sexta-feira, abril 27, 2012

Risco de colisão grave na Europa?

Li no Económico que "a chanceler alemã contrariou declarações do candidato socialista François Hollande, considerando o Tratado Orçamental europeu "inegociável". A chanceler alemã, Angela Merkel, contrariou declarações do candidato socialista François Hollande, considerando o Tratado Orçamental europeu "inegociável", em declarações hoje publicadas pelo matutino Westdeutsche Allgemeine (WAZ), 10 dias antes da decisiva segunda volta das eleições presidenciais francesas. A chefe do governo alemão, que já tinha declarado apoio ao presidente francês em exercício e candidato conservador, Nicolas Sarkozy, lembrou que o tratado, que se destina a impor uma maior disciplina orçamental, foi subscrito por 25 dos 27 países da União Europeia e já foi ratificado em alguns, nomeadamente Portugal. "O Tratado não se pode voltar a negociar", disse Merkel ao WAZ, respondendo assim a Hollande, o qual propôs na campanha eleitoral gaulesa adendas ao documento, consubstanciadas em programas para impulsionar a conjuntura e reanimar as economias da Zona Euro. Hollande mostrou-se disposto a aceitar um aumento da dívida pública francesa para suportar aqueles programas, solução que Merkel rejeita liminarmente. "A questão do crescimento económico também é importante e, a par da solidez financeira, é há muito tempo o segundo pilar da nossa política", referiu a chanceler germânica ao WAZ. Em tom mais conciliador, Merkel admitiu, na mesma entrevista, que na segunda volta das eleições presidenciais gaulesas "há dois candidatos pró-europeus, garantindo que cooperará com qualquer um deles. Justificou também o seu apoio a Sarkozy com o facto de pertencer à mesma família política e por, além disso, o actual presidente francês "ter trabalhado para o bem da Europa" na resolução da crise das dívidas soberanas. Na quinta-feira à noite, no canal de televisão France 2, Hollande respondeu indiretamente a Merkel, afirmando que "a Alemanha não decide por toda a Europa. Inquirido sobre o que dirá à chanceler alemã caso ganhe as eleições, Hollande respondeu que "o povo francês fez uma escolha que prevê a renegociação do Tratado Orçamental". Hollande acrescentou que "muitos países europeus esperam que a França tome a iniciativa" de avançar para a revisão do Tratado, aprovado em princípios de março, em Conselho Europeu, por todos os países da comunidade, com exceção do Reino Unido e da República Checa. Um dos principais itens do Tratado é a instauração do chamado "travão" à dívida, que obriga os países signatários a reduzirem, a médio prazo, os respetivos défices orçamentais para menos de 0,5%”.

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