quarta-feira, abril 27, 2011

Al-Assad: um bandalho sanguinário

Li no site da RTP que "com o recrudescer da violência nas ruas, o Presidente Bashar Al-Assad está perante uma encruzilhada face ao caos instalado no país: apesar do aperto de medidas por parte do regime, cada vez mais na mira da comunidade internacional, ganha força a fação que exige a queda do Presidente, depois de numa primeira fase os oposicionistas terem admitido a continuidade de Al-Assad no poder mediante a implementação de reformas políticas.As notícias dão conta da morte de seis pessoas durante os protestos que ontem prosseguiram em Deraa, epicentro da contestação no sul do país. De acordo com um ativista local, as vítimas foram alvo das balas das forças de segurança: "Pelo menos seis mártires morreram na terça-feira, atingidos pelos tiros das forças de segurança e da unidade 4 do exército", apontou Abdallah Abazid.São mais nomes a acrescentar à longa lista de 400 pessoas que caíram mortas desde que a revolta estalou na Síria a meio do mês de março. Num fim de semana particularmente sangrento que foi aquele que passou, 120 pessoas acabaram por ser mortas durante confrontos entre os manifestantes e as forças de segurança. Os ativistas anti-Assad apontaram o dedo às autoridades, que terão aberto fogo contra os cortejos fúnebres durante os funerais de ativistas anti-regime.Com o passar dos dias, esta é uma situação que não conhece alívio, e nas ruas, pelo contrário, aumenta a repressão militar contra os civis que insistem nos protestos. Contra a mão de ferro do regime, o grupo da oposição Iniciativa Nacional para a Mudança insiste que no atual momento apenas uma transição democrática poderá “salvar a nação de cair num período de violência, caos e guerra civil”.Entretanto, numa leitura da situação, Londres manifestou fortes dúvidas de que o Presidente Al-Assad tenha nas suas mãos o poder para levar a cabo as transições políticas e sociais exigidas nas ruas. Numa declaração à rádio BBC, registada esta quarta-feira pela Associated Press, o ministro dos Negócios Estrangeiros manifestou dúvidas de que Al-Assad “tenha liberdade para colocar em marcha a agenda reformista” exigida nas ruas.William Hague evita no entanto fechar a porta a uma resolução do conflito sírio, considerando que o Presidente Al-Assad tem ainda a possibilidade de ir ao encontro das reformas democráticas.Entretanto, uma proposta visando condenar a violência na Síria - levada ao Conselho de Segurança das Nações Unidas por Portugal, Reino Unido, França e Alemanha, o bloco de países da UE que integram o conselho - foi bloqueada por Pequim e Moscovo.Para relativizar este impasse em Nova Iorque, o embaixador de Portugal nas Nações Unidas afirmava em declarações à Agência Lusa que o Conselho de Segurança precisa de informação adicional sobre a situação antes de uma resolução: "Há um consenso muito alargado, incluindo de russos e chineses, de que a situação na Síria é extremamente séria e grave, e que merece um debate aprofundado, na base do relatório oral que o Secretariado fará na quarta-feira", apontou Moraes Cabral.A via diplomática parece ser também para já aquela que recolhe a preferência dos Estados Unidos. A adoção de sanções pode ser igualmente uma solução acessória a ser acionada por Washington. Nos corredores da Casa Branca é contemplada a hipótese de pressionar Damasco à moderação mediante "sanções seletivas" contra altos responsáveis sírios.“De momento, dentro das opções para a Síria, concentramo-nos nos domínios diplomático e financeiro”, declarou Jacob Sullivan, diretor da estratégia política e conselheiro próximo da secretária de Estado Hillary Clinton.Ainda hoje o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon deixava transparecer a sua "inquietação crescente" face ao caminho que está a tomar a situação, para instar as forças de segurança à contenção: “As autoridades sírias têm a obrigação de proteger os civis”.

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