sexta-feira, março 30, 2012

DN de Lisboa: Miguel Albuquerque lança- se para a sucessão de Alberto João Jardim

Segundo a jornalista do DN de Lisboa, Lília Bernardes, "o presidente da Câmara do Funchal diz que será candidato à liderança do PSD regional mesmo que Jardim não cumpra a promessa de não se recandidatar. Nada será como antes no PSD/ Madeira. Miguel Albuquerque, presidente da Câmara Municipal do Funchal, quebrou o ciclo de mais de três décadas de Alberto João Jardim, ao anunciar a sua candidatura à sucessão na liderança do partido. Albuquerque inicia agora o processo de recolha das cem assinaturas necessárias e cria uma situação inédita nos mais de trinta anos de “jardinismo”.“O congresso deve realizar- se nos prazos estatutários ( ou seja, final de 2013/ início de 2014) mas a minha posição é simples: vou candidatar- me à liderança do partido”, reiterou Albuquerque, à margem de uma iniciativa cultural da autarquia Mas é de prever que outros “delfins” de Jardim avancem. Caso de Miguel de Sousa, vice- presidente da Assembleia Legislativa que, em declarações em DN, admitiu essa hipótese, ele que em tempos foi o primeiro sucessor designado por Jardim. Falando ao DN, este exvice- presidente do governo regional considerou “legítima” a candidatura de Albuquerque até porque “ele sempre demonstrou essa disponibilidade”. “Portanto – concluiu – segue um caminho de coerência. Agora, se será bem- sucedido ou não logo se há de ver, se haverá outros candidatos. Se calhar também já sou um concorrente...”
Mas o caso de Albuquerque é diferente. Há muito entrou em rota de colisão com o líder. Apesar de Jardim ter garantido não se recandidatar no próximo congresso, tal não significa que cumpra a palavra. Já o fez várias vezes. Colocado o cenário, Albuquerque manteve- se firme na decisão minimizando o impacto desta sua atitude no relacionamento com o presidente do Governo Regional. “Temos de começar a encarar a democracia como um modus vivendi, vivemos em democracia e o PSD- M é um partido democrático, por isso não há nenhum drama em qualquer militante apresentar um projeto de liderança”, disse. Albuquerque não pode recandidatar- se ao Funchal nas autárquicas de 2013 por limite de mandatos. E já lançou o seu candidato à câmara, Bruno Pereira, atual vice- presidente da autarquia. Mas para este cargo Jardim prefere o ex- eurodeputado Sérgio Marques, antevendo- se a possibilidade de, em resposta, Bruno Pereira liderar uma lista de independentes – embora, segundo o DN apurou, prefira uma solução de consenso. Dados concretos, por enquanto, só há um: o agora candidato quer “renovar” e abrir o PSD à “participação” pois “é bom que os militantes possam exprimir- se relativamente às diversas alternativas em confronto”. Num partido habituado a unanimismo, defende que o seu objetivo é “estimular o partido e provocar um debate” interno, pondo “várias alternativas em confronto” pois “o pior que pode existir são falsos consensos”. Para o presidente da Câmara do Funchal, os tempos mudaram e “este é o momento” para o PSD regional “ganhar novas energias e novos apoios para continuar a liderar a região autónoma da Madeira apresentando- se aos madeirenses com uma nova dinâmica e sentido de intervenção política”. Perante o quadro de uma população fustigada pelo aumento de impostos e desemprego “temos de inverter a situação que a região vive neste momento”, ou seja, “não podemos ser aventureiros”. Ainda sobre a sua candidatura foi direto: “Não podemos estar com mais exercícios de hipocrisia ou simulação. Vivemos num país democrático e este é o timing oportuno para tomar esta decisão.”
Reações?
Jardim recusou tecer qualquer comentário. Os jornalistas nem conseguiram entrar na Quinta Vigia, presidência do Governo, por ser já “cinco e meia da tarde”, disse o porteiro. Mas outros deram a voz. Paulo Fontes, um dos nomes há anos apontado como sucessor de Jardim quando ocupava o cargo de secretário das Finanças, reconheceu ao DN que “qualquer militante do PSD tem o direito de se apresentar como candidato”. “Se isso é a vontade do Miguel Albuquerque, muito bem. É natural, o presidente do partido ( Jardim) não se candidataria no próximo congresso abrindo assim o caminho a eventuais candidatos. Temos é que ter condições para que haja o máximo de coesão e de união do partido. Portanto, todos os que colocarem na corrida têm de pensar que primeiro está a Madeira e depois o PSD”, referiu o deputado social- democrata

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