sábado, novembro 12, 2011

PS em dificuldades com dívidas de 4 milhões...

Escreve o jornalista do Publico Nuno Sá Lourenço que “José Sócrates quase duplicou os custos com a última campanha eleitoral. Em vez dos 2,2 milhões de euros orçamentados, gastoucerca de 4,1 milhões. Os números foram apresentados por António Galamba na reunião da Comissão Política da passada quinta-feira. No mesmo encontro que decidiu a abstenção na votação para o Orçamento, os socialistas ficaram a saber como anda a situação do partido. Ao que o PÚBLICO apurou, o actual responsável pelas finanças do PS afirmou que o partido tem uma dívida de quatro milhões de euros, registando um défice mensal na ordem dos 50 mil euros. De acordo com o relatado, metade da dívida é à banca devido a empréstimos bancários, existindo ainda dívidas a fornecedores. Ao que tudo indica, para este panorama contribuíram os gastos da campanha feitos durante 2011. A Entidade das Contas do Partidos Políticos divulgou anteontem os valores da campanha eleitoral para as legislativas de Junho, pondo a nu números avassaladores. Em vez dos 2,2 milhões de euros orçamentados, foram gastos 4,1 milhões. Um dado revelador que poderá ajudar a explicar a actual situação financeira do PS reporta à contribuição do partido para essa campanha eleitoral. No orçamento, estava previsto que o PS entrasse com duzentos mil euros. José Sócrates gastou um milhão e setecentos mil euros a mais. A diferença veio da subvenção estatal. O PS gastou mais 800 mil euros em propaganda do que tinha orçamentado. Em comícios furou o orçamento em mais de quinhentos mil euros. E gastou mais 220 mil em brindes do que o estipulado no orçamento. Mas não foi o único partido a gastar bem mais do que o orçamentado. O PSD tinha previsto gastar perto de dois milhões de euros. Gastou três milhões e oitocentos mil euros. Mas as contas acabaram equilibradas, uma vez que acabou por receber 1,4 milhões a mais de subvenção estatal. Ainda assim, o PSD entrou com mais de 600 mil euros para essa campanha, quando tinha previsto não avançar com um euro sequer. A coligação PCP/Verdes foi o único dos cinco maiores partidos que não furou o orçamento. Mas as dívidas do PS não se explicam apenas com essa campanha. Em causa estarão também os gastos realizados com os dois congressos realizados em 2011. Em surdina, os socialistas comentam há meses o custo do congresso de Abril. Ninguém o assume, mas mais de um dirigente socialista admite que tenha atingido um milhão de euros. José Lello - à data responsável pelas contas - contesta esse número. Garantiu ao PÚBLICO que esse conclave custou 803 mil euros e que o de Setembro - de Seguro - chegou aos 880 mil. Sobre a situação do PS admite números negativos mas mais reduzidos. "Segundo as minhas contas, a situação financeira será negativa, andará pelos 500 mil euros." E lembrou que o PS tem ainda a receber verbas das subvenções estatais. O PÚBLICO não conseguiu confirmar estes números com Galamba. Mas confrontada com estes números, a actual direcção garantiu que os gastos do último congresso não eram "nem de perto nem de longe" próximos dos do anterior.
Despesas eleitorais
4.132.885 €
O PS previa gastos de 2.200.000 euros
3.828.382 €
Orçamento do PSD era de 1.990.000 euros
796.714 €
O CDS orçamentou 700 mil euros
924.887 €
A CDU (PCP/Verdes) previra gastar 995 mil euros
772.038 €
O BE orçamentou 704 mil euros".

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