quinta-feira, agosto 25, 2011

Cuba: Raul Castro critica inércia dos cubanos!

Segundo o Sol, "o presidente de Cuba, Raul Castro, criticou a «inércia» e «indiferença» dos cubanos na aplicação das reformas, propostas em Abril, para evitar o colapso da economia da ilha, advertindo que uma resistência às mudanças será inútil. «O maior obstáculo que enfrentamos no cumprimento dos acordos do VI Congresso (do Partido Comunista de Cuba) é a barreira psicológica formada pela inércia, o imobilismo, a simulação ou dupla moral, a indiferença e insensibilidade, que estamos obrigados a ultrapassar com firmeza», disse na segunda-feira. Raul Castro falava durante a sessão de encerramento do plenário da Assembleia Nacional (parlamento) que teve lugar em Havana, em que foi analisado o avanço da aplicação das 300 reformas propostas pelo Chefe de Estado, em Abril, durante o VI Congresso do Partido Comunista cubano. «Seremos pacientes e perseverantes perante as resistências à mudança, sejam estas conscientes ou inconscientes. Alerto que toda a resistência burocrática ao estrito cumprimento dos acordos do Congresso, apoiados massivamente pelo povo, será inútil», disse. Castro explicou que nunca foi «partidário de mudanças bruscas», preferindo «mil vezes raciocinar, convencer, educar e somar que sancionar», mas que «perante as violações da Constituição e da legalidade estabelecida não resta outra alternativa» que recorrer ao Ministério Público e aos tribunais «para exigir responsabilidades aos infractores, seja quem forem».«Sem mudar a mentalidade não seremos capazes de cumprir as mudanças necessárias para garantir suster-nos, o que é o mesmo (que) a irrevocabilidade do carácter socialista e do sistema político (…), limpemos da cabeça as tontices de todo o tipo, não esqueçam que já concluiu a primeira década do século XXI e é hora», frisou. Raul Castro iniciou a sua intervenção explicando que a economia cubana cresceu 1,9 por cento no primeiro semestre de 2011 em relação a igual período do ano anterior e que as previsões apontam para um crescimento de 2,9 por cento do PIB até finais de ano. «Apesar de os resultados em geral serem positivos, persistem incumprimentos na agricultura, indústrias alimentares, metalomecânica e materiais para a construção devido a erros no planeamento e falta de integridade na direcção destes sectores da economia», alertou. No seu entender, «apesar das insuficiências todavia existentes», melhorou «a eficiência energética da economia nacional, cresceu a produção de petróleo, apesar de ter diminuído ligeiramente a produção de gás». Por outro lado, foi possível deter a deterioração da produção de açúcar, aumentaram as exportações, decresceram as importações e houve um «crescimento significativo na chegada de turistas», observou. «Perdura uma tensa situação nas finanças externas, ainda que aliviadas parcialmente pelos processos de reestruturação de dívidas com os nossos principais credores, o que contribuiu para continuar a reduzir as retenções de transferências para o estrangeiro e nos coloca em condições de ratificar que as mesmas vão ser suprimidas definitivamente antes do fim do ano», afirmou o presidente cubano. Segundo Raul Castro, os efeitos da crise económica global e o aumento dos preços dos alimentos «tornam imprescindível re-instaurar a disciplina financeira na economia e terminar com a superficialidade e negligência que caracterizam as relações da cobranças e pagamentos no país». Frisou ainda que o governo cubano tem flexibilizado o trabalho por conta própria e o seu regime tributário, simplificando os trâmites para a transferência da propriedade de casas e automóveis, a política bancária e de créditos a pessoas naturais, a redução de sub-ministros para produtores agro-pecuários e a comercialização e diversos equipamentos”.

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