quarta-feira, novembro 09, 2011

Metro Sul do Tejo: falta de procura custa 101 milhões

Escreve a jornalista do Correio da Manhã, Raquel Oliveira que “a concessão do Metro Sul do Tejo, inaugurado em 2008, já custou aos cofres do Estado mais 101 milhões do euros do que o previsto inicialmente, o que representa um aumento de 35,4 por cento, conclui uma auditoria do Tribunal de Contas. Só em indemnizações compensatórias - por falta de procura - o Estado tem gasto anualmente cerca de 7,5 milhões de euros e, segundo o documento, tudo aponta para que continue a ter de pagar nos próximos anos. O projecto vai custar até ao final deste ano "384 milhões de euros de dinheiros públicos", o que representa um "acréscimo de cerca de 101 milhões de euros relativamente ao previsto inicialmente [284 milhões de euros]", entre compensações e indemnizações, alerta o relatório da instituição liderada por Guilherme d'Oliveira Martins. Tal como em muitas outras parcerias público-privadas, as contas que serviram de base ao contrato têm em conta um número de passageiros superior ao que, na prática, utiliza aquele transporte que liga os concelhos de Almada e Seixal (entre 25 a 30 mil por dia). Esta diferença no número de passageiros - são transportados apenas 25% do valor inicialmente estimado - agrava a despesa do Estado, que é obrigado pelo contrato a indemnizar anualmente o MST. O pagamento das indemnizações compensatórias foi assim descurado pelo Estado, que teve em conta estudos de tráfego "excessivamente optimistas", segundo os próprios juízes que assinam a auditoria. Para evidenciar os custos, é comparado o custo do número de passageiros por quilómetro do MST com os metros de Lisboa e do Porto. O custo médio suportado pelo Estado por passageiro por quilómetro transportado pelo MST é de 0,28 euros contra os 0,03 do Metropolitano de Lisboa e de 0,05 euros do Metro do Porto. A auditoria conclui que o MST "não apresenta evidências de ser economicamente viável".
25 POR CENTO DOS PASSAGEIROS ANDA SEM PAGAR
A taxa de fraude no Metro Sul do Tejo situava-se, em Dezembro de 2010, em 25 por cento, de acordo com a auditoria do Tribunal de Contas. A empresa queixa-se da "vulnerabilidade do sistema de validação" e alega a "impossibilidade de controlo e redução da fraude". Os validadores encontram-se espalhados pelas carruagens mas depende do cliente passar o título. Os prejuízos decorrentes desta utilização abusiva são assumidos quer pela concessionária quer pelo Estado”.

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