segunda-feira, janeiro 31, 2011

60% dos franceses diz que há em Francia demasiados imigrantes

Diz o El Mundo que "seis de cada 10 franceses cree que en Francia hay demasiados inmigrantes y la mitad de la población desconfía de la gente de otra nacionalidad y de quien tiene una creencia religiosa distinta a la suya, según un sondeo publicado hoy. La encuesta, encargada por el Centro de Investigaciones Políticas de la Universidad parisina de Sciences Po (CEVIPOF) y realizada el pasado diciembre, revela también que un 40 % de las 1.501 personas preguntadas considera que Francia debe "protegerse más del mundo".
Los políticos franceses suspenden
En este barómetro sobre la confianza de los franceses se descubre además que un 42 por ciento de los galos no se fía "demasiado" del presidente del Gobierno, Nicolas Sarkozy, y que un 47 por ciento "nunca confió en él". Otras personalidades políticas del país tampoco reciben un aprobado, entre ellas la ex candidata socialista a la presidencia de Francia, Ségolène Royal, con un nivel de desconfianza del 56 por ciento, que se eleva al 68 por ciento en el caso de la presidenta del partido de ultraderecha Frente Nacional, Marine Le Pen. Ocho de cada 10 franceses consultados creen que a los políticos les preocupa "poco o nada" lo que piensa la población, y casi seis de cada diez no confían "ni en la derecha ni en la izquierda" para gobernar el país. Asimismo, un 57 por ciento estima que la democracia en Francia "funciona muy mal o no demasiado bien", y el 69 por ciento de los preguntados por asegura que los jóvenes de hoy en día tienen menos posibilidades de triunfar que la generación de sus padres
".

Opinião: "Funcionários de Bruxelas prejudicam Portugal?"

"Maria João Rodrigues, ex-ministra no governo de António Guterres alertou ontem, na sua intervenção na reunião da Comissão Nacional do PS, para o facto de "alguns funcionários", que estão presentes nas negociações em Bruxelas, poderem ser mais permeáveis a discursos mais "financistas" de alguns países da Europa. A conselheira de Sócrates para os assuntos europeus terá feito a ressalva de que a fragilidade dos funcionários nem seria culpa do governo, porque podem nem ter ligações ao executivo ou à diplomacia portuguesa, mas que nem sempre acabam por defender devidamente os interesses de Portugal junto às instâncias europeias. As declarações da conselheira, contaram ao i várias fontes socialistas, terão sido aproveitadas pela eurodeputada Ana Gomes para tecer críticas à diplomacia portuguesa. Depois de Maria João Rodrigues ter falado, a dirigente socialista apontou o dedo ao sistema diplomático português por, em diversas ocasiões, não defender devidamente os interesses do país. Aos jornalistas cá fora, ainda antes da intervenção na reunião, Ana Gomes pediu um PS "exigente, vigilante e crítico" à actuação do governo, mas nem por uma única vez pediu remodelações da equipa de José Sócrates. Nem Ana Gomes nem nenhum outro membro da Comissão Nacional. Uma eventual mexida na equipa governamental não foi motivo de conversa na reunião que durou cerca de três horas apesar dos rumores da substituição de responsáveis em algumas pastas. Na Comissão Nacional que decidiu a marcação do XVII Congresso do partido para os dias 8, 9 e 10 de Abril, no Porto, Sócrates pediu aos socialistas que se mobilizem para os tempos políticos difíceis que se aproximam e apelou a que o congresso seja "clarificador" do ponto de vista político. Depois da vitória de Cavaco Silva no domingo e das ameaças de uma moção de censura da oposição assim que for possível ao Presidente da República dissolver o Parlamento, o secretário-geral do PS pediu uma demonstração de força ao partido. Os socialistas acreditam que as eleições presidenciais não deram mais força a Cavaco nem ao PSD: "Acho que se frustrou aquela visão da direita de que as eleições seriam o início de um novo ciclo de mudança política", diz Eduardo Cabrita ao i. E, esclarece, essa frustração da direita acontece devido aos resultados de domingo "pouco expressivos" para uma reeleição do Presidente. A estratégia é agora afastar o fantasma das más relações entre Belém e São Bento. O porta-voz do PS, Fernando Medina, defendeu que o resultado das eleições, em termos de leitura, quase favorece o governo, dada a vontade de estabilidade dos portugueses. "Há um forte sentimento no país de necessidade de estabilidade política, ao nível do governo e das instituições cimeiras", disse. Depois de durante a campanha presidencial, Sócrates, sem nunca referir o nome de Cavaco Silva nos discursos, ter alertado para a possibilidade de instabilidade política caso Manuel Alegre não fosse eleito, a Comissão Nacional do partido segue a linha do secretário-geral e diz que os portugueses optaram pela "estabilidade" política ao votarem maioritariamente em Cavaco. Mas Cavaco Silva acabou por ser criticado por Almeida Santos. À saída da reunião, o presidente do PS disse que o presidente reeleito foi "cruel" nas palavras que dirigiu aos portugueses na noite eleitoral. "Houve um aspecto em que exagerou imperdoavelmente. Na noite das eleições, exige-se do vencedor uma atitude de tolerância, mas fez um julgamento feroz dos seus adversários e foi muito cruel", disse. E a crueldade, continuou, "não é uma boa característica de um Presidente da República". Foram as únicas críticas ao presidente reeleito que saíram da Comissão Nacional. O líder parlamentar, Francisco Assis, disse mesmo que "a haver uma crise política nunca resultará de uma falta de entendimento entre o Presidente e o governo, mas de desentendimentos no Parlamento". A estratégica passa assim por amenizar as relações com Cavaco e por apostar "na defesa do modelo social europeu numa altura em que o PSD está encostado mais à direita e mobilizar o eleitorado do centro e da esquerda", explicou ao i o dirigente socialista Eduardo Cabrita. Para isso, Sócrates vai apostar numa "maior concertação política no quadro da União Europeia". A diferença faz-se não só à direita para o PSD e CDS mas também para a esquerda e para o PCP e BE. Depois do apoio conjunto do PS e BE a Alegre, Sócrates estará empenhado em mostrar que não se tratou de uma coligação para o futuro. O PS e o governo vão "investir numa linha mais atenta às necessidade de se fazer reformas para o futuro e menos virado para o passado daquela esquerda conservadora de defesa de um Estado Social que em alguns casos não é sustentável", afirmou ao i Vitalino Canas. Sócrates sucede a Sócrates Não parece haver dúvidas de que o secretário-geral do PS será reconduzido no cargo. Para já, apenas um adversário admitiu entrar na corrida pela liderança. O antigo presidente da distrital de Leiria, Cândido Ferreira, vai apresentar-se às directas de Março e depois, em Abril vai apresentar uma moção ao congresso mas não será a única. A corrente de opinião "Margem Esquerda" vai propor uma moção ao congresso e uma lista alternativa para a Comissão Nacional. Para já uma candidatura à liderança não está em cima da mesa. Actualmente o movimento tem uma representação de cerca de 10% nos órgãos do PS mas o objectivo é aumentar o peso dentro do partido. "Os partidos estão debilitados e o PS também. Está débil, não há debate, não há contraditório", disse ao i(pela jornalista do Jornal I, Liliana Valente, com a devida vénia)

No quadro das empresas públicas com prejuízos o sector dos transportes é o pior

Economista que geriu entrada do FMI em 1983 aconselha pedido de ajuda externa

Mais de 1200 alunos já cancelaram este ano a inscrição só em três das universidades...

Segundo o jornalista do Publico, Samuel Silva, “quase 750 estudantes cancelaram a sua inscrição nas universidades do Porto e de Coimbra desde o início do ano lectivo. Também na Universidade do Minho (UM) o número de abandonos ronda os 500. As associações académicas atribuem culpas às novas regras de atribuição de bolsas de estudo. A maioria das desistências teve lugar na Universidade de Coimbra, onde 598 estudantes cancelaram a inscrição até sexta-feira passada. Este número é maior do que o registado durante todo o ano lectivo anterior, quando 515 alunos deixaram a instituição. Segundo a reitoria da mais antiga universidade portuguesa, não é expectável que as desistências aumentem muito nos próximos meses. Na Universidade do Porto, 145 alunos requereram o cancelamento da matrícula, mas este valor está ainda aquém do total de desistências do ano passado (217). As faculdades de Engenharia (69) e de Letras (21) são aquelas onde se regista um maior número de desistências. Na quinta-feira passada, o Conselho Geral da Universidade do Minho tinha alertado para o facto de haver centenas de estudantes a cancelar a sua inscrição no ensino superior devido aos cortes nos apoios. Desde o início do ano lectivo, perto de 500 estudantes anularam a matrícula naquela universidade, o que levou a associação académica e os Serviços de Acção Social a lançar um inquérito para perceber os motivos destes abandonos. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), este número não é superior ao que se tem verificado em anos lectivos anteriores. "Nenhuma relação terá com o actual regime de bolsas", sustenta Mariano Gago. O ministro lembra que cada universidade dispõe dos recursos e poderes para intervir sempre que tenha conhecimento de algum caso de risco de abandono escolar de alunos que, tendo aproveitamento académico, evidenciam carências de rendimentos. As explicações não convencem porém os estudantes, que se reuniram em Lisboa durante todo o fim-de-semana para discutir os problemas do ensino superior. O presidente da associação académica da UM, Luís Rodrigues, não tem dúvidas da existência de uma "relação causa-efeito" entre o número de desistências e a redução do número de bolseiros e do valor médio dos apoios. "Não nos oferece grandes dúvidas. Temos centenas de pedidos de ajuda de colegas." O regulamento de atribuição de bolsas de estudo foi um dos temas mais quentes do Encontro Nacional de Direcções Académicas”.

Açores: Sector da construção entrou em crise a partir de 2009

Garante o Açoriano Oriental, num texto do jornalista Pedro Lagarto, que "o ano de 2009, com uma quebra do volume de negócios de 182 milhões de euros face ao ano anterior, pôs cobro a uma evolução no sector da construção civil açoriana que se vinha fazendo sentir pelo menos desde 2004. Naquele período aumentou substancialmente o número de empresas de construção com alvará, o respectivo volume de negócios, bem como foi superior o ritmo de criação de novas unidades face às que deixaram o sector. Todavia, em 2009, a crise puxou o sector para baixo, conforme se constata no estudo da responsabilidade do Instituto da Construção e do Imobiliário. O estudo começa por revelar que entre 2004 e 2009 o número de empresas habilitadas com alvará de construção passou de 273 para 434, o que representa um crescimento de 58,97%, por sinal, a segunda maior evolução a nível de todas as regiões do País. Naquele período destaque para os concelhos de Santa Cruz (Graciosa), Angra do Heroísmo (Terceira), Lagoa (São Miguel), Velas (São Jorge) e Vila do Porto (Santa Maria), que registaram um aumento do número de empresas com alvará de construção superior a 100%. Em termos de peso relativo das várias regiões, no que respeita ao número de empresas com alvará de construção, os Açores elevaram a sua percentagem no total do País de 1,08% para 1,79% entre 2004 e 2009. Assim, os Açores conquistaram 0,71 pontos percentuais na “quota” do número de empresas de construção com alvará emitido pelo Instituto da Construção e do Imobiliário, o que de qualquer modo não impede esta Região de permanecer no último lugar do “ranking” a nível do país. Quebra de 182 milhões O estudo analisou igualmente a evolução do volume de negócios das empresas de construção com alvará entre 2004 e 2009. E conclui que se registou naquele período um aumento da ordem dos 18,27%, ainda que no último ano em análise, portanto, entre 2008 e 2009, se tenha assistido a uma quebra significativa de 740 para 568 milhões de euros (-182 milhões de euros). Dito de outro modo, a evolução do volume de negócios não acompanhou, necessariamente, a evolução do número de empresas habilitadas para o exercício da actividade de construção. Já a nível da criação de empresas, entre 2005 e 2009, surgiram 310 novas unidades de construção no arquipélago dos Açores às quais foram atribuídas alvará, sendo que o ano de 2007 revelou-se o mais profícuo para o período em análise (107 novas empresas). De modo inverso, o estudo avança que deixaram o sector durante o mesmo período 149 empresas, com destaque para 2009 (- 44 empresas), praticamente o dobro das saídas face ao ano anterior".

Açores: Nova secretária da Educação promete prosseguir política da sua antecessora, mas com outra “sensibilidade"...

Li no Diário dos Açores que "a nova secretária regional da Educação e Formação, Cláudia Cardoso, prometeu que vai seguir a mesma política educativa que a sua antecessora nesta pasta do Governo dos Açores, embora com “sensibilidade” diferente. “O que eu pretendo é continuar a fazer o bom trabalho que tem sido feito no sector da educação pelos governos socialistas”, afirmou Cláudia Cardoso em declarações aos jornalistas no final da cerimónia de posse, que decorreu na sala do plenário da Assembleia Legislativa Regional, na Horta. Cláudia Cardoso salientou, no entanto, que cada pessoa tem a sua “sensibilidade”, podendo daí “decorrer algumas alterações” relativamente à actuação a seguir. A dignificação da carreira docente e a melhoria do sistema educativo são algumas das prioridades da nova secretária regional da Educação, que, relativamente à reivindicação dos sindicatos para que o governo abre os concursos interno e externo de professores, garantiu uma decisão para breve. Cláudia Cardoso admitindo mesmo que o executivo possa tomar uma decisão sobre esta matéria na próxima semana. Por seu lado, o presidente do executivo regional, Carlos César, salientou que “refrescamento” do governo ocorre numa área “fundamental” para os Açores, para a qual a nova secretária regional tem “aptidões especiais”. Carlos César recusou que a anterior secretária regional da Educação, Lina Mendes, tenha abandonado o cargo na sequência da contestação dos sindicatos de professores devido à decisão de não abrir os concursos interno e externo de docentes. “Nenhum sindicato até hoje, desde que eu sou presidente do governo, remodelou alguém no governo. Era o que mais faltava”, afirmou Carlos César, acrescentando que o executivo açoriano “não governa para os sindicatos”, nem muda de opinião por causa deles”.

Açores: 17.266 beneficiários do RSI

Escreve o jornalista Manuel Moniz do Diário dos Açores, "o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção voltou a cair em Dezembro, atingindo os 17.266, o que remete o valor deste programa para o que vigorava no ano de 2008 e início de 2009. Em relação a Novembro trata-se de uma redução de 6,7%, o que é significativo. Para se ter uma ideia das reduções que se operaram desde a alteração da legislação sobre o RSI, basta considerar que desde Maio, quando o valor nos Açores atingiu o seu ponto máximo, com 22.366 beneficiários, o total de beneficiários já baixou 22,8% – ou seja, cerca de 1 em cada 4 casos. Esta redução acompanha a nacional, uma vez que no país o número de beneficiários baixou 20,9% no mesmo período. Foram as famílias que recebiam mais dinheiro as que baixaram mais. Em Agosto de 2010 havia 487 famílias que recebiam mais de 600 euros por mês nos Açores, e 467 de 500 a 600 euros por mês. Ou seja, acima de 500 euros havia 954 famílias, o que correspondia a 16,8% do total. Em Dezembro de 2010 a situação alterou-se radicalmente. Há apenas 191 famílias que recebem mais de 600 euros, e 240 que recebem entre 500 e 600 euros. Ou seja, uma redução de 48% nas famílias que recebiam entre 500 e 600 euros, de 60,7% nas que recebiam mais de 600 euros, e de 54% nas que recebiam mais de 500 euros. Significativo. Mas uma vez que a redução foi semelhante em todo o país, os Açores mantêm a maior percentagem de beneficiários em relação à população. A nível nacional 3,16% da população aufere do RSI, enquanto que nos Açores o seu peso é de 7,05%, A região mais próxima é o Porto com 5,96%. Estas reduções no número de beneficiários resultou numa forte poupança em termos económicos, Em Dezembro, o programa custou 1,2 milhões de euros, enquanto que em Maio tinha custado 1,54 milhões - ou seja, uma redução de 22,8%, que corresponde a cerca de 350 mil euros. Caso o número de beneficiários se mantenha ao nível de Dezembro, poderá haver uma redução do seu custo nos Açores na ordem dos 3,1 milhões de euros”.

Açores: Farmácias hospitalares vão dispensar medicamentos em unidose

Segundo o Diário dos Açores, "as farmácias dos três hospitais açorianos integrados no Sistema Regional de Saúde (SRS) vão passar a dispensar medicamentos em unidose nos termos de um diploma aprovado hoje pela Assembleia Legislativa. A ideia é possibilitar que os utentes do SRS saídos de um internamento ou de um atendimento nas urgências possam adquirir na farmácia hospitalar a medicação prescrita na exacta quantidade que lhe foi preceituada e a um preço mais baixo. Na ausência de oferta suficiente no mercado das farmácias de oficina, a dispensa de medicamentos em unidose poderá ainda ser dispensada aos utentes da consulta externa através dos serviços farmacêuticos das unidades de saúde. O diploma, da iniciativa do Governo, determina também que o preço máximo de cada medicamento dispensado em unidose “é igual ao menor preço unitário de todas as embalagens maiores comercializadas e comparticipadas da mesma substância activa, com a mesma dosagem e forma farmacêutica”. Estabelece igualmente que os medicamentos dispensados em unidose pelas farmácias hospitalares “estão sujeitos às regras de comparticipação aplicáveis ao mesmo medicamento quando dispensado em embalagens industrializadas”. No prazo de 180 dias, o Governo dos Açores procederá à regulamentação deste diploma, “nomeadamente quanto à dispensa, embalagem e identificação do medicamento em unidose”. Para além de “atenuar o desperdício resultante da inadequação das embalagens aos tempos de tratamento”, a dispensa de medicamentos em unidose nas farmácias dos hospitais possibilitará ainda “reduzir a despesa” suportada quer pelos utentes, quer pelo Serviço Regional de Saúde. Por força da implementação desta iniciativa, o Secretário Regional da Saúde antecipa uma poupança anual da ordem dos três milhões de euros nas comparticipações dos medicamentos. Além do mais, avançou Miguel Correia, também os próprios utentes poderão ter uma poupança considerável, já que o desperdício resultante da inadequação das embalagens está estimado em cerca de 6,6 milhões de euros, correspondentes a 10 por cento do valor total de medicamentos vendidos anualmente nos Açores”.

Rebelião no Egipto já foi baptizada como a 1ª revolução da Al-Jazeera no mundo árabe

Taguspark dá aumentos salariais superiores a 10%...

Segundo o jornalista do Correio da Manhã, António Sérgio Azenha, a “ex-administração do Taguspark, parque tecnológico de maioria de capitais públicos, deu em 2010 aumentos salariais superiores a 10 por cento a vários funcionários. E, segundo a auditoria pedida pela nova equipa de gestão às contas deixadas pelos antigos administradores, um assessor de Rui Pedro Soares, então administrador não-executivo do Taguspark em representação da Portugal Telecom (PT), foi contemplado com uma subida no vencimento de 98%, a mais elevada entre os nove quadros contemplados com actualizações nos ordenados. A auditoria às contas do mandato da administração anterior do Taguspark revela que Américo Thomati, João Carlos Silva e Vítor Castro, então membros da comissão executiva do parque tecnológico, aprovaram aumentos salariais entre 10% e 98% a um conjunto de nove funcionários. A actualização dos ordenados foi aplicada, segundo fonte próxima da ex-administração, "em função do contributo das pessoas para os resultados do Taguspark". A maior subida salarial, segundo a auditoria, foi atribuída a Paulo Bernardino: em Dezembro de 2009, este inspector da Polícia Judiciária reformado recebia 2980 euros, valor que subiu para 5893 euros, um acréscimo de 98%, em Dezembro de 2010. Paulo Bernardino, que participou nas investigações que conduziram ao desmantelamento das FP25 de Abril, era director da segurança do parque tecnológico, função que também exerceu na PT. Terá ingressado no Taguspark a convite de Rui Pedro Soares, então administrador da PT, devido à insegurança que existia à data na área daquele parque tecnológico. Ao que o CM apurou, este especialista em segurança já terá entretanto saído do Taguspark. Nuno Manalvo, ex-chefe de gabinete de Isaltino Morais, também foi contemplado com um aumento salarial apreciável: em Dezembro de 2009, ganhava 3740 euros; em Dezembro do ano passado, passou a receber de ordenado 5893 euros, um acréscimo de 58%. Os restantes aumentos salariais oscilam entre 26%, para a assessora jurídica Carla Pimenta, e os 10%, atribuídos à assessora Sandra Ayres. Ex-vogal na Administração do Porto de Lisboa então liderada por Miguel Frasquilho, Sandra Ayres também terá ingressado no Taguspark a convite de Rui Pedro Soares. Em Dezembro do ano passado, recebia 5863 euros.
AUDITORIA ENVIADA A INVESTIGADORES
Os accionistas do Taguspark decidiram em assembleia geral, no final de Novembro de 2010, enviar ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas a auditoria financeira à gestão da equipa liderada por Américo Thomati. O documento foi enviado aoMinistério Público e ao Tribunal de Contas devido à existência de dúvidas sobre eventuais ilegalidades em determinado tipo de procedimentos. Na altura, não foram revelados os casos que levantaram dúvidas aos accionistas.
CÂMARA DE OEIRAS LIDERA ACCIONISTAS
A Câmara Municipal de Oeiras, presidida por Isaltino Morais, é o maior accionista do Taguspark. Com uma participação de 17,01% no capital social do parque tecnológico, a autarquia de Oeiras surge à frente do Instituto Superior Técnico e do BPI, que têm 12,64% e 11,03%, respectivamente.
IDA A JULGAMENTO EM CAUSA
A juíza do processo Taguspark decide na próxima sexta-feira se leva a julgamento Rui Pedro Soares, ex-administrador não-executivo do Taguspark, Américo Thomati e João Carlos Silva, ex-gestores executivos do parque tecnológico. O Ministério Público acusa estes três gestores do crime de corrupção passiva para acto ilícito. O ‘caso Taguspark’, que resultou de uma certidão retirada do processo ‘Face Oculta’, está relacionado com o contrato de gestão de imagem celebrado entre Luís Figo e o Taguspark no Verão de 2009. No essencial, o Ministério Público suspeita de que os então administradores do Taguspark usaram a imagem do ex-internacional português para beneficiar uma candidatura partidária, neste caso a de José Sócrates, nas eleições legislativas de Setembro de 2009. Luís Figo, que assinou o contrato com o Taguspark pelo valor global de 750 mil euros em três anos, não foi acusado de corrupção, por desconhecer que aquele parque tecnológico era detido por uma maioria de capitais públicos. O processo está em fase de instrução desde Abril, e Rui Pedro Soares, em sua defesa, pediu à PT para entregar ao Tribunal de Instrução Criminal o contrato publicitário dos Gato Fedorento, para provar que Figo não terá sido favorecido.
JOSÉ MOURINHO ROMPEU CONTRATO
José Mourinho assinou com o Taguspark um contrato de cedência dos direitos de imagem. Com um valor de 250 mil euros por um ano, Mourinho assinou o contrato no Verão de 2009, mas desistiu dele em Outubro desse ano. No centro desta renúncia está, segundo as actas do parque tecnológico, o facto de o treinador do Real Madrid não ter gostado do guião do filme que tinha de fazer com Figo”.

Seis candidatos, uma eleição e Cavaco Silva Presidente

A MediaMonitor analisa os resultados de audiência da noite eleitoral do passado dia 23 de Janeiro.Decorreu no dia 23 de Janeiro, domingo, mais um acto eleitoral. Os portugueses sufragaram o 19º Presidente da República, reelegendo Cavaco Silva. A noite foi preenchida por emissões especiais dedicadas ao acto eleitoral, com os habituais directos, convidados em estúdio e projecções de resultados. A RTP1 iniciou a transmissão às 19:58:59 e terminou às 23:09:39, obtendo 12.4% de audiência média (1.175.100 espectadores) e 29.2% de share. Na SIC, a noite eleitoral começou às 19:59:41 e prolongou-se até às 23:06:53. Na estação de Carnaxide a audiência média foi de 8.3% (786.200 espectadores) e 19.7% de share. Na TVI, o especial eleições iniciou-se às 19:59:22 e terminou às 23:33:13. Foi, das três emissões, a mais longa e registou 10.9% de audiência média (1.026.300 espectadores) e 26.5% de share.

Às 20 horas, altura em que foram apresentadas as primeiras projecções, estavam 1.435.500 espectadores a seguir a RTP1. Já a SIC registou uma audiência média de 944.200 espectadores e a TVI alcançou uma audiência média de 999.200 espectadores.

Dos espectadores que viram a emissão especial da RTP1, cerca de 71% contactou também com a emissão das Presidenciais 2011 da SIC, e 76.9% viu também a emissão da estão de Queluz. Análise realizada pela MediaMonitor com base em dados retirados do MMW/Telereport. (fonte: Marktest.com, Janeiro de 2011)

Açores: demissões no Governo Regional (educação)...

Segundo o Correio dos Açores, “os dois sindicatos representativos dos professores nos Açores manifestaram-se ontem expectantes no relacionamento com a tutela na sequência da substituição da secretária regional da Educação, esperando que a nova titular do cargo manifeste vontade para o diálogo. O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, indigitou na quarta-feira Cláudia Cardoso para o cargo de secretária regional da Educação e Formação, substituindo Maria Lina Mendes, que abandonou as funções a seu pedido. Também sai a seu pedido Fabíola Cardoso, directora regional de Educação. Cláudia Cardoso, que assume o lugar numa altura de forte contestação da classe docente à decisão do executivo de não abrir este ano os concursos interno e externo de professores. A presidente do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA), Sofia Ribeiro, recordou à Lusa que Cláudia Cardoso chega ao executivo numa altura de “conflito” com a tutela sobre “uma matéria sensível”, acrescentando que “se estava a entrar numa fase sem diálogo nem consenso”, e espera “agora que exista abertura e vontade de negociação”, afirmou, frisando que “a nova secretária regional da Educação é conhecedora do problema”. No mesmo sentido, António Lucas, presidente do Sindicato dos Professores da Região Açores disse esperar “alterações no estilo governativo, sobretudo ao nível dos processos negociais, para que possam decorrer com normalidade”. Mas admitiu, no entanto, que Lina Mendes, “apesar de não ter experiência governativa, conseguiu pôr de pé o processo de avaliação de desempenho e a publicação do Decreto dos Currículos Regionais”.
“Operação de cosmética”
Depois de conhecida a nova titular da pasta da Educação, o PSD/Açores considerou que a mudança na Secretaria Regional da Educação e Formação é uma “operação de cosmética”, num governo que está “cansado”. António Marinho, líder parlamentar do PSD/Açores, considerou que a alteração no executivo regional é uma “renovação com pessoas velhas”, numa referência ao facto de Cláudia Cardoso, actual deputada do PS/Açores, já ter integrado o governo.
Saída natural
Para os restantes partidos da oposição parlamentar a saída de Lina Mendes foi considerada natural. Artur Lima, líder parlamentar do CDS-PP, recordou que o seu partido já tinha pedido há alguns meses a demissão de Lina Mendes por entender que “ela não tinha condições nem capacidade para exercer o cargo e dirigir os destinos da Educação nos Açores”. Opinião semelhante defendeu o deputado Paulo Estêvão, do PPM, para quem a titular da pasta da Educação “não tinha condições para ter sucesso por deficiências óbvias do ponto de vista do desempenho e da estratégia educativa”. Zuraida Soares, do BE, também foi crítica da actuação de Lina Mendes, afirmando esperar que, com esta mudança, “a educação leve outro rumo e seja encarada de uma maneira diferente e com o respeito (pelos profissionais) que até agora não tem existido”. Por seu lado, Aníbal Pires, do PCP, frisou que esta mudança na Secretaria Regional da Educação “era uma necessidade e uma inevitabilidade”, salientando que Lina Mendes estava “fragilizada” e “não correspondia ao que era necessário fazer”. A única voz discordante veio da maioria socialista, tendo o líder parlamentar do PS/Açores, Berto Messias, defendido que “o que mais interessa são as políticas e não as pessoas”. Nesse sentido, assegurou que o governo “continuará a desenvolver uma política educativa positiva”, tendo em atenção os interesses dos docentes, funcionários e alunos”
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Salários de gestores custam 4,7 milhões...

Escreve o Correio da Manhã num texto assinado pelos jornalistas José Rodrigues e Janete Frazão que “cada gestor recebe em média 247 174 euros por ano, segundo documento a que o ‘CM’ teve acesso. Governo garante que não há excepção para cortes. Dezassete gestores de empresas públicas e dois presidentes de entidades reguladoras recebem por ano um total de 4 696 309 de euros em salários, prémios e outras regalias. O que significa 247 174 euros por ano em média cada um. Estas contas foram feitas pelo CDS-PP e constam de um documento enviado ao CM. Ontem, no Parlamento, Paulo Portas usou-as para acusar as empresas públicas de "racionalidade económica a menos". Numa intervenção, no âmbito da interpelação ao Governo sobre o sector empresarial do Estado (SEE), o líder do CDS-PP denunciou "empresas públicas a mais, gestores públicos a mais, remunerações de gestores públicos a mais e endividamento das empresas públicas a mais". De acordo com Portas, "o sector empresarial do Estado não pára de crescer, mesmo num tempo em que a economia portuguesa não cessa de se retrair". Para além do número crescente de empresas e de gestores ano após ano, o CDS-PP notou ainda que o valor global gasto em remunerações de gestores públicos subiu de 35 milhões de euros, em 2008, para 39 milhões de euros, em 2009. "O Governo já estava a pedir sacrifícios aos portugueses enquanto atribuía benefícios ao Sindicato Oficioso dos gestores públicos", observou Portas. De seguida, o líder do CDS-PP apresentou valores concretos: "É difícil compreender como é que o governador do Banco de Portugal tem um salário de 243 mil euros por ano, que é quase o dobro dos 137 mil euros recebidos pelo presidente da reserva federal dos Estados Unidos; ou que o presidente da Anacom receba, anualmente, 234 mil euros, um salário paradoxalmente superior aos 220 mil euros da chanceler Merkel", exemplificou Portas. Feita esta exposição, o líder do CDS-PP anunciou a intenção do partido em avançar com uma série de iniciativas legislativas para alterar a situação, nomeadamente a fixação de um limite máximo para o vencimento-base dos gestores públicos e o fim das acumulações de cargos remunerados. Em defesa do Governo, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, reiterou que os cortes salariais definidos pelo Governo vão ser aplicados sem excepção. "A partir de Janeiro, todas as empresas e todos os gestores têm cortes nos salários", afirmou o governante. "Se há alguma empresa que por qualquer razão operacional não o fez, fa-lo-á", assegurou ainda Teixeira dos Santos.
GRUPO TRANSTEJO DEFICITÁRIO E EM "FALÊNCIA TÉCNICA"
Uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) ao grupo Transtejo, responsável pelas ligações fluviais entre a Margem Sul do Tejo e Lisboa, concluiu que o grupo se encontrava em "falência técnica" no final de 2009. "Naquela data, as empresas estavam totalmente descapitalizadas sendo que o capital próprio do grupo ascendia a 96,1 milhões de euros negativos, tendo-se agravado 39,4 milhões de euros desde 2007", refere a auditoria. O TC diz que a Soflusa, responsável pela ligação Barreiro-Lisboa, e a Transtejo, responsável pelas restantes ligações, têm registado "resultados líquidos do exercício negativos", com todas as carreiras deficitárias. O estudo conclui ainda que as empresas transportaram quase menos 10 milhões de passageiros do que diz o Governo. Perante este e outros factos, o TC recomenda a fusão das duas empresas para acabar com as ineficiências e os resultados deficitários que acarretaram perdas ao ponto de serem necessários 167,4 milhões de euros para repor os respectivos capitais sociais, distribuídos por 143,6 milhões para a Transtejo e 23,8 milhões para a Soflusa. O TC regista uma perda de 23,8 milhões de passageiros pelas duas empresas, entre 1998 e 2009.
PT DA 'GOLDEN SHARE' DISPARE VENCIMENTOS
O vencimento do presidente executivo da Portugal Telecom, Zeinal Bava, ascende com prémios incluídos a 2,54 milhões de euros, de acordo com o dossiê de remunerações elaborado pelo CDS-PP. Aquele valor duplica o vencimento do chairman, Henrique Granadeiro, que pelos mesmos cálculos ronda 1,184 milhões de euros. Apesar de não ser empresa pública, estar cotada em Bolsa e sob legislação específica, os altos vencimentos dos seus administradores são objecto do dossiê do partido de Paulo Portas por além da ‘golden share’ do Estado alguns administradores serem nomeados pela Caixa Geral de Depósitos. O administrador Rui Pedro Soares, no centro dos casos TVI e Taguspark, recebeu 1,165 milhões de euros em 2009”. Sobre este tema, veja aqui uma notícia da TVI.

Morreu o jornalista José Pedro Barreto (TVI)

Li aqui que "faleceu recentemente o jornalista José Pedro Barreto, de 62 anos, na sequência de um acidente vascular cerebral, após uma cirurgia. Actualmente a desempenhar funções de editor de Internacional da TVI, chegou a ser director da estação de Queluz de Baixo entre 1996 e 1999. Começou a carreira em 1975, no ‘Jornal Novo’ mas passou ainda pelos jornais ‘A Tarde’, ‘Semanário’, ‘Primeiro de Janeiro’e ‘Diário de Notícias’. Ele faz parte do início e da história da TVI”, conta ao Correio da Manhã o director de informação da estação de Queluz de Baixo. Júlio Magalhães descreve o “companheiro de trabalho sereno e tranquilo, que dava bom ambiente à redacção” como “um dos jornalistas mais reconhecidos e competentes” do canal. José Pedro Barreto “foi uma das pessoas mais excepcionais com quem me cruzei na TVI, apesar de muito marcado pela vida, devido a alguns dissabores familiares”, acrescenta. O editor de internacional foi uma das caras da TVI na cobertura da cimeira da Nato, em Lisboa, no passado mês de Novembro, e esteve recentemente no Brasil, como enviado especial para as eleições presidenciais. “Ainda esta semana esteve até às quatro da manhã na TVI 24 a comentar o discurso de Obama ao congresso norte-americano”, lamentou Júlio Magalhães”. A vida tem destas coisas...

Presidenciais: 80% do PS não votou Alegre!

O jornalista do Sol, José António Lima fez as contas a concluiu que “nunca o voto do eleitorado socialista se terá fragmentado tanto e em tantas direcções como nas presidenciais.. Manuel Alegre era o candidato oficial do PS, mas a contragosto de muitos socialistas, que não lhe perdoam a colagem dos últimos anos à esquerda radical e às teses do Bloco de Esquerda, a rebeldia antipartido do seu avanço contra Mário Soares em 2006 ou as críticas recorrentes à governação de Sócrates. De acordo com o modelo de transferência de voto assente em matrizes a nível distrital, Alegre não terá captado mais de 1/5 dos eleitores socialistas (cerca de 405 mil dos mais de 2 milhões obtidos pelo PS nas últimas legislativas, de Setembro de 2009 - quase tantos como os 380 mil que terá ido buscar ao eleitorado do BE...). Para vários sectores do PS, como era o caso evidente da ala soarista, Fernando Nobre era o candidato alternativo de recurso, capaz de congregar muitos socialistas descontentes com a escolha de Alegre e de representar, nestas presidenciais, um papel semelhante ao do movimento cívico de Alegre nas eleições de 2006. Nobre ultrapassou as melhores expectativas e quase igualou, com os seus 14,1%, a votação do próprio Mário Soares há cinco anos (14,3%). Com quase 600 mil votos, o presidente da AMI terá conquistado votos em quase todo o leque partidário (150 mil no centro-direita, 80 mil entre os abstencionistas, 15 mil no PCP), com destaque para os eleitores do PS que o preferiram a Alegre: 285 mil. O voto socialista em Nobre foi predominantemente de eleitorado urbano, do litoral do país e de várias capitais de distrito. No confronto directo Alegre-Nobre, o candidato dos soaristas apenas vence em 24 concelhos (ver mapa ao lado), com destaque para as vitórias nos distritos de Leiria, Aveiro e Faro”.

China: Portugal perde 3,6 milhões por dia!

Li aqui que "as exportações portuguesas para a China aumentaram 67,9 por cento em 2010, somando 571 milhões de euros, anunciou ontem fonte diplomática portuguesa, citando a Administração Geral das Alfândegas chinesas. Contudo, o desequilíbrio na balança comercial com a China cresceu a um ritmo de 3,6 milhões de euros por dia em 2010. "Estamos num óptimo momento das nossas relações comerciais. Entre os 27 países da União Europeia, Portugal foi um dos cinco cujas exportações para a China mais cresceram", disse a fonte. As exportações chinesas para o país também aumentaram (38,9 por cento), para 1907 milhões de euros, indicou a mesma fonte. Mesmo assim, o fosso na balança comercial luso-chinesa é de 1, 3 mil milhões de euros, ou seja, 3,6 milhões de euros por dia. A economia da China é uma das mais pujantes ao nível do próprio grupo dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e consegue crescimento de dois dígitos. Pequim anunciou esta semana um crescimento 10,3 por cento do seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, dando assim provas de grande saúde económica. O PIB chinês é já o segundo maior do mundo, a seguir ao dos Estados Unidos da América. O crescimento em 2010 ultrapassou a média de 9,94% registada na década anterior. Continua contudo o risco da inflação”.

Emprego só para dez em cada cem

Escreve o Correio da Manhã num texto do jornalista Pedro H. Gonçalves, que "os números do Instituto de Emprego e Formação Profissional não deixam margem para dúvidas: dos 669 mil desempregados inscritos nos centros de emprego em 2010, só 69 conseguiram colocação. Isto significa que apenas dez em cada cem inscritos no IEFP conseguem emprego pelo instituto. A situação piora se analisarmos apenas o último mês de Dezembro. Dos 47 477 desempregados inscritos IEFP, só 3274 foram colocados, ou seja, 6,8 por cento de todos os que procuravam emprego no IEFP. Há contudo que ter em atenção que há desempregados inscritos no Instituto de Emprego que conseguem emprego por iniciativa própria. Portugal tem actualmente uma taxa de desemprego de 11 por cento, mas mesmo assim o secretário de Estado do Emprego está confiante de que "o pior já passou". Segundo os últimos dados da Segurança Social, relativos a Novembro, o número de pessoas sem trabalho a receber subsídio de desemprego diminuiu em 49 mil. Só 56,6 por cento dos portugueses sem trabalho em Portugal que estão inscritos no IEFP estão a receber subsídio. Esta percentagem seria muito maior se tivéssemos em conta o subemprego ou pessoas que já desistiram de procurar emprego. Para Eugénio Rosa, economista e membro da CGTP, perante este cenário não faz sentido que o Governo considere que "o pior já passou". O especialista salienta ainda que nas 24 horas que separam 31 de Dezembro e 1 de Janeiro de 2011 mais 17 mil inscreveram-se no IEFP”

Casal apedrejado e executado por relação extraconjugal

Li aqui que "o caso remonta a Agosto de 2010, mas só agora as imagens chocantes foram tornadas públicas. Este vídeo contém imagens potencialmente chocantes a pessoas mais sensíveis".
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Ex-deputado e líder da JSD nacional em união gay

Num texto assinado pelos jornalistas do Correio da Manhã, Cristina Rita, João Saramago e Sónia Trigueirão é revelado que “o ex-líder da JSD Jorge Nuno Sá casou-se com Carlos Yanez, na conservatória de registo civil de Lisboa. É a primeira união homossexual assumida por um político português. Desde Maio, mais de 550 homossexuais já deram o nó no país ou em consulados de Portugal no estrangeiro, ao abrigo da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O actual membro do Conselho Nacional do PSD e ex-deputado apresentou o seu cônjuge a alguns dos colegas de partido, no último conselho nacional. Ao que apurou o Correio da Manhã, Carlos Yanez é de origem sul-americana e o casal ter-se-á conhecido em Cuba. Problemas de saúde levaram familiares de ambos ao país caribenho para tratamentos e terá sido numa dessas viagens que Jorge e Carlos se conheceram. A cerimónia de ontem foi discreta e restrita e alguns dos convidados só souberam da data da formalização da união na semana passada. No último conselho nacional, em Novembro, Jorge Nuno Sá foi o único a votar contra o apoio à recandidatura de Cavaco Silva às presidenciais. Desde que a lei que permite casamentos homossexuais em Portugal entrou em vigor (Maio de 2010), já se realizaram mais de 277 casamentos. Segundo dados do Ministério da Justiça, até 31 de Dezembro foram celebrados 256 matrimónios em território nacional e 21 em consulados de Portugal no estrangeiro. Os homens lideram a lista, com 201 casamentos, e é no distrito de Lisboa que se celebram mais matrimónios gay. Por cidades, Lisboa lidera com 75 matrimónios, Porto registava 16 e Almada 14. Oeiras, com seis uniões femininas é, depois de Lisboa (16), o concelho onde mais mulheres casam entre si. No estrangeiro, o consulado em Bruxelas foi o que registou mais uniões: quatro. Os dados relativos a Janeiro só estarão disponíveis no próximo mês”.

Televisão: Sócrates o "rei" das notícias em 2010!

De acordo com os dados do serviço Telenews da MediaMonitor, em 2010, José Sócrates foi a personalidade que se destacou nos serviços regulares de informação dos quatro canais nacionais de sinal aberto, em número de notícias e em notícias de maior duração.Em 2010 José Sócrates liderou em termos de número de notícias, assim como em duração total das notícias em que interveio nos serviços regulares de informação da RTP1, RTP2, SIC e TVI. Esta análise exclui eventuais programas, debates ou entrevistas realizadas no período, considerando apenas os serviços regulares de informação. Na contabilização do tempo, considera-se o tempo total de duração da notícia. O Primeiro-ministro esteve perante os ecrãs destes canais por 53 horas e 20 minutos, tendo protagonizado 1251 notícias ao longo do ano.O Presidente da República, Cavaco Silva, foi o segundo protagonista do ano, tendo protagonizado 838 notícias, que tiveram de 33 horas e 30 minutos de duração. Pedro Passos Coelho, líder do PSD ocupou o terceiro lugar, tendo intervindo em 703 notícias com 28 horas e 54 minutos de duração. Teixeira dos Santos, ministro de Estado e das Finanças, foi o quarto protagonista das notícias do ano, com intervenção directa em 539 notícias de 23 horas e 46 minutos de duração. Na quinta posição ficou Paulo Portas, líder do CDS-PP, que interveio directamente em 526 notícias de 19 horas e 30 minutos de duração. Francisco Louçã (líder do Bloco de Esquerda), Jerónimo de Sousa (líder do PCP), Francisco Assis (líder parlamentar do PS), Marcelo Rebelo de Sousa e Miguel Macedo (líder parlamentar do PSD) encerram a lista dos 10 nomes que protagonizaram notícias de maior duração total ao longo de 2010.Esta análise considera apenas os serviços regulares de informação dos canais em análise no período compreendido entre 1 e 31 de Dezembro de 2010, segundo a seguinte Nota Metodológica. Em análise, estão os seguintes programas: Jornal da Tarde, TeleJornal e Portugal em Directo; Hoje (ex-Jornal 2) (RTP2); Primeiro Jornal e Jornal da Noite (SIC); Jornal Nacional e Jornal da Uma (TVI). (fonte: Marktest.com, Janeiro de 2011)

A geografia das Presidenciais de 2011

Os portugueses foram a votos para escolher o Presidente da República. Consulte o mapa eleitoral que resultou desta eleição. Realizaram-se em Portugal no dia 23 de Janeiro as eleições para a Presidência da República. Estas eleições registaram a maior taxa de abstenção em eleições Presidenciais: apenas 46.6% dos eleitores foram às urnas, o que significa que a abstenção atingiu os 53.4%. Em eleições Presidenciais, este valor afasta-se bastante do observado nas eleições de 1980, quando apenas 15.6% dos recenseados se abstiveram de ir às urnas. Entre as 4260 freguesias existentes em território nacional, os inscritos nas freguesias de Vila Nova de Monsarros (concelho de Anadia), Serpins (concelho de Lousã) e Muro (concelho de Trofa) não exerceram o seu direito de voto boicotando as eleições, enquanto na freguesia de Gralheira (concelho de Cinfães) nenhum dos 198 inscritos compareceu perante as mesas de voto. Os eleitores da freguesia de Isna (concelho de Oleiros) foram os mais participativos, pois 79.59% dos 245 inscritos não faltou a este acto eleitoral. Entre as freguesias que votaram, os residentes em Granho (concelho de Salvaterra de Magos) foram os mais abstencionistas, pois apenas 8 dos 836 recenseados (0.96%) foram votar. Os dados divulgados pela Direcção Geral da Administração Interna - Administração Eleitoral permitem verificar que a participação eleitoral foi maior em freguesias do litoral em especial do litoral norte e dos distritos de Castelo Branco e Évora, sendo os residentes na Região Autónoma dos Açores os menos participativos, pois apenas 31.1% dos inscritos nesta região foram votar este domingo. No distrito de Braga, pelo contrário, registou-se a maior taxa de participação, com 52.5% de votantes. O actual presidente Cavaco Silva foi o vencedor destas eleições, tendo sido reeleito à primeira volta. Recolheu 2 230 240 votos, o que correspondeu a 52.94% do total de votos expressos e válidos. Manuel Alegre obteve 832 021 votos (19.75%), Fernando Nobre 593 886 (14.10%), Francisco Lopes 300 845 (7.14%), José Manuel Coelho 189 351 (4.5%) e Defensor Moura 66 092 (1.57%), tendo havido 277 702 votos em branco ou nulos (6.19%).

Cavaco Silva foi o candidato mais votado em 4068 freguesias, tendo sido na já referida freguesia de Granho que obteve a maior percentagem de votos. Os 6 votantes nesta freguesia votaram todos em Cavaco Silva. O resultado menos favorável para este candidato foi observado na freguesia de Alcôrrego (concelho de Avis), onde recolheu os votos de apenas 7.39% dos 238 votantes nesta localidade. Cavaco Silva repartiu ainda a vitória com Francisco Lopes na freguesia de Relíquias (concelho de Odemira), ambos com 29.61% dos votos válidos. O Presidente reeleito partilhou ainda a vitória com Manuel Alegre em 4 freguesias, onde recolheram entre 33.3% e 37.8% dos votos expressos. Manuel Alegre obteve a maioria dos votos em 82 freguesias, tendo sido em Corujeira (concelho de Guarda) que a sua votação teve maior expressão, pois recolheu 56.67% dos 90 votos expressos. Pelo contrário, não recolheu nenhum voto em 8 freguesias do país. Fernando Nobre foi o candidato mais votado na freguesia de Velosa (concelho de Celorico da Beira), onde recolheu 44.12% dos 68 votos expressos. Em 42 freguesias não obteve qualquer voto. Francisco Lopes venceu em 86 freguesias (não contando com aquela em que empatou com Cavaco Silva), tendo sido em Alcôrrego (concelho de Avis) que recebeu maior percentagem de votos, com 72.61% dos 230 votos válidos. Em 225 freguesias não registou nenhum voto. José Manuel Coelho, pelo seu lado, foi maioritário em 14 freguesias, tendo sido em Santa Cruz (Madeira) que o seu peso foi mais significativo, pois recolheu 55.93% dos 3181 votos válidos da freguesia. Em 155 freguesias do país não recebeu nenhum voto. Finalmente, Defensor Moura, que não foi o mais votado em nenhuma freguesia do país, obteve o seu melhor resultado na freguesia de Vilar de Murteda (concelho de Viana do Castelo), onde recolheu 35.07% dos 134 votos expressos da freguesia.

Se mudarmos o prisma de análise e observarmos os resultados ao nível do concelho, vemos que Cavaco Silva foi vencedor em 292 dos 308 concelhos do país, com maior expressão em Alvaiázere (80.76%), que Manuel Alegre venceu em 3 concelhos, tendo sido no Corvo que registou maior percentagem (35.86%), que Fernando Nobre foi mais votado no concelho de Lagos, com 21.13%, que Francisco Lopes venceu em 10 concelhos, com maior expressão em Avis (44.16%), que José Manuel Coelho foi maioritário em 3 concelhos da Madeira, tendo sido mais votado em Santa Cruz (47.78%) e que Defensor Moura foi mais votado no concelho de Viana do Castelo, onde recolheu 20.07% dos votos expressos.Esta análise foi realizada com os dados disponibilizados pela DGAI.
(fonte: Marktest.com, Janeiro de 2011)

Presidenciais: o meu rescaldo (IV)

"Concluo hoje este rescaldo eleitoral depois de ter efectuado uma pesquisa e efectuado comparação de resultados que envolvem actos eleitorais diferentes, que não se podem misturar, mas nada me impedindo também de optar por estas projecções meramente matemáticas e que não representem antevisão nenhuma de actos eleitorais futuros. Mas antes disso confesso que parece-me que está a dar a doideira à oposição e compreende-se, nalguns casos, que assim seja. Bem vistas as coisas os resultados das europeias - pese o facto de não se dever, em nome da verdade, confundir actos eleitorais distintos nem projectar resultados de uma eleição para noutra, diferente mas que nem sequer foi ainda convocada, como se falássemos de inevitabilidades - deixaram marcas, mesmo alguns avisos sérios à oposição e ao poder, particularmente ao PSD e ao PS locais que foram, os mais afectados pelo fenómeno eleitoral de domingo passado. Supostamente, no caso dos socialistas, seriam eles os líderes de uma coligação eleitoral em construção para 2011, mas que na realidade não passava de uma farsa, mesmo de um embuste, apostada apenas em dar cabo dos partidos mais pequenos. Acho que o PS local, que insiste numa estratégia errada de verdades “absolutas” que ninguém vê, de hipocrisia desavergonhada e descarada, que recorre à arruaça, à mentira, à deturpação, à manipulação, à encenação rafeira e ao contorcionismo, acabou definitivamente por perder qualquer legitimidade política para liderar seja o que for. Vai daí, os “escribas” socialistas ao serviço das redes sociais, dos blogues, dos comentários nas edições online dos jornais, etc, muitos deles ou sob o anonimato ou recorrendo a pseudónimos ou até mesmo a falsas identidades, em vez de assumirem as responsabilidades do PS local e terem a coragem de reconhecer os erros e afastarem imediatamente os culpados de tudo isso - que não passam de medíocres aprendizes de feiticeiros falhados e de coveiros do partido – acusam, vejam, só (!), o PND de ser uma farsa ao serviço do poder regional e do PSD regional. É a loucura total, o descalabro, afinal, um estado de degradação que temo possa ser mais grave do que se imagina. O PS local não tem categoria, nem espaço, nem dimensão para deixar de continuar isolado. O Bloco de Esquerda acabou por ser arrastado para uma penalização que provavelmente não contava. E que pode ter efeitos nefastos. Roberto Almada e Paulo Martins têm em agora que rapidamente “montar a cerca” no seu terreno, para susterem futuras tentativas de invasões e não desaparecerem nas regionais deste ano. Quanto ao CDS/PP, terei que aguardar para perceber o que quer, onde se localiza exactamente e o que quer este ano. Confesso que tenho tido dificuldade, sobretudo depois de eleger um deputado para Lisboa à custa do PS, em entender os democratas-cristãos. O PCP, apesar de ter adoptado a estratégia calculista de sempre, assente nos manuais do partido, comportou-se de forma dúbia ao longo do ano, pagando agora a factura de não querer ser nem carne, nem peixe, como se porventura existisse alguma possibilidade de ser as duas coisas ao mesmo tempo. Aos comunistas faltou-lhes definição clara de posições políticas, não agora, mas de há uns anos a esta parte.
Começo por referir que os resultados nas regionais de Outubro de 2011 - embora condicionados pela dimensão da insatisfação popular que então se verificar e que eu temo possa ser ainda pior do que a que hoje já se constata existir… - nada terão a ver com os resultados das presidenciais. Mas estou como o antigo "capitão" do Porto quando um dia pediram a João Pinto uma previsão de um jogo qualquer e ele respondeu que "previsões só depois dos 90m"! Sinceramente julgo que andam muitos a fazer festas antecipadas em demasia, que há euforias despropositadas, que andam a exigir a cabeça deste ou o pescoço daquele, quando uma coisa não tem nada a ver com outra. Admito que seja natural este fenómeno de aproveitamento empolado de resultados conjunturalmente favoráveis. Mas o exagero pode ter custos, à “posteriori”. E a ideia de que por causa dos resultados nas presidenciais - provavelmente as eleições onde estes fenómenos eleitorais mais facilmente ocorrem - as eleições regionais de Outubro já estão decididas, é ridículo. Mas nada de ilusões. Desvalorizar o que é hoje uma evidência, pode ter um custo penoso. Os partidos com mais responsabilidades devem estar atentos, devem discretamente perceber porque e onde falharam, devem fazer as mudanças que forem tidas por convenientes para susterem o populismo. Desconfio que se caírem no erro de continuarem a alimentar certos discursos radicalizados de denúncia e contestação, vão pagar por isso. As pessoas, repito, começam a estar fartas, começam a desesperar, os problemas continuam, agravam-se, a demagogia de alguns crápulas já ultrapassa os limites do razoável - veja-se um partido que corta salários em Lisboa mas depois exige compensações na Madeira, que reduz ou elimina benefícios sociais, mas depois exige que a Madeira mantenha ou reforce as verbas que em Lisboa eliminaram, o mesmo partido que exige tudo isto, mas que aplaudiu e apoiou o corte nas transferências do Estado para a Madeira por via de uma lei de finanças regionais vergonhosa e persecutória, aprovada apenas por eles com base em evidentes motivações partidárias e sede de vingança política.
Passemos a alguns indicadores:
a) Manuel Alegre alcançou na Madeira (7,8%) o seu pior resultado em todo o país (-8,04%), seguido de Faro (menos 4,66%). A maior subida do candidato do PS e do Bloco foi nos Açores (mais 8,58%). Alegre, entre 2006 e 2011, só aumentou a sua votação nos Açores, Braga, Bragança, Vila real e Porto;
b) Entre 2006 e 2011 a abstenção aumentou em todos os distritos e regiões Autónomas, excepto em Bragança onde baixou 14,81%. Os Açores voltaram a ser a região com maior abstenção (68,9%!) e curiosamente a Madeira foi a região do país onde a abstenção, nas regiões onde ela cresceu, aumentou menos (cerca de 10,3%). Contudo, nas presidenciais de 2011, a abstenção na Madeira apenas foi superada por seis distritos continentais;
c) Cavaco Silva aumentou a votação em muitos dos distritos e regiões autónomas excepto em Bragança, Guarda, Leiria, Viana do Castelo, Viseu (com pequenas oscilações entre 2006 e 2011) e Madeira (meros 14,5%) onde acabou por conhecer a maior queda;
d) No caso da abstenção na Madeira, ela baixou entre 2006 e 2011 apenas nos concelhos da Calheta, Porto Santo e Santa Cruz (menos eleitores e menos percentagem de abstenções), verificando-se uma redução dos eleitores participantes em todos os restantes concelhos excepto em Santa Cruz onde até votaram em 2011 mais 61 eleitores que em 2006;
e) Tomando os resultados das regionais de 2007 como referência, e somando os votos do PS e do Bloco de Esquerda, apoiantes de Manuel Alegre, este candidato perdeu mais de 12.500 votos, com especial destaque para Funchal (mais de 7.200 votos a menos) e Santa Cruz (quase 2.900 votos a menos). Estamos a falar de 21.699 votos nas regionais (socialistas e bloquistas) contra apenas 9.105 de Alegre este ano. Em termos percentuais a queda foi geral e na Região ascendeu a cerca de menos 10,7%;
f) Na mesma ordem de ideias, e face ao somatório dos votos do PSD e do CDS nas regionais de 2007, a perda para cavaco Silva nas presidenciais deste ano foi de cerca de 48.700 votos (!) com destaque para o Funchal (menos quase 20 mil votos), Santa Cruz (menos 6.600 votos), Câmara de Lobos (menos 5.600 votos) e Ribeira Brava (menos 5.400 votos). Se não me engano foram os concelhos mais afectados pelos temporais de Fevereiro de 2010! Em termos percentuais, e com base na mesma projecção comparativa, Cavaco perdeu 25,53% face aos que foram obtidos em 2007 por PSD e CDS, seus apoiantes, tendo sido Santa Cruz (mais de 30%), Funchal (26,4%), Ribeira Brava (26,3%) e Câmara de Lobos (25,9%) aqueles onde a queda percentual foi mais significativa;
g) Quanto aos candidatos, Manuel Alegre perdeu entre 2006 e 2011, quase 11.500 votos, dos quais 6.300 no Funchal e 2.100 em Santa Cruz. Em termos percentuais a queda foi superior a 8%, a maior das quais em Santa Cruz com mais de 12%. Já Cavaco Silva perdeu, entre 2006 e 2011, mais de 27.400 votos, particularmente no Funchal (mais de 9.800 votos a menos) e Santa Cruz (queda de mais de 3.300 votos). Igual tendência, menos 14,5% na queda percentual na Região, tendo sido a Ribeira Brava aquele onde a queda foi maior (menos 19,7%);
h) A apreciação comparativa aos resultados de Coelho com o PND é pior, pois este partido ficou-se pelos 2.928 votos nas regionais de 2007 e 5.638 votos nas autárquicas de 2009, contra os 46.247 votos do candidato presidencial! Aqui é um caso evidente de que não se pode fazer nenhuma projecção entre Coelho e PND. Não há qualquer possibilidade. No caso das autárquicas a situação ainda se torna pior pois o PND apenas apresentou candidaturas em Câmara de Lobos (Coelho teve então 901 votos contra 4.648 agora) e no Funchal (4.737 nas autárquicas de 2009 e 1.744 votos nas regionais de 2007 contra 20.414 agora). Nem os 2,1% nas regionais ou 4,1% nas autárquicas do PND têm alguma coisa a ver com os 36,9% de Coelho nas presidenciais;
i) Finalmente quanto ao PCP o candidato Francisco Lopes perdeu, comparativamente aos votações dos comunistas na regionais de Maio de 2007, um total de 3,46% (Funchal e Santa Cruz em destaque) e perdeu ainda mais de 5.300 votos, dos quais quase 3.900 no Funchal.

Uma nota final: numa região onde entre 2006 e 2011 votaram menos 12.248 eleitores, onde Cavaco Silva perdeu cerca de 27.400 votos, Alegre perdeu cerca de 11.500 e Francisco Lopes perto de 5.300 votos, se fizermos o somatório destas três perdas ela ascende a 44.200 votos, que são sensivelmente os 46.247 votos que José Manuel Coelho totalizou a mais que o PND nas regionais de 2007. E nem falo sequer nos 986 votos do absurdo deputado socialista Defensor Moura (obviamente saídos do eleitorado do PS), nem dos quase 7.700 votos de Fernando Nobre, supostamente uma candidatura influenciada pela ala soarista do PS contra Alegre, em nome de um ajuste de contas que se percebeu ter existido. Deixo às pessoas a liberdade de tirarem as suas conclusões, sobretudo quando se fala em eleitorado flutuante e nos contributos partidários para a votação obtida pelo candidato Coelho" (in Jornal da Madeira)

Opinião: "La revolución de Al Yazira"

"Pocas revoluciones han podido seguirse minuto a minuto por televisión. La revuelta tunecina llegó a todas las salas de estar del mundo árabe gracias a que Al Yazira inundó los boletines de noticias con imágenes de las manifestaciones de Túnez, alimentó su Twitter constantemente y apostó por Facebook antes que nadie. "Desde el principio, los acontecimientos en Túnez se volvieron una prioridad y decidimos seguirlos paso a paso. Quizá no previmos que iba a caer Ben Ali, pero encontramos que había algo especial en lo que ocurría, empezando por la historia de Mohamed Buazizi", explica Mohamed Krichen, periodista tunecino y uno de los presentadores estrella de la cadena qatarí. Al Yazira fue la primera televisión que ofreció imágenes de la inmolación de Buazizi, el acto desesperado que inflamó las protestas de miles de jóvenes tunecinos que condujeron a la caída del presidente, Zin el Abidin Ben Ali, el pasado 14 de enero. "Encontramos que la gente trataba de romper la censura con vídeos grabados con teléfonos móviles colgados en internet. Decidimos difundirlos pese a su mala calidad, pues lo importante era el contenido", añade Krichen.
La voz de la oposición
Tras esta crucial decisión editorial, Buazizi se convirtió en símbolo de todos los árabes, desde Mauritania a Jordania. "Me entristece su final, pero Buazizi será inolvidable para los tunecinos, porque les dio la oportunidad de poner fin a esta dictadura", afirma este periodista que ha seguido la revolución como enviado especial. El canal llegó a tener un equipo de 40 personas destacado en la capital tunecina y ha montado un estudio en uno de los hoteles más céntricos de la ciudad. Allí se acercan cada día figuras de la oposición que antes ni soñaban con salir en la televisión. "Al Yazira ha jugado un gran papel porque ha llenado el vacío del panorama periodístico y ha permitido expresarse a los tunecinos", comenta Imed Aissa, un médico que no se ha separado de la televisión. Con él coincide Balkis Mechri, vicepresidenta de la Liga Tunecina de Derechos Humanos, aunque le hace algún reproche. "Los medios de comunicación en Túnez no dejaban salir a la luz el discurso crítico, repetían el mensaje oficial. Al Yazira nos permitió expresar nuestra opinión como tunecinos, pero luego se especializó en difundir la corriente islamista", estima. "Es imposible hacerlo todo a la perfección al 100%. Pero hay que distinguir entre la cobertura de nuestros periodistas y las entrevistas a invitados. En un boletín de noticias, la información se elabora de manera profesional. Pero cuando invitas a un opositor, un periodista o un ciudadano, no puedes controlar lo que dice", puntualiza Krichen. Es indudable que, tras el papel jugado en Túnez, el canal qatarí ha demostrado tener una influencia política más allá de las ondas. Los regímenes autoritarios árabes lo saben bien y por eso sus periodistas tienen prohibido trabajar en países como Marruecos, Argelia, Irak o Kuwait
Acoso al corresponsal
El Túnez de Ben Ali no iba a ser menos y la cadena tuvo que esperar a la fuga del 'rais' para que sus enviados especiales pudieran entrar en el país. Lotfi Hajji, su corresponsal permanente, era frecuentemente acosado por las autoridades, que le prohibían trabajar libremente. No en vano Hajji es militante en favor de los derechos humanos y presidente del Sindicato de Periodistas Tunecinos. La cobertura del canal panárabe en Túnez "marca la madurez de Al Yazira como fuerza política que puede jugar un papel en los cambios del orden político", escribe Rami G. Khouri, editor del diario libanés 'The Daily Star'. "Siguiendo su evolución de los últimos 15 años, desde su nacimiento en 1996, se ha convertido en un instrumento de expresión emocional y de solidaridad entre los espectadores árabes que se sienten frustrados por su incapacidad de practicar su ciudadanía", añade. Muchos otros regímenes árabes están ahora alerta ante cualquier atisbo de descontento popular, asustados por lo que se les pueda venir encima después del éxito de la revolución en Túnez. Pero sobre todo, tienen miedo de Al Yazira. "Antes ya no les gustábamos, pero ahora nos van a odiar más", opina Krichen
(pela jornalista do El Mundo, Rosa Meneses, com a devida vénia)

Pensões dos políticos furam contas do Estado

Diz o Correio da Manhã num texto do jornalista António Sérgio Azenha que “a despesa pública com as subvenções vitalícias dos titulares de cargos políticos sofreu uma forte derrapagem em 2010: o Orçamento do Estado para o ano passado previa um gasto de 8,8 milhões de euros, mas o custo total acabou por ascender a nove milhões de euros. Resultado: a despesa com esta regalia dos políticos não só aumentou 2,2% face ao Orçamentado, como disparou 4,7% face ao encargo de 8,6 milhões de euros em 2009. Como esta pensão atribuída para toda a vida a quem exerceu cargos políticos durante 12 anos abrange 398 pessoas, das quais 33 terão este abono suspenso, cada beneficiário recebe em média quase 2054 euros por mês. A subida da despesa com as subvenções vitalícias resulta, desde logo, do aumento do número de beneficiários: em 2010, segundo a Direcção-Geral do Orçamento, um acréscimo de menos de duas dezenas de pessoas no universo de abrangidos foi suficiente para disparar os gastos do Estado em 400 mil euros. E esta corrida às pensões para toda a vida foi, por sua vez, uma consequência das eleições para a Assembleia da República (AR) e para o Parlamento Europeu, ambas realizadas em 2009, nas quais vários políticos com direito a este benefício não foram eleitos. Com a não eleição, vários ex-deputados apresentaram, segundo a AR, pedidos de atribuição da subvenção vitalícia: José Lamego, Manuel dos Santos e Manuel Alegre, todos do PS, Vasco Graça Moura, Santana Lopes e Miguel Relvas, todos do PSD, Luísa Mesquita, ex-PCP, e Luís Queiró, ex-CDS-PP, são alguns exemplos. E há inúmeros ex-parlamentares famosos que recebem: Almeida Santos e Armando Vara, ambos socialistas, Luís Filipe Menezes e Rui Rio, ambos do PSD, Narana Coissoró e Anacoreta Correia, do CDS-PP, Odete Santos, do PCP, Isabel Castro, de Os Verdes. O número de beneficiários da pensão vitalícia deverá continuar a crescer nos próximos anos, ainda que esta regalia tenha sido extinta em 2005. E isso acontecerá pela simples razão de que ainda há políticos em exercício de funções que, nos termos da lei, poderão requerer a atribuição dessa regalia. Por isso, os gastos com as pensões vitalícias deverão continuar a crescer nos próximos anos, como acontece desde 2004. Para já, em 2010, o aumento percentual dos encargos com a subvenção vitalícia foi superior à própria subida da despesa pública: 4,7%, no primeiro caso, contra 3,7%, no segundo.
ACUMULAÇÃO DE REFORMAS SUJEITA A TRIBUTAÇÃO DE 10%
A acumulação da subvenção mensal vitalícia com reformas ou pensões da Caixa Geral de Aposentações (CGA) ou da Segurança Social está sujeita, desde 1 de Janeiro deste ano, a uma "contribuição extraordinária de solidariedade", na expressão consagrada na Lei do Orçamento do Estado para 2011. Segundo o artigo 162º, "as reformas, pensões, subvenções e outras prestações pecuniárias de idêntica natureza, pagas a um único titular, cujo valor mensal seja superior a 5000 mil euros, são sujeitas a uma contribuição extraordinária de 10%, que incide sobre o montante que excede aquele valor". O Orçamento do Estado para este ano estipula, no artigo 172º, que os beneficiários da subvenção vitalícia que exerçam funções políticas ou públicas remuneradas têm de optar pela suspensão da subvenção ou do salário.
TRÊS PARLAMENTARES ABDICARAM DO SALÁRIO
A proibição da acumulação do salário com pensões, consagrada no Orçamento do Estado para 2011, já está a surtir efeito na Assembleia da República (AR): até 24 de Janeiro, segundo os serviços da AR, três deputados tinham prescindido do vencimento como deputado, optando por receber a pensão. Como a remuneração mensal ilíquida de um deputado é de 3624 euros, após o corte salarial de 5% em 2010 e ao qual acresce um novo corte em 2011, significa que a pensão de reforma daqueles três deputados é superior ao vencimento. As opções dos parlamentares que acumulavam o salário com a pensão passou também por opções contrárias: 11 deputados preferiram continuar a receber o salário de parlamentar, prescindindo da pensão. E, segundo os serviços da AR, estão ainda em estudo os casos de três outros deputados. O Parlamento, nos termos de uma resolução da Comissão Nacional de Protecção de Dados, não divulga os nomes dos deputados que acumulam a pensão com o salário”.

Almeida Santos:"Carrilho é quase um adversário do PS"

Segundo o Económico, "o presidente do PS lamentou que Carrilho esteja zangado por ter sido "apeado" de embaixador de Portugal na UNESCO. Almeida Santos falava aos jornalistas à entrada para a reunião da Comissão Nacional do PS, ocasião em que respondeu às críticas que o ex-ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho tem feito ao Governo. "Neste momento, o dr. Carrilho é quase um adversário do PS, porque está agastado por ter sido apeado do lugar que tinha [embaixador de Portugal na UNESCO, em Paris]. Está zangado connosco, compreendo isso, mas não é bem o exemplo típico do indivíduo que se possa citar como característica da situação interna do partido", sustentou o presidente do PS. Almeida Santos fez ainda críticas ao teor do discurso de Cavaco Silva no passado domingo, depois de ter sido reeleito Presidente da República "Houve um aspecto em que exagerou imperdoavelmente. Na noite das eleições, exige-se do vencedor uma atitude de tolerância, mas [Cavaco Silva] fez um julgamento feroz dos seus adversários e foi muito cruel", considerou o presidente do PS Neste ponto, Almeida Santos aproveitou para frisar que "a crueldade não é uma boa característica de um Presidente da República".

Presidenciais: o meu rescaldo (III)

"Escrevia esta semana um jornal local, não sei com que bases, que o PSD da Madeira provavelmente promoveria (ou deveria) um estudo para perceber as causas dos resultados eleitorais e essencialmente as razões da votação que o candidato presidencial José Manuel Coelho, apoiado pelo PND, alcançou na região. Não sei nem as fontes de informação que sustentaram esta notícia nem sequer se há credibilidade na mesma. O que me parece que é preciso haver, desde logo, é a percepção da realidade, sentir o pulsar do que se passa junto das pessoas, perceber o que elas pensam, as suas expectativa se frustrações, entender o impacto de certas medidas que afectaram os cidadãos e as famílias e até que ponto não estamos numa clara ante-câmara do que poderá ser uma mudança substancial na tal “lógica eleitoral” que não passa de um mito inventado por comentadores e alguns escritores de manuais. Há quanto muito uma tendência eleitoral, que oscila, comprovadamente como se verificou agora, ora de forma significativa, ora timidamente, uma vez influenciado os votos nos partidos e/ou candidatos, como aconteceu agoira na Madeira com Coelho, outras vezes reforçando a abstenção como por exemplo aconteceu mas regionais dos Açores de 2008 quando era suposto que as regionais, pela sua natureza, fossem os actos eleitorais mais mobilizadores. Nada de afirmações iluminadas, nada de exploração manipulada de resultados, nada de verdades absolutas.
Quando se fala em eleições, fala-se na expressão da vontade das pessoas num determinado momento. O chamado voto vinculado – em que as pessoas votam sempre num partido, aconteça o que acontecer, por ser essa a sua filiação partidária – é cada vez mais reduzido. Não esquecer que estamos a falar de partidos que nem sequer têm 10% do seu eleitorado filiado, e quem disser o contrário mente. Estamos a falar de partidos que se não fossem as subvenções públicas que recebem, fechavam portas porque as parcas receitas provenientes das quotas, provavelmente nem a conta da água e da luz pagariam. Há, isso sim, uma larga faixa, fenómeno á comprovado nalguns estudos realizados por algumas universidades, que tem a ver com o chamado eleitorado flutuante, que não se sente vinculado a ninguém, que ora vota hoje de uma determinada forma, como amanhã vota de forma diferente, mas que acaba por ter um papel importante, por vezes decisivo no desfecho eleitoral. Finalmente, há ainda que ter em consideração a própria natureza do acto eleitoral em si mesmo, o que ele representa e o que por vias dele está em causa, factores valorizados ou não pelos eleitores, conforme o entendimento que por estes é dado a uma conjugação de factores vários, que tanto podem servir para encarar de forma séria uma ida às urnas, como pode ser aproveitada para se transformar num instrumento de contestação ou até de ridicularização do sistema político, dos seus protagonistas e dos candidatos.
Como se percebe, as respostas não existem, não há verdades absolutas, nem os estudos servem para coisa nenhuma. O que pode ser solicitado são sondagens de opinião junto dos cidadãos, não especificamente eleitorais, tentando perceber a frustração dos cidadãos, o que querem, o que esperam, que expectativas têm, o que criticam. O PSD da Madeira fez isso há uns anos, tinha um quadro claro, concelho a concelho, do que as pessoas pensavam, do que queriam, das suas reivindicações, do que era mais ou menos importante para elas, que opiniões tinham da política e dos partidos, etc. E lembro-me que as diferenças entre os concelhos eram evidentes, porque cada município tem, no interior do seu espaço humano e geográfico, especificidades próprias que variam até entre concelhos vizinhos.
Os resultados eleitorais são muitas vezes influenciados pelo estado de espírito das pessoas, ou seja, por factores conjunturais exógenos, que partidos e políticos não controlam, mas que podem ser num dado contexto conjuntural suficientemente fortes para influenciarem as opções de voto das pessoas, mas que podem deixar de funcionar da mesma forma amanhã, noutro acto eleitoral posterior. Quando dois dias antes das eleições presidenciais, por exemplo, milhares de pessoas, funcionários públicos, receberam os seus recibos de vencimentos e constataram que todos tiveram reduções motivadas não apenas pelos cortes percentuais de salários, mas pelo aumento de descontos para a segurança social (e ADSE), o que estarão os partidos e os políticos à espera? Que essas pessoas esqueçam o que passará a ser uma realidade mensal quotidiana daquelas famílias e não dêem expressão ao seu descontentamento e penalizem aqueles que elas acham serem os autores políticos e cúmplices destas medidas?! Se pensam assim, então estão a mais na política e não podem analisar os fenómenos eleitorais com isenção e de forma séria. Perante situações destas, nem a militância, nem a filiação partidárias contam. E o mesmo se passa com famílias que se confrontam com o desemprego e percebem que os jovens terão dificuldade em encontrar empregos dignos. Como querem que elas reajam? Votando nos partidos que não lhe são as respostas que elas querem e esperam?! O que para essas pessoas conta é apenas a decisão de protestar ou não, naquele momento, quando elas têm um boletim de voto e votam sozinhas, em silêncio, de forma desinibida, livre, em função da sua consciência.
Para além de todo isto, e insisto neste ponto, a tal lógica eleitoral” das eleições regionais, pouco ou nada têm a ver com a mesma “lógica eleitoral” das eleições europeias, por natureza distantes das pessoas e pior ainda no caso das presidenciais, onde a componente partidária funciona abertamente (!) e onde a amplitude do distanciamento entre o candidato e o eleitor supera o que se passa nas europeias tendencialmente as que maior abstenção registam. Não existem estudos concretos, porque teriam que assentar na análise da composição etária ao nível das diferentes mesas eleitorais, mas é pacífico que os eleitores mais idosos começaram a deixar de votar – por natureza eram os mais conservadores nas suas opções – ou porque faleceram, ou porque estão doentes, ou porque se desinteressaram em fenómeno eleitoral, e que há uma geração esmagadora de eleitorado que hoje vota - ou não vota (?) - que se encontra na faixa etária dos 18 a 20 anos, que nada têm a ver com o passado e nem sequer com a primeira década do pós-25 de Abril. E depois há uma mancha de eleitores, que provavelmente será a mais importante, que se encontra entre os 45 e os 55 anos, que viveram os últimos anos do regime anterior, dele têm apenas uma percepção distante, mas que viveram, isso sim, todo o percurso da revolução de Abril e da autonomia desde 1974 e que são no fundo os que ainda mantêm alguma coerência ideológica e militância partidária
Ninguém sabe na Madeira, e isso seria importante, a caracterização das mesas eleitorais. Antigamente sabia-se que, salvo algumas oscilações, as mesas iniciais correspondiam aos eleitores etariamente mais idosos, e as mesas mais recentes eram preenchidas pelos novos eleitores, os mais jovens. Hoje isso pulverizou-se. Misturaram-se as transferências de residência e com a aplicação do chamado cartão do cidadão, e mesmo antes dele, funciona a lógica correcta da proximidade das pessoas das secções de voto, em função da residência.
Terminei ontem uma série de quadros eleitorais comparativos, incluindo algumas projecções matemáticas que não passam disso mesmo, que pensavam poder trazer hoje, mas que deixarei para amanhã. Os números são soberanos.
Dar-vos-ei contudo apenas uma ideia para reflexão. Escolhi cinco freguesias -. Monte, Santo António, Tabua, Serra de Água e Curral das Freiras – que foram das mais afectadas pelos temporais do ano passado e onde é fácil imaginar o estado de espírito das pessoas.
No Monte - comparando os resultados das regionais de 2007 (eu sei, eu sei, não se pode comparar eleições diferentes, eu próprio o tenho referido, mas numa lógica de exercício matemático e de lógica política nada me impede de o fazer) - os ganhos eleitorais de Coelho face ao PND (42,84%), são quase os mesmos correspondentes às perdas eleitorais dos partidos apoiantes de Cavaco (PSD+CDS) e Alegre (PS+Bloco) comparativamente às regionais de 2007 (menos 39,61%). E falta considerar depois a abstenção! No caso do Curral das Freiras, o que Coelho ganhou face ao PND em 2007 (20,98%) quase que corresponde às perdas conjunturas do PSD/CDS (Cavaco) e PS/Bloco (Alegre), que foi der 21,16%. Na Tabua, Coelho aumentou 34,79% face ao PND mas Alegre e Cavaco perderam 33,96% comparativamente aos votos que os respectivos atidos obtiveram nas regionais de 2007. Na Serra d´Agua o que Coelho ganhou (37,59%) face ao PND é quase igual ao que os partidos apoiantes de Cavaco e Alegre perderam (37,91%). Finalmente em Santo António, os mais 43,27% de votos que Coelho alcançou face aos que o PND teve em 2007, é um pouco superior aos 38,39% correspondentes aos votos que os partidos apoiantes de Cavaco e de Alegre, comparativamente, perderam face às regionais. Querem melhor prova do que atrás referi quando ao eleitorado flutuante e ao voto cada vez menos vinculado a partidos e afectado por factores exógenos que nem políticos e partidos controlam?! Não me venham com conversas da treta. As presidenciais de 2011 foram as primeiras eleições depois dos temporais de 2010 na Madeira. Provavelmente poderiam começar por aí se querem fazer “estudos”, pelo ponto da situação, pela análise no terreno do que já foi feito, do que poderia ter sido feito e ainda não foi, de quais têm sido as prioridades, do estado de espírito das pessoas que vivem naquelas zonas, etc. Amanha trago-vos mais resultados
" (in Jornal da Madeira)

Presidenciais: o meu rescaldo (II)

"Insisto na ideia - porque é fundamental - que cada eleição tem um contexto, uma natureza, uma amplitude e resultados próprios. Manuel Alegre também contava este ano com os resultados obtidos por ele nas presidenciais de 2006 e foi o que se viu! Extrapolar um acto eleitoral para outro, cruzando dados, não passa de um mero exercício matemático curioso, mas sem base consistente nem credibilidade. Quando analiso um acto eleitoral faço-o em função da minha opinião e da análise dos resultados. Nunca desvalorizo resultados, sejam eles quais forem, porque acho que as eleições têm sempre um sinal em concreto. O que não faço é enxovalhar os eleitores num acto eleitoral, porque votaram, noutros partidos, chamando-os de “vilões” ou “analfabetos” e depois “apaparicá-los” todos quando votam em sentido diferente. A vontade do povo é sempre soberana.
O que se passou na Madeira não foi um acaso, pois não aceito que milhares de pessoas tenham saído de cada, em dia de chuva, frio, nevoeiro e neve, para votar como votaram, apenas por capricho. Houve uma deliberada intenção de dizer alguma coisa e de usar o voto, desta feita nas presidenciais, para enviar sinais, dando desta forma expressão a uma insatisfação popular mais do que evidente, e que vai agravar-se. Depois houve a particularidade de milhares de funcionários públicos por esse país fora que nessa semana perceberam, finalmente, a dimensão do impacto nos seus salários da aplicação das medidas do governo socialista e no agravamento do custo de vida. Não é prudente nem inteligente dissociar as eleições destas realidades sociais.
Acham que os madeirenses pretendem que José Manuel Coelho seja o inquilino da Quinta Vigia?! Francamente! O problema é que, com o discurso que ele utiliza, regra geral assente no insulto e na suspeição - independentemente até da razão que possa ter nalgumas das situações abordadas - Coelho e o PND (que neste acto eleitoral deliberadamente ”desapareceu” para reservar o protagonismo mediático a quem pode dar corpo à estratégia eleitoral e fazer o que os mentores do discurso e dos comportamentos mediáticos não fazem, até por razões de estatuto social) pretendem assumir-se como uma espécie de porta-vozes de pessoas que usam os actos eleitorais para exprimirem um estado de insatisfação que os níveis de abstenção revelam e começa a ser perigoso. Numa entrevista à TVI, anteontem, achei curioso que Coelho tenha referido, por exemplo, que o PND é um “partido sem ideologia, pois tem apenas um objectivo político” e que deixou de ser “um partido de direita” para se transformar numa espécie de albergue onde cabem todos os que queiram a mudança política na Madeira e deixaram de acreditar na restante oposição. O perigo (político, claro) deste discurso é sobretudo para os partidos do contra, muitos deles apoiaram, incentivaram e até instrumentalizaram, Coelho, e pagam agora a factura. Mas dizer que, em termos de eleições regionais, o PSD já perdeu, que o Bloco vai desaparecer, que o PS vai ficar reduzido a não sei quantos deputados, etc, são conjecturas que valem o que valem, nada.
Finalmente gostaria que as pessoas entendessem que eu trabalho com base em números, só me interessam análises factuais, tentar perceber oscilações, e finalmente fazer também algumas projecções – que são sempre meros exercícios matemáticos, repito – com a noção de que não existem verdades absolutas. A terceira parte deste rescaldo será meramente de apreciação aos resultados, na certeza de que há casos concretos que podem ser tidos em consideração: Cavaco Silva perdeu em três dos concelhos mais populacionais (excepto Câmara de Lobos), ganhou em todas as freguesias dos concelhos mais pequenos, bem como no Porto da Cruz e Santo da Serra (ambas em Machico), na Sé, Imaculado Coração e Santa Luzia (todas no Funchal) e Santo da Serra (Santa Cruz).
Quando uma semana antes das eleições presidenciais constatei a preocupação de alguns partidos da oposição, de menor dimensão, pelos resultados do candidato Coelho e se questionavam sobre as consequências disso nos próprios resultados eleitorais de Outubro deste ano – e foram várias as picardias entre José Manuel Coelho e o PCP e o Bloco de Esquerda - finalmente aceitei que em jogo estava muito mais do que um simples capricho, um acto aventureiro ou uma encenação. Em jogo estava claramente a autonomização de José Manuel Coelho face ao próprio PND, não tendo sido pró acaso que os alegados dirigentes do partido estiveram sempre discretamente distantes, provavelmente por saberem que a candidatura presidencial de Coelho não podia ser confundida com o PND. Julgo que se pode afirmar que, independentemente dos resultados daqui para a frente, das derrotas que o PND naturalmente vai obter – porque em democracia as cosias funcionam assim, ora para cima, ora para baixo - Coelho conseguiu a “maioridade”, ou seja inverteu as regras do jogo no seio do seu partido. Explico O PND ficou refém dele – não é que isso incomode a estrutura partidária em causa que nem sequer uma sede oficial tem! - e nas regionais de 2011 não terá outra opção senão a de candidatar o próprio Coelho, seja qual for o resultado que este venha a conseguir. Obviamente que sendo actos eleitorais diferentes poderão surgir argumentos internos destinados a “travar” a euforia de Coelho. Mas que os resultados alcançados por ele causaram evidente incómodo aos dirigentes do PND, disso não duvido. Tal como se passaria rigorosamente o mesmo com outro partido nas mesmas circunstâncias.
Retomando o meu rescaldo – que reflecte o que eu penso independentemente de concordarem ou não – quando falo das novas tecnologias e das potencialidades que elas colocam aos políticos, bastar-me-á perguntar: que campanha fez Coelho no Continente, onde salvo raríssimas excepções, aparecia nas televisões como um ”coitadinho” sem grandes movimentações populares à sua volta? Mas uma coisa ele viu garantida, a sua presença diária nas televisões e nos meios de comunicação social em geral, em tempos de antena equitativos, muitas vezes para falar de questões que nada tinham a ver com as presidenciais. Mas isso o que importava? E para além disso, há que recordar, Coelho foi fortemente prejudicado por um comportamento indigno das televisões nacionais, vergonhoso em termos da ética e da deontologia jornalísticas, e atentatório das regras democráticas, ao ser posto à margem de debates que nunca deveriam ter sido realizados sem terminar o prazo da apresentação de candidatos. E tudo isto se passou com a cumplicidade asquerosa da Comissão Nacional de Eleições, cujo Presidente deveria ter sido demitido.
Tenho afirmado, e insisto nesta minha teoria, que os resultados das eleições regionais de Maio de 2007 foram enganadores pela inesperada dimensão e podem criar ilusões. Tenho batido nesta questão e não deixarei de o fazer. Corremos o risco, com o actual sistema eleitoral regional, embora a alteração da lei eleitoral possa agora parecer uma tentativa de afastar os partidos mais pequenos, de vermos a região cair numa situação de ingovernabilidade ou de subversão das regras democráticas, caso os partidos perdedores, por via de coligações parlamentares, afastem do poder o partido mais votado. Aconteceu há 5 anos na Galiza com o PP a ser afastado do poder por um deputado (e devido a uma coligação entre os socialistas e os nacionalistas galegos), acontece presentemente em Canárias com o PSOE privado de formar governo graças a uma coligação entre o 2º e o 3º partidos (PP e a Coligação Canária, pró-nacionalista), ainda por cima agora às turras em pleno ano eleitoral local. O problema é que, eleitoralmente falando, a Madeira não estava preparada para situações como as que Coelho protagoniza, as quais ninguém sabe se reflectem uma tendência de mudança, motivada pela insatisfação, ou se se trata de um fenómeno esporádico e relacionado com a natureza do acto eleitoral. Por isso as regionais de Outubro deste ano, que já eram importantes para uma cabal clarificação eleitoral de Maio de 2007, acabam por ver essa importância acrescida, na medida me que precisam de desmistificar e clarificar estes resultados agora alcançados por José Manuel Coelho e ver até que ponto o PND beneficiária alguma coisa com eles e conseguirá o seu grande objectivo das regionais que é a eleição de um grupo parlamentar, aumentando-lhe assim as prerrogativas regimentais que hoje não tem.
Como comentarista, e sem sectarismos, tenho que reconhecer que o PS é o grande derrotado - se conjugarmos a sua votação com os resultados desastrosos de Alegre - mesmo que os socialistas queiram sacudir culpas ou partilhá-las com o Bloco de Esquerda, que, tal como o PCP, acabam por ser fortemente penalizados na Madeira. Aliás começo a pensar que as regionais de 2011 poder ser (?) um desafio de sobrevivência para mais do que um partido. Duplamente: derrotado porque as pessoas penalizam a desgovernação socialista, penalizado porque as pessoas sabem que são os autores dessa desgovernação por muito que mandem a divagar com iniciativas patéticas ou a fazer discursos inflamados, o PS local precisa de uma profunda reforma, estrutural, funcional, de pessoas e de discurso. Não podem os socialistas andar a reclamar mudanças no PSD da Madeira, quando são mais do mesmo, pois na realidade estamos perante figuras que não inspiram qualquer confiança, quando foram, os responsáveis pela derrota socialista nas regionais de Maio de 2007, mas que estão agarrados ao poder qual lapas que não o largam
" (Jornal da Madeira)