sábado, novembro 12, 2011

Hospitais acumulam resultados negativos de 286,7 milhões

Garante o jornalista do Publico João d"Espiney que “o valor traduz uma quebra homóloga de 18,5% face aos primeiros nove meses de 2010. Mas só num mês este indicador agravou-se em 42,3 milhões. Os resultados operacionais negativos acumulados globalmente pelos 38 hospitais e seis Unidades Locais de Saúde (ULS, que agregam unidades hospitalares e os centros de saúde das respectivas áreas geográficas) ascendem a 286,7 milhões de euros no final dos primeiros nove meses deste ano. Este montante representa uma quebra homóloga de 18,5% mas, de acordo com as contas do PÚBLICO aos dados divulgados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), este indicador registou um agravamento de 42,3 milhões só entre Agosto e Setembro, dos quais 1,4 milhões são relativos às seis ULS. A análise individual às contas mensais de cada uma das unidades hospitalares - que a ACSS começou a disponibilizar no passado mês de Outubro, ao abrigo do acordo com a troika - permite concluir que, no final de Setembro, só dez hospitais apresentavam resultados operacionais positivos - menos um (o Curry Cabral) do que em Agosto -, sendo que só quatro têm o estatuto de Entidade Pública Empresarial (EPE): os IPO do Porto e Coimbra, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa e Hospital Fernando da Fonseca (Amadora/Sintra). O Centro Hospitalar Lisboa Norte é o que apresenta o pior resultado, com 58,7 milhões no final de Setembro, mais 5,3 milhões do que o que tinha acumulado até Agosto. O pódio é ocupado ainda por outras duas grandes unidades da capital: Lisboa Central (27,7 milhões, mais 3,6) e Lisboa Ocidental (27, mais 1,1). O melhor resultado verifica-se no Instituto Português de Oncologia do Porto. No entanto, os 3,8 milhões no final de Setembro representam uma descida acentuada em relação aos sete que se verificavam no final de Agosto. O Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa aparece em segundo lugar, com 3,7 milhões (mais 493 mil euros do que em Agosto) e a Maternidade Alfredo da Costa em terceiro, com 1,7 milhões (mais um milhão). No que toca às ULS, os dados mostram que há um empate entre as que estão "no vermelho" e as que apresentam resultados positivos. A ULS com melhor desempenho é a do Norte Alentejano (2,2 milhões), seguida pela do Alto Minho (1,5) e a de Castelo Branco (1,1). No fundo da tabela surgem a da Guarda (-809,2 mil euros), Matosinhos (-3,2 milhões) e a do Baixo Alentejo (11,2). Os dados globais da ACSS revelam também que os custos com pessoal totalizam já os 1,6 mil milhões de euros no final de Setembro, o que traduz uma quebra de 6,15% em relação aos primeiros nove meses de 2010. A análise desagregada indica que em Setembro os hospitais gastaram mais 194,5 milhões nesta rubrica do que em Agosto. Só em horas extraordinárias e outros suplementos foram mais 24,2 milhões. Em termos acumulados, já foram gastos 228,3 milhões, menos 12,7% do que em igual período de 2010. Só os médicos receberam 137,8 milhões (menos 14,5%) e os enfermeiros 58 milhões (menos 10%). As do "outro pessoal" ascendem a quase 32 milhões (menos 9,8%). Em termos mensais, gastaram-se mais 14,7, seis e 3,4 milhões de euros, respectivamente. A despesa em produtos farmacêuticos totaliza 707 milhões em termos acumulados, o que significa mais 0,63% face a igual período do ano passado. Em termos mensais, gastaram-se mais 77 milhões do que em Agosto”.

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