segunda-feira, junho 28, 2010

Sondagem: Cavaco perde terreno mas fica ainda longe dos outros

Segundo o Jornal de Notícias de hoje, "Cavaco Silva está a perder terreno na corrida às Presidenciais de Fevereiro de 2011. De acordo com o Barómetro da Universidade Católica para o JN, o actual presidente continua a ser o preferido, mas perde sete pontos (de 57% para 50%). A sondagem não pede uma intenção de voto, antes uma opinião sobre quem tem mais capacidade para exercer o cargo. Mas se Cavaco está a perder terreno, não é para os candidatos que já se apresentaram. Manuel Alegre volta a ser escolhido por 19% dos inquiridos, enquanto Fernando Nobre baixa um ponto, para 7%. Na verdade, a descida do actual presidente é rigorosamente igual à subida do número de indecisos (os mesmos sete pontos, de 14% para 21%). Uma das explicações pode ser encontrada na pergunta seguinte: cerca de um terço dos portugueses acha que seria positivo que entrasse na corrida uma candidatura alternativa de Direita. Ou seja, parece haver muita gente que não se revê no quadro ideológico que se apresenta. E é sobretudo entre o CDS-PP que esse problema mais se acentua. Metade dos simpatizantes (49%) deste partido pede outro candidato. Se ele aparecer, e a julgar pelos números actuais, Cavaco Silva pode ser obrigado a ir a uma segunda volta".
Ainda sobre este tema o DN de Lisboa sublinha que "a meio ano do fim da corrida para o Palácio de Belém, Cavaco Silva e Manuel Alegre encontram-se na mesma posição em que terminaram a disputa eleitoral de Janeiro de 2006. De acordo com a sondagem da Universidade Católica para DN, JN, RTP e Antena 1, metade dos portugueses diz que Cavaco parece ser o melhor para ocupar o cargo de Presidente e 19% julgam que Alegre é o homem indicado para o lugar de Chefe do Estado.Os resultados das respostas à pergunta sobre quem é o melhor presidente (diferente da intenção de voto) são praticamente iguais àqueles obtidos por Cavaco e Alegre nas últimas presidenciais: o actual presidente foi eleito à primeira volta com 50,59% dos votos, o poeta ficou-se pelos 20,72%.À primeira vista, Cavaco não soube aproveitar o mandato para consolidar a sua popularidade e assegurar uma reeleição confortável - cumprindo a tradição de que o Presidente faz dois mandatos. Em relação à última sondagem, de Março, o Presidente - que mantém o tabu da recandidatura - caiu sete pontos, estando agora na fronteira da eleição à primeira volta. Uma descida que coincide com a polémica promulgação do casamento homossexual. Por seu lado, Alegre, que há seis anos correu como independente, parece não estar a colher os frutos do apoio do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda. Se colheu, então deixou exposto o flanco. Se o duelo dos velhos rivais tem um tom dedéjà-vu, há novidades a considerar. Fernando Nobre, o primeiro a entrar em prova, aparece em último lugar na lista dos melhores para a presidência. O independente, que se diz ter sido encorajado por Mário Soares a avançar para Belém, obtém 7% de opiniões favoráveis, menos um ponto do que há três meses - quando tinha acabado de apresentar a sua candidatura.Outra evolução importante a registar em relação à sondagem de Março é o aumento do número de inquiridos indecisos de 14 para 21%. De notar que ainda falta conhecer o nome do candidato comunista. Nas últimas eleições, Jerónimo de Sousa obteve 8,5%". O mesmo jornal reconhece que "não será por falta de apoio popular que não haverá um candidato a disputar com Cavaco Silva os votos à direita nas presidenciais de Janeiro de 2011. O surgimento de uma candidatura alternativa à do actual Presidente é visto com bons olhos por quase metade do eleitorado do CDS-PP e perto de um terço dos sociais-democratas. À pergunta se "considera positivo o aparecimento de uma candidatura de direita?", 49% dos inquiridos que se declararam simpatizantes centristas responderam que acham positivo. Apenas 5% deram uma opinião negativa, 27% não tomaram partido, e 19% entraram para o grupo dos indecisos. No PSD, partido de Cavaco, o apoio a uma candidatura alternativa existe, mas é menor. Os 29% de inquiridos que consideraram positivo aquele cenário chocam com os 33% que têm uma opinião negativa - uma diferença mínima. Há 21% que dizem que isso não seria positivo nem negativo e 17% que dizem não saber. Os rumores sobre o avanço de um candidato de direita começaram a correr entre os sectores católicos na ressaca da promulgação da lei do casamento homossexual. Líderes de movimentos católicos - que se mobilizaram nas campanhas contra a liberalização do aborto e exigiam um referendo à lei do casamento - estimam que há 200 mil eleitores que não perdoam a Cavaco e estão dispostos a dar o voto a um candidato que prometa defender os seus valores. Bagão Félix foi o primeiro nome falado e foi considerado a hipótese mais credível. O ex-ministro das Finanças e independente próximo do CDS até confirmou ter sido pressionado a avançar e recebeu uma promessa de apoio público de Paulo Portas. Mas dada a sua insistente recusa, o nome de Santana Lopes tem sido apontado como hipótese possível. Freitas do Amaral e Marcelo Rebelo de Sousa, entre outros políticos de direita com ligação à Igreja Católica, têm avisado que uma candidatura contra Cavaco seria um erro. Porque, dizem, iria forçar uma segunda volta fazendo crescer as hipóteses de Manuel Alegre chegar ao Palácio de Belém".

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