quinta-feira, março 22, 2012

Falemos da representatividade dos eleitos em "directas"...

Quanto à representatividade política dos eleitos, recordo duas questões concretas que deixo para reflexão:
- Em Março de 2011 Sócrates foi obrigado a reconhecer a falência do país e a pedir ajuda externa, quando não tinha dinheiro nem para comprar um rolo de papel higiénico. Em Março foi reeleito pelas bases socialistas - que já sabiam que a austeridade era inevitável – com quase 94% dos votantes, 26.700 votos. Em, Abril de 2011, foi aclamado num Congresso socialista que foi das maiores hipocrisias de que há memória. Um líder aclamado mas que todos desconfiavam que levaria o partido para uma penosa derrota eleitoral que, aliás, veio a confirmar-se. Em Junho de 2011 o PS perde as eleições mesmo assim com mais de 1,5 milhões de votos (o líder do PS fora reeleito por apenas 1,78% desta representação eleitoral!);
- Passos Coelho foi reeleito em “diretas”, com 20.266 votos (94,7%!) dos 21.412 votantes que representaram, apenas 40,2% dos 53.270 militantes em condições de votar num partido que supostamente terá mais de 200 mil filiados inscritos. Oposição? Nada. Debate interno? Nada. Ninguém nas estruturas de base do partido tem alguma coisa a dizer sobre a austeridade, sobre as medidas penalizadoras que têm sidc tomadas, sobre a sensação de que nos andam a mentir, sobre as dúvidas quanto à eficácia de todas estas medidas penosas?! Não se passa nada com a saúde, com, o desemprego, com os jovens que estão a emigrar, com a pobreza que aumenta, com a escalada das falências, com a falência de famílias por causa do incumprimento bancário, com a redução de salários, com o ataque a direitos laborais conquistados, etc?! Nada. É uma paz podre, provavelmente à espera que tudo caía por si, tal como aconteceu com o PS depois das eleições legislativas de Junho de 2011. Tudo um mero cumprir forçado de calendário. Passos Coelho foi reeleito para líder do PSD com 0,96% dos votos (2,1 milhões) obtidos pelos social-democratas em Junho de 2011!

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