quarta-feira, abril 27, 2011

Milhão de euros da venda de edifício da RTP/Açores foi para os cofres de Lisboa...

Diz o Correio dos Açores que "o ‘Correio dos Açores’ teve acesso a um comunicado da subcomissão de trabalhadores da RPT/Açores, datado de 21 do corrente, onde se sublinha a existência de vazios de liderança na televisão açoriana e se salienta que o “alegado milhão de euros da venda do edifício sul” da estação televisiva “foi para Lisboa” e “não representou melhorias” no arquipélago. A subcomissão de trabalhadores considera “preocupante” a situação da chefia de informação da televisão e ironiza, após um encontro com o director, Pedro Bicudo, que “parece mais difícil constituir uma equipa de chefia da redacção na RTP-Açores do que formar governo na Bélgica”. Acrescenta, a propósito, que a escolha de coordenadores “esteve limitada apenas a alguns jornalistas considerados como não inconvenientes e todos eles declinaram o convite”. Informa que a redacção da televisão funciona com uma chefe em regime de trabalho permanente, que “só é substituída na coordenação diária pela sua superior hierárquica, a qual está demissionária de um cargo vazio de competências, claramente a mais numa empresa que terá de emagrecer”. No comunicado esclarece-se que “o dever de lealdade e o exercício de actividades exteriores” à RTP foi recentemente revisto pela Administração na sua reunião de 23-09-2010 e publicado na Ordem de Serviço nº 9 de 19-10-2010. Neste documento está explícito que os trabalhadores da televisão pública “não podem desenvolver, por conta própria ou alheia, directa ou indirectamente, actividades cujo exercício implique a violação dos deveres de lealdade e de não concorrência, originar um conflito de interesses ou impedir o cumprimento dos deveres inerentes ás relações de trabalho, considerando incompatíveis as actividades desenvolvidas em benefício de outras empresas de Comunicação Social e o exercício de funções na Empresa”. A subcomissão de trabalhadores refere que a recente contratação de uma jornalista para a Redacção da Rádio, que realiza também trabalho para um canal de televisão da concorrência, sugere “uma clara violação das normas constantes da Ordem de Serviço atrás mencionada. Uma situação que os trabalhadores têm manifestado o desejo de ver esclarecida e que pela Subcomissão foi colocada ao director”. Em resposta, Pedro Bicudo apontou outros casos de jornalistas trabalhando na empresa em regime de acumulação com trabalho noutros órgãos de Comunicação Social. Referiu também que a questão de incompatibilidade “não se põe porque a jornalista não trabalha para a televisão e, embora a rádio e a televisão pertençam à mesma empresa, são antenas diferentes, não havendo consequentemente conflito de interesses (...!)”. A subcomissão de trabalhadores questionou ainda o director sobre “a fraca qualidade de alguns programas externos”. Pedro Bicudo “admitiu que alguns são de fraca qualidade e prometeu estudar a sua retirada da antena”. Quanto aos cortes orçamentais que o conselho de administração da RTP “terá garantido que não iriam afectar a Rádio e a Televisão públicas nos Açores”, conforme noticia a Lusa em 20/7/2010, “a verdade é que o orçamento de exploração foi cortado, por esta mesma administração, em 20%. Ora se com o orçamento do ano passado já o estrangulamento era notório agora a asfixia é quase completa”, completa. Sobre os meios humanos e as “degradadas instalações da televisão, para além de uns retoques na pintura continua tudo na mesma”, referem os trabalhadores da televisão açoriana para quem “nem a venda do edifício da Ernesto do Canto por um alegado milhão de euros reverteu a favor de uma melhoria da situação pois o dinheiro foi para Lisboa”. A subcomissão de trabalhadores referiu-se, também, à recente visita da Inspecção Regional de Trabalho à RDP para averiguar a situação de dois jornalistas contratados “e para a qual desde há muito vínhamos alertando a direcção”. Aguarda-se o relatório da inspecção”.

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