quinta-feira, setembro 29, 2011

Opinião: "Quando falta aos políticos o conhecimento histórico!" (porrada no patético Virgílio)

"Um senhor que dá pelo nome de Virgílio Macedo, assumiu a liderança do Comissão Política Distrital do PSD em substituição do actual Secretário de Estado dos Assuntos Sociais e vice-presidente do PSD Marco António Costa. A substituição não seria notícia, se o dito senhor, na intervenção de consagração, e em vez de olhar para os problemas do seu Distrito, não tivesse reclamado dos Ilhéus sacrifícios iguais aos dos portugueses, para debelar a crise em que estamos mergulhados. O dito senhor reclamou do facto dos Açores terem taxas diferenciadas de IRS, IRC e IVA; preços inferiores dos combustíveis; falta de portagens na rede viária; isenção de taxas moderadoras. Tem razão quando inúmera as diferenças que enumerou, mas é um ignorante quando não refere os custos adicionais que cada açoriano tem de pagar para viver nas Ilhas, e no nosso caso, gerir nove Ilhas dispersas no meio do Atlântico. Com posições políticas como a que assumiu o senhor Virgílio Macedo, cava-se o fosso entre Portugal e as Regiões Autónomas. Somos diferentes, sim. Teimamos em aqui viver, e Portugal devia ter orgulho no seu prolongamento insular que lhe dá as Ilhas dos Açores.Havíamos dito que o endividamento da Madeira iria abrir feridas profundas nas Autonomias e não tardou muito. Os comentadores ajudaram à festa e os partidos políticos nacionais são os responsáveis pelo renascer do espírito separatista. E não vale dizer que não se pode pensar em tal aventura porque a onda vai no sentido de unir a Europa e não dividi-la. Há países que desmentem essa tese, e hoje as revoluções são feitas pela força do povo e não pela força das armas.Com posições políticas como a que assumiu o senhor Virgílio Macedo, cava-se o fosso entre Portugal e as Regiões Autónomas. Somos diferentes, sim. Teimamos em aqui viver, e Portugal devia ter orgulho no seu prolongamento insular que lhe dá as Ilhas dos Açores.O Primeiro-Ministro quando ainda jovem dirigente, sempre apoiou a Autonomia, e bom seria que, apesar dos muitos dossiês que tem a seu cargo, colocasse as questões autonómicas como uma questão relevante do Estado, começando desde logo pelo problema que envolve a rádio e televisão públicas dos Açores.O senhor Virgílio Macedo é mais um jacobino a juntar a tantos outros que, ao longo dos tempos, vociferaram contra a Autonomia. Porém a força e as razões dos Ilhéus suplantaram sempre quantos tentaram derrubar o regime autonómico.Foi pena que o novo presidente do PSD do Porto nada tenha dito dos muitos buracos financeiros que há no seu Distrito, desde a Casa da Música ao metro do Porto para citar apenas dois casos emblemáticos.Os Açoreanos suportam diariamente a insularidade, com os custos dos transportes aéreos e marítimos, e, depois, com todo o sobrecusto que eles acarretam no consumo e no investimento. A distância a que estamos do continente é um fardo que carregamos e não se compara à denominada interioridade, que foi em tempos idos inventada como contraponto para combater o princípio da insularidade. Sendo o senhor Virgílio Macedo um desconhecido, pouca importância teriam as suas declarações. Mas o cargo que agora passa a desempenhar no partido que sustenta o governo é suficientemente importante para se deixar que a doutrina, agora publicamente expressa, faça escola no futuro, sem o nosso veemente protesto por quererem separar ainda mais aquilo que o mar já separa" (editorial do Correio dos Açores, com a devida vénia)

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