quinta-feira, abril 28, 2011

Açores: Sindicato de professores critica “total indisponibilidade” do governo para dialogar

Diz o Diário dos Açores que "o Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA), afeto à UGT, criticou ontem a "total indisponibilidade" para o diálogo da secretária regional da Educação, admitindo que os docentes se podem mobilizar em protesto contra a situação. "Não se pode falar de negociação colectiva, mas de prepotência governativa", afirmou Sofia Ribeiro, presidente do SDPA, numa conferência de imprensa em Ponta Delgada, frisando que "não há condições para o diálogo e está violado o princípio da boa fé negocial". Em causa está o processo negocial relativo ao Estatuto da Carreira Docente, onde, segundo o sindicato, a secretária regional da Educação, Cláudia Cardoso, se "recusa a dialogar sobre qualquer proposta que não seja da área do governo". A questão da transição em carreira é um dos principais motivos de divergência, frisando Sofia Ribeiro que a proposta do governo é "injusta e desigual", já que não assegura o respeito pelo "princípio da igualdade", nos termos do qual todos os professores devem poder atingir o topo da carreira ao fim do mesmo número de anos de trabalho. Os horários semanais de trabalho dos docentes, as condições de trabalho dos orientadores de estágio e o modelo de avaliação de desempenho dos professores são outras áreas em que há desacordo. O SDPA, que espera reunir com Cláudia Cardoso a 11 de Maio, vai realizar antes desse encontro plenários de professores em todas as ilhas dos Açores, "não afastando a possibilidade de mobilização dos docentes para contestação das propostas unilaterais e desprovidas de qualquer fundamentação" apresentadas pelo executivo regional. "Queremos avisar a secretária regional, antes da reunião, de que não teremos condições para negociar se a situação se mantiver", afirmou Sofia Ribeiro. A presidente do SDPA salientou que esta "mobilização de professores" não deve passar por uma greve, pelo menos numa fase inicial, defendendo que, devido aos transtornos que provoca, "a greve é o último recurso". Sofia Ribeiro admitiu ainda que, face ao descontentamento existente na classe docente, pode vir a ser concertada uma posição conjunta entre os dois sindicatos que representam os professores nos Açores. "O diálogo (entre os dois sindicatos) existe", afirmou, admitindo que "não está posta de parte" uma iniciativa conjunta".

Sem comentários: