quarta-feira, maio 23, 2012

Maioria das companhias de aviação na União Europeia é controlada pelo Estado

Li no Dinheiro Vivo que "com a privatização da TAP que deverá avançar este ano, Portugal irá perder a sua companhia de aviação bandeira e vai juntar-se a um grupo restrito dos países da União Europeia (UE) que alienou as empresas de transporte aéreo. Atualmente, segundo um levantamento feito pelo Dinheiro Vivo, há pelo menos 16 países da União a 27 onde os Estados mantêm a participação ou a maioria do capital nas companhias de aviação. A TAP é detida a 100% pelo Estado português através da Parpública e há mais dois casos iguais na UE. Na Bulgária a companhia Bulgaria Air é detida a 100% pelo Bulgarian Aviation Group, que pertence à companhia estatal Chimimport. Em Itália o Executivo de Silvio Berlusconi vendeu, em 2009, 25% da Alitalia ao grupo Air France- KLM e o restante capital está dividido por diversos acionistas, mas o Estado italiano continua a deter 100% da companhia de aviação Mistral Air, que se especializou no transporte de carga e é detida a 100% pela Poste Italiene. Caso curioso é o dos países da Escandinávia, onde o grupo SAS - Scandinavia Airlines, é detido pelos governos da Suécia (21,4%), Dinamarca (14,3%) e Noruega (14,3%), e gere as companhias de aviação destes três países. O grupo SAS é ainda o detentor de uma das empresas de aviação da Finlândia, a Blue 1, e um dos acionistas da Estonian Air. A companhia de aviação da Estónia é, contudo, detida a 97,34% pelo Estado. Entre os países que têm as participações mais relevantes no capital de empresas de transporte aéreo, destacam-se, ainda, Malta, onde o Estado tem 98% da Air Malta, a Letónia, cujo capital público ascende a 99,8% na Air Baltic. O mesmo acontece na República Checa e na Roménia.. O Estado checo tem 95% da Czech Airlines, e na romena Tarom 92,6% do capital é detido por capitais públicos. Com menores participações surgem países como a Eslovénia, que controla 69,87% da Adria, e o Chipre, que tem 69,57% da Cyprus Airways. A percentagem dos capitais públicos em empresas de aviação é menor na França, onde o Estado mantém uma participação de cerca de 15% na Air France, e na Irlanda que controla 25,11% da Aer Lingus.
Na Europa, foi o Reino Unido, ainda sob a governação da dama de ferro, Margaret Tatcher, que deu o primeiro passo na privatização de uma empresa de aviação. A British Airways foi vendida no final da década de 80 e em 2010 fundiu-se com a espanhola Ibéria formando o grupo IAG, determinando o fim da participação do Estado espanhol no setor da aviação. O processo de privatização da TAP não é recente. A empresa esteve para ser vendida em 2000 à Swissair, mas a operação foi anulada porque a companhia de aviação suíça faliu. Desde então a venda da empresa tem passado por vários governos e, no ano passado, com a entrada da troika, o Governo de Passos Coelho decidiu que a empresa tem de ser vendida até ao final deste ano. Os promenores sobre este processo ainda são desconhecidos, apesar de várias empresas internacionais do setor terem manifestado interesse em participar no concurso. O Governo não disse até ao momento se vai vender a totalidade da empresa ou se vai manter uma participação como fizeram os franceses na Air France, que optaram por reduzir a sua participação na transportadora e conseguiram travar os prejuízos que estavam a registar, passando de resultados negativos em 2009, para lucros de 613 milhões de euros em 2010, que no entanto se agravaram de novo no ano passado, devido à crise economica e ao preço dos combustíveis. A privatização de companhias de aviação foi uma opção para alguns estados-membros da UE sobretudo depois de a Comissão Europeia, por questões de concorrência, ter proibido os países de financiar estas empresas. No caso da TAP, a empresa não recebe verbas do Estado português desde 1997, o que tem dificultado a gestão da empresa".

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