prezo muito", diz Brad DeLong, economista da Universidade da Califórnia em Berkeley, que trabalhou no Tesouro dos EUA durante a administração do presidente Bill Clinton e que é também um destacado bloguista. Por outro lado, Hugh está decidido a resistir a algumas das novas tentações que se lhe atravessaram no caminho. Diz ter recusado ofertas lucrativas de hedge funds no sentido de fornecer consultoria exclusiva por não querer que as suas opiniões sejam monopolizadas por uma única entidade - embora diga que está a considerar o convite para integrar o grupo de consultores que trabalham para Roubini. Natural de Liverpool, Hugh estudou na London School of Economics, mas sentiu--se mais atraído pela filosofia, pela ciência, pela sociologia e até pela literatura. O eclectismo dos seus interesses não só o impediu de obter o doutoramento como também lhe barrou o acesso a um lugar de docente a tempo inteiro. "O director do meu departamento disse uma vez que eu era um 'ladrão' por ter aceitado uma bolsa de doutoramento e continuar a ler os livros e a frequentar os cursos da minha preferência", diz. Considerando-se mais europeu que inglês, mudou-se para Barcelona em 1990. Os posts no seu blogue são reflexo dos seus interesses variados. Cita frequentemente Bob Dylan, Charles Bukowski, Jean-Paul Sartre, Friedrich Nietzsche e até o comportamento social dos seus queridos bonobos (chimpazés-pigmeu), a espécie de primatas mais aparentada com o homem. Hugh tem a aparência pálida e descuidada de quem passa, há pelo menos dez anos, 12 a 14 horas por dia em frente a um computador, mas está longe de ser um recluso. O seu feitio alegre e sociável e a sua adesão religiosa aos princípios da reciprocidade e do intercâmbio fazem dele um adepto das redes sociais. A fácil adaptação aos usos e costumes de Barcelona (fala catalão fluentemente) deu-lhe também uma rede de apoio de donas-de-casa de meia-idade, algumas das quais lhe têm proporcionado um lugar para viver sempre que ele muda de casa. Vive actualmente numa quinta numa aldeia do Norte de Espanha, onde escreve para uma série de blogues, entre eles A Fistful of Euros, Global Economy Matters, além de outros específicos sobre determinados países, que se centram na economia do Japão, da Hungria, da Letónia e da Grécia. Contudo, mais que qualquer outra coisa, lê e reflecte. "Na Idade Média, a curiosidade excessiva era considerada um pecado", diz ele com mais uma gargalhada. "No entanto, com a internet, acho que posso fazer o que quiser. Tenho a impressão que posso de facto fazer alguma coisa útil." (Jornal I/New York Times, com a devida vénia)

segunda-feira, junho 28, 2010

Jornalistas da SER absolvidos da acusação de revelação de segredos

Li no El Pais que “los periodistas Daniel Anido, director de la Cadena SER, y Rodolfo Irago, director de informativos de la emisora, han sido absueltos del delito de revelación de secretos del que habían sido acusados por publicar en la página web de la emisora documentos que probaban irregularidades en la afiliación de militantes del PP en Villaviciosa de Odón (Madrid), según una sentencia de la Audiencia Provincial de Madrid conocida esta tarde. En su fallo, con fecha del pasado día 11, la Audiencia anula la sentencia que emitió en diciembre de 2009 el Juzgado de lo Penal número 16 de Madrid , la cual condenaba a los dos periodistas a penas de un año y nueve meses de prisión cada uno y la inhabilitación como periodistas por el mismo periodo. Aquella condena incluía multas de seis meses a 100 euros diarios y una indemnización de 5.000 euros para cada uno de los denunciantes; y se consideraba responsable civil subsidiario a la Cadena SER. La Fiscalía General del Estado recurrió la sentencia , pero no para pedir la absolución, sino penas más reducidas por considerar desproporcionado el castigo. De esta forma, la fiscalía que dirige Cándido Conde-Pumpido solicitaba a la Audiencia que condenara a cinco meses de prisión sustituibles por multas. Sin embargo, la Audiencia Provincial de Madrid establece finalmente que no hubo delito en la información publicada porque la lista de afiliados irregulares publicada en la web de la Cadena SER no puede considerarse parte de ningún archivo ni de un libro de afiliados del PP de Villaviciosa de Odón. La cadena SER informó de la denuncia formulada ante los órganos internos del partido por la entonces presidenta local del PP de Villaviciosa de Odón, Pilar Martínez, afirmando que se habían producido al menos 78 afiliaciones irregulares para alterar el equilibrio de poder dentro de la formación. La emisora tuvo acceso a las cartas dirigidas por Martínez al secretario general del PP en Madrid, Ricardo Romero de Tejada, y a la lista de personas afiliadas supuestamente de una forma irregular. Durante el juicio, celebrado el pasado 19 de octubre, la propia Martínez ratificó la veracidad de la información, difundida el 17 de junio de 2003.
El propio juez que les condenó en diciembre afirmó entonces en su sentencia que "no puede negarse que era un hecho noticiable", y que los periodistas "podían honestamente pensar que, publicando o cediendo para su publicación la lista de los presuntamente afiliados irregularmente, cuya denuncia ciertamente les constaba, informaban a la opinión pública de algo que la misma tenía derecho a conocer". Pero esa sentencia, ahora anulada, condenaba la difusión de esa información veraz en la red con el argumento, entre otros, de que "la protección constitucional al derecho a la información se refiere a los medios de comunicación social -televisión radio o prensa escrita-, pero debe matizarse que Internet no es un medio de comunicación social en sentido estricto, sino universal". La sentencia de la Audiencia Provincial de hoy no entra a valorar esos argumentos porque considera directamente que no hay delito. La condena a los periodistas de la Cadena SER por informar de hechos ciertos había generado preocupación en la profesión periodística y motivó distintos actos de solidaridad con los condenados"

Bolívia: Evo Morales compra avião do Manchester United

Segundo o Jornal I, "por 38 milhões de dólares, Evo Morales comprou o avião do Manchester United para as suas viagens oficiais. O Dassault Falcon 900 foi encomendado pelo clube, que acabou por desistir da compra.O presidente da Bolívia é um apaixonado por futebol e não perdeu a oportunidade de comprar o avião concebido para o clube britânico. Tal como explicou o ministro da Economia Luis Arce, o avião foi comprado a “preço de ocasião”. Evo Morales é o presidente mais viajado da história da Bolívia. Segundo o ministro da Presidência, Oscar Coca, desde 2007, fez 567 viagens dentro do país e 83 ao estrangeiro". (na foto um modelo do Dassault Falcon 900)

Uma vergonha de trânsito

Confesso que não adivinhava que tal, cenário se passasse, mas hoje à noite fui confrontado com uma pouca-vergonha na cidade que coincidiu com a chegada do barco do Porto Santo. O que se passa é triste e se vamos ter que aturar situações destas durante os meses de Verão, sempre que o barco chega ao Funchal, melhor será que se proíba a circulação de automóveis naquele local durante algum tempo. O desespero e a fúria das pessoas era tal que assisti a inversões de marcha em pleno túnel de acesso ao porto e a uma demora perfeitamente absurda no escoamento do tráfego, a que se junta a ausência de polícia (apenas vi um agente) e uma desorganização absurda de trânsito que, francamente, fiquei negativamente surpreendido com o que ali se passa. Percebo que existam limitações por causa de obras, mas, por amor de Deus, encontrem soluções para que não se dê uma imagem terceiro-mundista, ou pior, de uma cidade, a uma determinada hora do dia e bem junto de unidades hoteleiras...

Registei

O Bloco de Esquerda promoveu um debate sobre comunicação social. Salvo opiniões diferentes, igualmente respeitáveis, pelo que li - e apenas falo em função disso - o que ali foi dito não passou de banalidades, ainda por cima por parte de um partido que duvido muito, caso um dia fosse poder, tivesse uma visão de liberdade de imprensa e de respeito pelos jornalistas e pela multiplicidade de opiniões, como eu tenho. Mas retive da noticia, como dado essencial, a presença do DN do Funchal e a ausência dois restantes jornais. Julgo que vai sendo tempo das pessoas começarem a perceber que o desespero não pode ser pretexto justificativo para tudo. Muito menos para atirar o "lixo para debaixo do tapete". E repito o que já aqui referi, até porque recuso misturar-me com rafeirice: quando a discussão, mesmo com base em opiniões acentuadamente divergentes, se regista dentro dos limites da respeitabilidade estou "lá" sem alimentar caça às bruxas ou muito menos sem defender que se sacrifique na praça pública pessoas ou instituições, não concordando por isso que se faça o que tem sido feito. Porque começa a meter nojo, sobretudo porque a verdade, melhor dizendo, as causas de dificuldades e problemas, continua a não ser assumida.

Coimbra: Câmara proibiu acesso ao Facebook

Segundo o Diário Económico, "a Câmara de Coimbra cortou o acesso dos computadores da autarquia ao Facebook, justificando que são para trabalhar e "não para satisfazer os interesses ou desejos dos funcionários". "Os computadores da Câmara Municipal de Coimbra estão ao serviço público que é exercido pelos funcionários enquanto estão a trabalhar", disse o presidente da autarquia, Carlos Encarnação. Carlos Encarnação sustenta que fora da autarquia os funcionários "podem fazer o que quiserem para satisfazer os seus interesses ou desejos", mas "enquanto estão ao serviço da Câmara os computadores são para trabalhar". O autarca social-democrata frisa que "já há uns anos a Câmara suprimiu a ligação aos blogues". A decisão de cortar o acesso ao Facebook foi tomada pelo Departamento de Administração Geral e Recursos Humanos da autarquia, disse Carlos Encarnação, remetendo mais pormenores para o vice-presidente, João Barbosa de Melo. Segundo noticiou hoje a Rádio Renascença, na base da decisão esteve uma funcionária que foi apanhada a jogar o FarmVille, um popular jogo que incentiva os utilizadores a cuidar de uma quinta”.

Facebook pode custar-lhe o emprego...

"Se está no trabalho e tem a sua página do Facebook aberta, recomendamos que leia isto e pense duas vezes na próxima vez que aceitar um pedido nesta rede social. Hoje, quando se está à procura de trabalho, não basta apenas ter um currículo rico e bem apresentado. O que se publica nas páginas do Facebook, MySpace ou nos blogues pessoais também é importante e tem vindo a ganhar uma relevância cada vez maior. Atente-se neste exemplo: Chris Dreyfus é inspector da Polícia de Transportes, encarregue da protecção da Família Real e do Governo britânicos. Foi-lhe oferecido o posto de capitão da Polícia de Bedfordshire e foi entrevistado para o cargo a 13 de Fevereiro. Depois de o responsável da polícia de Bedfordshire ter feito alguns contactos sobre o inspector, descobriu que lhe tinha sido dada uma repreensão sobre a sua página pessoal do Facebook e retirou a proposta de emprego. Num comunicado à BBC, a polícia de Bedforshire revela: "Foi-nos dito que tinha um processo e, assim, não pudemos manter a proposta". Esta repreensão surgiu no seguimento de se ter descoberto vários detalhes gráficos sobre o modo de vida gay que o inspector mantinha e ainda várias fotografias onde aparecia a posar fardado no Metro de Londres".
"Primeiro dia de trabalho. OMG (oh my god, ó meu deus), tão chato!
Veja-se, agora, este outro caso: Kimberley Swann é uma jovem de 16 anos, que até há pouco tempo trabalhava na empresa Ivell Marketing & Logistics (IM&L). Durante as primeiras semanas, Kimberley publicou no seu perfil do Facebook alguns comentários menos positivos sobre o trabalho na IM&L. No primeiro dia, desabafou na sua página pessoal: "Primeiro dia de trabalho. OMG (oh my god, ó meu deus), tão chato!". Dois dias depois, novo comentário menos abonatório: "Tudo o que faço é destruir papel, furar folhas e digitalizar documentos! OMG!" e, duas semanas mais tarde: "Estou tão aborrecida...". Três semanas depois de ter começado a trabalhar, foi chamada ao gabinete do patrão, onde lhe foi comunicado que não trabalhava mais para a IM&L. Numa carta que lhe foi entregue em mão pode ler-se: "No seguimento dos seus comentários feitos no Facebook acerca do seu trabalho e da empresa, pensamos ser melhor, visto que não está feliz com a sua situação e o seu trabalho, terminar o seu contrato com a Ivell Marketing & Logistics, com efeito imediato". Em sua defesa, Swann alega que não referiu "o nome da companhia, apenas que o seu trabalho era aborrecido. Eles estavam apenas a ser metediços. (...) É claro que o trabalho era chato no início, mas eu sabia que iria tornar-se mais interessante. Eu estava feliz por trabalhar ali, apesar de eles dizerem que não. Não é justo, mas também não há nada que eu possa fazer".
FarmVille banido dos computadores municipais em Coimbra
Em Coimbra, o FarmVille, uma aplicação bastante popular no Facebook, foi banido dos computadores municipais. Carlos Encarnação, presidente da Câmara de Coimbra, justifica que "os computadores da Câmara Municipal de Coimbra estão ao serviço público que é exercido pelos funcionários enquanto estão a trabalhar", mas sim para trabalhar. Fora da autarquia, os funcionários "podem fazer o que quiserem para satisfazer os seus interesses ou desejos", acrescenta. Esta decisão partiu do Departamento de Administração Geral e Recursos Humanos, depois de uma funcionária ter sido apanhada a jogar FarmVille.
Razões para ser despedido e conselho úteis
Um estudo recente revela que 45% dos patrões consultam os perfis nas redes sociais dos candidatos a emprego, o que significa um crescimento de 23% em relação a 2008. O mesmo estudo acrescenta que 35% dos empregadores admitiram rejeitar candidatos baseando-se no que encontram nos perfis do Facebook.Esta investigação apresentou ainda algumas razões invocadas pelos patrões para rejeitar candidatos:
- Fotografias ou informações desapropriadas - 53%
- Uso de drogas ou álcool - 44%
- Falar mal do emprego anterior, de colegas ou clientes - 35%
- Má capacidade comunicativa - 29%
- Comentários abusivos, discriminatórios ou desrespeitadores - 26%
- Qualificações académicas falsas - 24%
- Fuga de informação em empregos anteriores - 20%
Ficam ainda alguns conselhos para ser-se bem sucedido em entrevistas de emprego:
- Apagar ou esconder o perfil do Facebook e tentar impressionar o empregador através da forma tradicional: a entrevista;
- Editar o perfil do Facebook, MySpace ou blogue pessoal de forma a conter apenas uma parte da sua vida pessoal;
- Não concorrer a empregos em que os patrões usem as redes sociais para determinar o seu valor
" (texto do jornalista do Expresso, João Oliveira)

Cientistas terão descoberto indícios de vida numa lua de Saturno

Cientistas da Nasa acreditam ter encontrado evidências de vida numa das luas de Saturno. A descoberta é baseada em estudos da missão que pesquisa a órbita do segundo maior planeta do sistema solar. A investigação revelou uma atmosfera densa onde também há hidrogénio e na qual é possível haver espécies primitivas de seres vivos.

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Submarino australiano afunda fragata em exercício

Acham possível em Portugal este tipo de coisas?

"Porquê discutir o estado da economia mundial na famosa Sala Oval da Casa Branca, se o podem fazer enquanto se deliciam com um hambúrguer? Terá sido esta a ideia de Barack Obama, presidente dos EUA, e do seu homólogo russo, Dmitri Medvedev, quando recentemente decidiram juntar-se à mesa, rodeados de 'gente comum', numa hamburgueria de Washington". Leia este texto do Correio da Manhã, da jornalista Joana Domingos Sá, para perceber do que estou a falar...