Li no Sol, num texto da jornalista Helena Pereira que “o governo contratou a empresa de lobbying internacional Brunswick Group para tratar da imagem externa de Portugal na sequência do resgaste financeiro do FMI. A Brunswick é uma multinacional das relações públicas, de origem britânica e com ligações ao Partido Trabalhista. O fundador, Alan Parker, é amigo pessoal de Gordon Brown, ex-primeiro-ministro de Inglaterra. A escolha partiu do secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro Carlos Moedas, que celebrou o contrato, por ajuste directo, a 1 de Agosto, válido por três meses, e com o custo de 63 mil euros. Uma relação de trabalho que deverá ser prolongada, admitiu ao SOL o gabinete de Moedas. Segundo informação acessível na base de dados das contratações públicas, o objecto do contrato é preciso: o «apoio na área da comunicação e imagem internacional, no âmbito do acompanhamento da execução do Memorando de Entendimento celebrado com a União Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu». O Governo não revela em pormenor as ajudas que recebeu da Brunswick e os seus efeitos práticos._Mas, por escrito, o gabinete de Moedas esclarece ao SOL que, «dada a enorme experiência internacional do grupo, o serviço prestado constituiu importante contributo para definir uma eficaz comunicação externa da boa execução que Portugal está a fazer dos compromissos assumidos junto dos nossos parceiros internacionais». Ou seja, o papel da Brunswick passa por fazer lobbying, na verdadeira acepção da palavra: tentar influenciar quem tem poder de tomar decisões. Neste caso, o intuito do Governo é convencer as instituições internacionais, desde agências de notação a outros países europeus, que Portugal está a fazer as reformas e cortes certos no sentido de corrigir as contas públicas. Sobre a renovação do contrato, que terminou a 31 de Outubro, «o Governo não exclui a possibilidade de voltar a recorrer aos serviços da Brunswick Group».Em 2010, o Governo de José Sócrates também contratou uma empresa de lobbying, a Kreab Gavin Anderson (KGA). Este contrato, porém, foi mais caro: 330 mil euros por um período de 90 dias”.
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