quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Carlos Pereira incomodou-se? E depois?

O Presidente do Marítimo comentou numa entrevista na RTP parte do meu artigo de opinião hoje publicado no JM, na passagem que se reporta ao Estádio dos Barreiros. Vou recordar o que escrevi para que nem subsistem dúvidas:
“(...) Quanto custa por exemplo, a manutenção do Estádio dos Barreiros considerando também as despesas com eletricidade? O Marítimo fez essas contas antes de reivindicar os Barreiros para a sua posse? Dada a realidade financeira regional, e atendendo a que não acredito que o Marítimo tenha possibilidades de encontrar outros financiamentos, confirma-se a informação que me deram que seria possível concluir as obras no Estádio com 2,5 a 3 milhões e euros (o material necessário está todo num estaleiro de uma empresa de construção), mas que o clube ainda não suspendeu o projeto da bancada central, orçado em 20 milhões de euros, e que o Marítimo sabe constituir neste momento uma utopia? Será que aquela situação deprimente que o Estádio dos Barreiros dá da Região (e do Marítimo) uma péssima imagem (televisiva) não poderia ser resolvida, sem a estranha insistência em megalomanias?”.
Já agora vou ser mais claro com uma outra questão (cuidado com a interrogação): o Presidente do Marítimo – para começarmos a pôr as coisas no seu devido lugar, até porque recuso alinhar em conversas da treta ou mediocridades – pretendeu (ou não?) que uma factura relativa à manutenção do Estádio dos Barreiros, superior da 300 mil euros, fosse paga pelo Governo Regional?
O sr. Carlos Pereira tem que interiorizar o seguinte: eu não percebo nada de engenharia nem de Estádios, nem de obras, nem de revisões de preços, nem de concursos, nem de adjudicações, nem quero perceber. Também não quero perceber do resto, de tudo o que o sr. Carlos Pereira por acaso possa saber. Não me interessa para nada. Aliás pouca importância lhe dou. Abri uma excepção porque desconfiava… Também duvido que o sr. Carlos Pereira, apesar de julgar que sabe de tudo, seja um entendido nestes assuntos. Aliás penso que serão poucos os assuntos que o sr. Carlos Pereira entenderá na sua plenitude. Dos que me interessam, de certeza que não percebe patavina. E peço-lhe que fique assim, longe, bem longe dessas temáticas. Acho piroso, pelo ridículo, intitular-se de “mecenas” do Marítimo quando sabe, melhor do que eu, que não é coisa nenhuma. Servir de fiador de um clube – como outros servem das suas instituições ou de familiares - adiantar verbas para depois as recuperar, como aliás é natural, não é sinónimo de mecenas coisa nenhuma. Portanto, estamos esclarecidos. Não vamos por aí. Não conte comigo para peixeiradas.
O Presidente do Marítimo tem que saber ler antes de comentar: no texto, e mantenho tudo o que escrevi sem retirar uma vírgula que seja, pergunto (viu a interrogação?) se se “confirma a informação que me deram que seria possível concluir as obras no Estádio com 2,5 a 3 milhões e euros”. O problema, repito, é que mantenho tudo o que escrevi, porque foi essa a informação que me deram - para esclarecer o sr. Carlos Pereira - concretamente uma pessoa, técnico qualificado, que considero ser conhecedora de todo este processo mal contado das obras do novo Estádio do Marítimo. Bem vistas as coisas, não o disse, mas escrevo-o agora, é difícil tal solução: foi ou não a empreitada concursada e adjudicada (num processo polémico) considerando toda a obra, e não parcelas da empreitada? É ou não verdade é que o Marítimo já terá gasto entre 15 a 17 milhões na estrutura do estádio já intervencionada (antigo peão e entrada norte), sem que se saiba quanto desse valor pagou às empresas envolvidas na construção, aliás protagonistas de proecessos judiciais em curso? Perante esta evidencia, é óbvio que havendo desconfiança do outro lado e má-vontade deste lado (Marítimo), em termos legais, não haverá solução possível. Uma coisa é certa. Para ficar tudo concluído, dizem-me, e apenas no que à estrutura já alvo de intervenção (cujas obras estão paralisadas), serão necessários cerca de 3 milhões de euros, alegadamente porque todo o equipamento necessário se encontra no estaleiro de uma das empresas envolvidas na obra. O Presidente do Marítimo sabe se esta é ou não a verdade. Sabe melhor que eu que para o remanescente (a central e duas laterais) serão necessários mais algumas dezenas de milhões de euros que jamais existirão. Oxalá me enganasse. Mas não creio . A não ser assim, desafio-o a falar verdade, deixe de dar “voltinhas ao bilhar” e esclareça, com documentos, devidamente discriminados, rubrica a rubrica, o orçamento para as obras do Estádio e que consta do projecto entregue e aprovado, quanto gastou, quanto pagou, quanto está em dívida, qual o montante reportado às obras ainda nem iniciadas. Dissipam-se então todas as dúvidas. Repito: esclareça quanto necessita o clube para concluir as obras em falta nas áreas já intervencionadas, caso fosse possível negociar com as empresas cm quem tem um diferendo. Ordinarices e idiotices é coisa que não enche barriga. E quanto ao sr. Carlos Pereira, fique certo que recuso alinhar pelo seu diapasão, sobretudo quanto ao ficar calado. Alguns deveriam porventura estar SEMPRE calados. Para sua própria defesa. Não me cabe a mim esclarecer a verdade. Referi-me a factos que me foram dados a conhecer por quem sabe do que fala, na perspectiva de se acabar com aquela pouca-vergonha que ali está. Não me cabe a mim esclarecer a verdade, até porque, repito, estou-me nas tintas para o assunto. Ao Presidente do Marítimo ficam duas alternativas: ou confirma, ou desmente, factualmente. Nada mais. Deixe o resto da conversa para outras discussões suas, obviamente sem nelas me envolver porque me recuso, repito, porque me RECUSO discutir consigo seja o que for. Nunca o fiz não vai ser agora que o farei.
E já agora, mais uma coisa: podemos ou não ter a liberdade de admitir que o facto das obras estarem paralisadas, envergonhando tudo a todos, é também uma forma de pressão sobre um Governo Regional que não tem dinheiro e que eu desconfio, dada a nova conjuntura, que alguma vez venha a ter dinheiro para que o Marítimo conclua o Estádio como pretende? Fique com esta e vá pensando nas medidas que vai ter que tomar parta viabilizar um clube que está falido tecnicamente. Aliás não será o único. Dúvidas? Solicitem uma auditoria independente.

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