domingo, dezembro 11, 2011

Dívida: RAM devia procurar colaboração de especialistas

Penso, e cada vez mais de uma forma mais consolidada, que chegamos a um ponto em que teremos provavelmente que encontrar colaboração por parte de especialistas fora da estrutura governamental que queiram colaborar com a Madeira na superação das actuais dificuldades. A centralização de procedimentos na Secretaria do Plano e Finanças, para além de altamente positiva e de pecar por tardia, constitui um primeiro passo, mas a verdade é que em determinadas conjunturas mais radicalizadas financeiramente como a nossa, a visão cooperante de especialistas não ligados ao governo, mas trabalhando directamente com o titular das Finanças, poderá constituir uma mais-valia importante. Reparem que o governo de coligação em Lisboa contratou uma empresa internacional de lobistas para alterar a imagem de Portugal no exterior, mas conta com a assessoria e o controlo permanente da "troika" que no final do resgate financeiro ao nosso país, lucrará cerca de 30 mil milhões de euros, quase 50% do que foi emprestado a Portugal, só por conta de juros e de comissões e prestação de serviços. Ao menos reflictamos sobre isto. Porque é que eu acho que esta colaboração é importante? Porque chegamos a um ponto em que mais do que a visão redutora de um executivo, há que contar com a sensibilidade de especialistas que conheçam o mercado, que tenha uma outra visão das coisas, que possam ter outras ideias complementares e que possam inclusivavmente propor medidas diferentes. Só tenho pena que a Madeira não tenha recursos, porque caso contrário, e apenas como exemplo, Teresa Ter-Minassian que foi quem coordenou em 1983 a equipa de negociadores do FMI, seria certamente a pessoa indicada para elaborar um trabalho visando a regeneração das contas públicas regionais. Utópico? Pensem bem e rapidamente verificarão que não. Estamos a falar do nosso futuro, estamos a falar de um espaço de manobra e de negociação que parece não existir, estamos a falar, goste-se ou não, de quem consiga fazer pontes com a "troika" e o Ministério das Finanças. Será que alguém se atreveria a enfrentar com desdém ou a desautorizar esta especialista?

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